Mas claro, tem coisa mais importante pra se discutir - e muito pouco tempo - do que sobre os resultados do Brasileiro e afins, para isso temos outros excelentes blogs, como o Futebol, Política e Cachaça, Balípodo e o Futebol & Negócios (aliás, já publiquei artigo por lá), mas por vezes é impossível não comentar sobre o futebol, seja direta ou indiretamente e o esporte é, sem dúvida, largamente usado para manifestações diversas, como vimos na final da Copa do rei entre Athletic e Barcelona nos protestos nacionalistas contra o Rei e a Espanha.
Indo, enfim, ao assunto:
Hoje, o Irã jogou - infelizmente empatou em 1x1 com a Coréia do Sul - pelas eliminatórias da Copa e ao menos 6 jogaram com faixas verdes nos pulsos em apóio à Mir Hossein Mousavi, candidato derrotado em fraude eleitoral no Irã - Dentre eles Ali Karimi (ídolo no Irã), Javad Nekounam, Hossein Kaebi e Masoud Shojaye.
"Este gesto político em partida transmitida pela televisão iraniana foi dirigido à população de um país no qual o futebol é considerado paixão nacional, em meio a distúrbios que se sucedem depois das eleições pela Presidência da República Islâmica, ganhas por Mahmud Ahmadinejad."Foi uma demonstração corajosa que se impôs sobre a censura iraniana e todo o mundo pôde ver que as coisas estão longe de calmas no país, a divisão existe até mesmo na seleção nacional.
Nas arquibancadas diversos torcedores também protestaram contra a fraude nas eleições e a imprensa mundial pôde noticiar, sem a censura imposta dentro do Irã à mídia.
O jogo foi em Seul, porém, com transmissão ao vivo para o Irã. Não foi possível disfarçar o tom dos protestos, dentro e fora do campo e mais uma vez o futebol vira uma arma política.
O número de mortos nos protestos, aliás, chega a 7, todos vítimas da milícia Basij.
Apenas para constar, vídeo da manifestação silenciosa de hoje.
