Mas, agora, começaram a ligar pontos inexistentes e criaram uma verdadeira conspiração onde o PT, através dos Professores, estariam atacando o pobre Serra.
O fato do salário dos professores estaduais de São Paulo ser uma miséria, da greve estar crescendo a cada dia e das condições de trabalho deles ser ridiculamente ruins - lembrem-se que algumas escolas sequer tem cadeiras para os alunos sentarem, patrocínio do Poste do Serra, vulgo Kassab - parece não importar ao PIg que resolveu adotar um tom conspiratório e dizer que a greve não passa de jogada eleitoreira do PT.
Nada mais risível.
Ligada ao PT, entidade nega que greve seja ação eleitoral Movimento foi definido em dezembro, diz Paulo Renato, que vê motivo políticoAlguma dúvida que, se a presidente da APEOESP fosse filiada ao PSTU ou ao PSOL a grita seria parecida? O sindicato seria chamado de radical, sectário, irreal, aloprado e etc? Aliás, qual a novidade que a maior parte dos grandes sindicatos e organizações estão nas mãos do PT ou do PCdoB, com raras exceções? O PIG descobriu isto só agora?
Presidente da Apeoesp é filiada ao PT e antecessor é um dos suplentes de Suplicy no Senado; dirigente diz que governo não negocia
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Hoje no encalço do governador e potencial candidato à Presidência, José Serra (PSDB), a Apeoesp (sindicato dos professores da rede de São Paulo) tem a imagem associada ao PT, o que alimenta, no governo, o discurso de que sua mobilização tem inspiração eleitoral.
Filiada ao PT, a atual presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, teve como antecessor Carlos Ramiro Castro, o Carlão, suplente do senador Eduardo Suplicy (PT).
Na eleição da direção do sindicato, em 2008, a chapa vitoriosa, Articulação Sindical, era apresentada pela oposição (integrada por PSTU e PSOL) como petista.
A composição da diretoria é proporcional ao resultado das eleições, contemplando correntes à esquerda do PT.
Ao deixar a presidência da Apeoesp, Ramires assumiu o comando do Conselho de Servidores, encarregado da negociação com o governo.
Enquanto os sindicatos negam qualquer motivação eleitoral, integrantes do governo insistem na vinculação política. "Essa greve é, desde o começo, eleitoral. A greve foi decidida em dezembro", disse o secretário da Educação, Paulo Renato Souza, para quem o sindicato tenta se vitimizar.
Afirmando que defende uma política salarial para a categoria, Maria Izabel reage ao discurso corrente no governo Serra: "Não estamos num estado democrático de direito? Ele não é do PSDB?".
Na queda de braço, a Apeoesp acusa o governo de autoritarismo. "O governo não abre canal de negociação. O que é lamentável", diz ela.
Já o governo recorre a textos do ano passado em que a Apeoesp conclamava o "bota-fora" de Serra para alegar que o movimento estava decidido.
Líder do PT na Assembleia, Antonio Mentor afirma que o governo está terceirizando sua responsabilidade pela insatisfação da categoria. "Quiséramos nós ter esse poder de fogo para estar em todos os lados."
Simplesmente absurda a cobertura feita pelo PIG da greve dos professores. Dos protestos e dos milhares nas ruas apenas notinhas, silêncio ou mentiras deslavadas. Mas para acusar o movimento inteiro de cooptação e de ter caráter eleitoreiro, ao menos duas matérias com destaque.