quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Na justiça, homofóbico evangélico tenta proibir beijo gay

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 Acreditem ou não, o PSOL foi processado pelo vídeo de campanha com o Beijo Gay.
Reproduzi no blog o Beijo Gay mostrado na propaganda do candidato à Governador de São Paulo pelo PSOL Paulo Bufalo. Um beijo que ocupa menos de 5 segundos do já mínimo espaço dado ao candidato na bela democracia brasileira. Mas 5 segundos que a direita religiosa, que o atraso evangélico, transformaram em polêmica: Um libelo da homofobia.
O deputado estadual Waldir Agnello, do PTB, é, como não poderia deixar de ser, evangélico, membro da Igreja do Evangelho Quadrangular, seja lá o que isso signifique e, como todo bom político evangélico, resolveu assumir que suas posições preconceituosas e anti-laicas deveriam permear o andamento da campanha.

Dentre os projetos do tão importante e ocupado homofóbico deputado, encontram-se propostas que dão nome à viadutos e ruas, mas nada surpreende mais co0mo as importantíssimas propostas que beneficiam toda a população, como as seguintes:
Lei n° 12.937, de 23/04/2008 - Fica instituído o "Dia da Igreja do Evangelho Quadrangular", a ser comemorado, anualmente, no dia 15 de novembro.

Lei n° 11.619, de 07/01/2004 - Institui o "Dia do Diácono", a ser comemorado, anualmente, em 1º de maio

Lei n° 11.876, de 19/01/2005 - Estabelece limites à exibição e comercialização de produtos e materiais eróticos e pornográficos

Lei n° 13.751, de 14/10/2009 - Institui o "Dia do Capelão".

Lei n° 13.544, de 14/05/2009 - Institui o "Dia do Cerimonialista". 
Não creio ser preciso dizer muito. Uma figura patética que legisla em causa própria, com um viés moralista e conservador e quase exclusivamente para privilegiar instituições religiosas.

A lei que estabelece limites à exibição e comercialização de produtos eróticos me dá um enjôo especial, me faz lembrar do caso do pai - obviamente evangélico - que processou uma escola por exibir aos alunos de cerca de 12 anos, um filme - Frida - que supostamente tinha cenas de sexo.

Que eu saiba, há mais conotação sexual na programação vespertina da Globo do que em 90% dos filmes que podemos assistir e, ainda mais, a obrigação de uma escola é preparar as crianças para a vida - e não para o mercado, que fique claro - e, como tal, tem o dever de mostrar a realidade às crianças dentro de limites razoáveis. Curioso que o ÚNICO a reclamar tenha sido um evangélico.

Mas, voltando à questão central, é visível o tremendo perigo que representam estes falsos moralistas à democracia. Legislam para si, atentam contra o Estado Laico, não sentem vergonha em ser homofóbicos, francamente criminosos e ainda buscam a justiça para referendar seu fanatismo.

Felizmente, o nobre deputado homofóbico perdeu. Para o deputado, o beijo gay de pouquíssimos segundos feria os "bons padrões da moralidade", mas pra ele roubar e cobrar dízimo é perfetamente moral.Lavagem de dinheiro, cobrança de dízimos, lavagem cerebral e afins são atitudes perfeitamente morais, mas um beijo gay é imoral, é criminoso.

Novamente meus parabéns ao PSOL e fica meu mais profundo repúdio ao fanatismo evangélico e religioso em geral, que algum dia a justiça proíba que esta corja se candidate e seja eleita enquanto adotarem posturas criminosas e em flagrante desrespeito à constituição.
O Partido Socialismo e Liberdade ganhou na justiça o direito de exibir o beijo entre dois homens no horário eleitoral gratuito. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo julgou, na noite desta terça-feira, improcedente o pedido para retirar do tempo destinado à campanha de Paulo Bufalo a peça Você tem opção, você tem o PSOL, que retrata a diversidade existente na sociedade e as muitas causas defendidas pelo partido.
O pedido foi feito por Waldir Agnello, deputado estadual que concorre à reeleição pelo PTB, sobre os argumentos de defender “bons padrões da moralidade” e de que o beijo entre dois homens não teria relação com propostas políticas.
O Juiz Auxiliar do TRE Antonio Carlos Mathias Coltro entendeu que a defesa da união civil é sim uma reivindicação de cunho político e o beijo entre duas pessoas do mesmo sexo já é uma questão da realidade cotidiana.
O PSOL defende a livre orientação sexual e a união civil entre pessoas do mesmo sexo, ao mesmo tempo em que combate toda forma de preconceito, inclusive a homofobia, seja no imaginário da sociedade, na legislação ou nas políticas públicas.
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