domingo, 25 de julho de 2010

Denúncia séria: Facebook PROÍBE termo "Palestinian" em suas páginas [Update]

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Tradução feita por mim do post de Jillian C York, autora do Global Voices Online, "Facebook: No Palestinian Pages":


Fiquei surpresa, mas um pouco cética, esta manhã, quando li um post afirmando que o Facebook está bloqueando a palavra "Palestinian" [Palestina/o] de suas páginas. Afinal, uma pesquisa por "palestinian" traz de volta um número de páginas já criadas. Aqui está o que o blogueiro escreveu:
I thought it might be a good idea to make a Facebook page for Palestinian Refugee ResearchNet—a straight-forward thing to do, right? Apparently not, since it seems the very word Palestinian may “violate o[u]r page guidelines or contain a word or phrase that is blocked”……A mistake, perhaps? Well, Afghan Refugee ResearchNet is OK. So too is DR Congo RefugeeResearchNet. No threats to innocent Facebook users lurking in those terms, it seems…
…Are Palestinians the only group so banned? Well, not really… after a little fiddling around, I discovered that al-Qaida Refugee ResearchNet and Nazi Refugee ResearchNet are banned too.
It does seem a bit odd, however, that a population of up to 12 million people, receiving more than a billion dollars in international aid, recognized by the UN, and enjoying a degree of formal diplomatic recognition from the United States—is placed in the same banned category as Nazis and al-Qaida.
Eu pensei que poderia ser uma boa idéia fazer uma página no Facebook para a Palestinian Refugee ResearchNet - uma coisa simples e direta de fazer, certo? Aparentemente não, pois parece que a palavra "palestinian" pode "violar nossas orientações de páginas ou conter uma palavra ou frase que está bloqueada" ... ... Um erro, talvez? Bem, a Afghan Refugee ResearchNet está OK. Assim também é com a  DR Congo RefugeeResearchNet . Nenhuma ameaça para os usuários inocentes do Facebook espreitando nesses termos, parece...
    
... São os palestinos o único grupo banido? Bem, não realmente ... depois de mexer um pouco ao redor, eu descobri que a
al-Qaida Refugee ResearchNet e Nazi Refugee ResearchNet são proibidos também.

    
Parece um pouco estranho, porém, que uma população de até 12 milhões de pessoas, que recebem mais de um bilhão de dólares em ajuda internacional, reconhecida pelas Nações Unidas, e desfrutando de um nível de reconhecimento diplomático formal dos Estados Unidos seja colocada em mesma categoria de proibidos como os nazistas e a al-Qaida.

De fato, estranho... Eu decidi tentar por mim mesma, com os termos "Palestinian Refugee ResearchNet,” “Palestinian Folklore,” e “Palestinian Music". Nada.

Claro, “Israeli Music,” “Israeli Folklore” e “Israeli Refugee ResearchNet” foram criados sem problema.O que o Facebook está tentando conseguir com a eliminação da criação de páginas para uma população marginalizada? Eu diria que eles estavam tentando impedir o abuso de algum tipo (por exemplo, as páginas criadas para rebaixar um determinado grupo), mas não posso imaginar que tipo de abuso poderia afetar os palestinos, e não, por exemplo, os israelenses.Em todo caso, como de costume, o Facebook ainda não tem uma equipe forte de apoio do cliente para lidar com reclamações sobre isso, nem parece se importar. Afinal, esta foi a sua resposta ao blogueiro que primeiro documentou o caso:
Unfortunately, we cannot process this request. Your Page name must comply with the following standards:
  • Accurately and concisely represent a musician, public figure, business or other organization
  • Not contain terms or phrases that may be abusive
  • Not be excessively long
  • Not contain variations of “Facebook”
If you believe your Page name fits within these guidelines, please respond to this email and we will re-evaluate your request.
Infelizmente não podemos processar seu pedido. O nome de sua página deve respeitar as seguintes normas:
  • Representar precisa e concisamente um músico, figura pública, empresa ou outra organização
  • Não conter termos e frases que possam ser abusivas
  • Não ser excessivamente longo
  • Não conter veriações de "Facebook"
Se você acredita que sua página se encaixa nestas regras, por favor responda este e-mail e nos iremos reavaliar seu pedido.

Novamente, ativistas, eu os recomendo que parem de usar o Facebook.

Mais esclarecimentos para vocês "skimmers":
 1) Isso afeta PAGES, e não GRUPOS.2) O termo que está bloqueado é "Palestinian", não "Palestine".3) Há 1.200 grupos existentes com "Palestinian", sugerindo que a palavra foi posta recentemente na lsita de banidas.


* Traduzido por Raphael Tsavkko
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Update:
Aparentemente o bloqueio acontece apenas com o termo em inglês, em português criei uma página e uma comunidade como exeplo e o termo "Palestina" foi aceito, vejam aqui e aqui.
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Update 2:
A parte final do post da Jillian, chamando para que todos parem de usar o Facebook não corresponde à minha opinião. Apenas para deixar claro, pois muitos me questionaram no Twitter ou mesmo aqui no blog.

Eu acredito que a melhor forma de luta é a que enfrentamos o inimigo e não a que fugimos. Não vejo como seria bom abandonar uma plataforma de alcance tão amplo sem lutar, pressionar e encher o saco dos responsáveis, floodando, abrindo comunidades, pressionando e militando pelas causas em que acreditamos.

O FB não pode vencer a todos. Devemos usar todas as armas, mesmo as dos inimigos, em nossa causa.
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Update 3: Mais screenshots feitos pela Jillian em diferentes horários, para comprovar o bloqueio.

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Comentários
4 Comentários

4 comentários:

KARARYU THE DRAGON GHOUL disse...

NEGATIVO, BABY! ATIVISTAS, UNAMO-NOS, vamos escancarar o rabo do Facebook NO PRÓPRIO, criando postagens e páginas denunciando essas barbaridades, usando a arma dos inimigos da humanidade contra eles próprios! proponho até que tornemos o FaceBlock UM PRINCIPAL VEÍCULO DAS MESMAS MILITÂNCIAS QUE NELE SÃO EXCLUÍDAS, nem que seja preciso empregar uma certa dose de cracking e defacing! ESCULACHO JÁ!!!

Anônimo disse...

E...?

Hugo Albuquerque disse...

Nossa, isso é gravíssimo. Mesmo que não tenha existido bloqueio em todas as línguas, bloquear em inglês resulta num baita impacto. Essa questão precisa ser denunciada, mas não, sair do Facebook não é a melhor saída - muito pelo contrário.

Raphael Tsavkko Garcia disse...

Pois é, e concordo com vocês, precisamos tomar conta do FB e não abandonar. Foi opinião da Jillian, não a minha.

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