quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Revista do Brasil Censurada - Parte 2 - Eterna Hipocrisia e Propaganda Institucional

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Voltando à hipocrisia, algo conseguiu me surpreender além do esperado neste caso da Revista do Brasil:
Proibida de circular pela Justiça Eleitoral pelo conteúdo favorável à campanha de Dilma Rousseff (PT), a edição deste mês da "Revista do Brasil", vinculada à CUT (Central Única do Trabalhador), teve anúncios pagos por Petrobras e Banco do Brasil.
A estatal e o banco confirmam que são anunciantes da revista, mas se recusaram a informar o valor repassado.
Ontem, o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Joelson Dias determinou a interrupção da circulação da revista, cuja tiragem é de 360 mil exemplares mensais.
A Folha vê problemas no fato da Revista do Brasil receber publicidade Federal... Oras, a Veja ou a folha, por acaso, não recebem dinheiro de estatais através de propagandas? Ou só elas podem receber e fazer campanha pró Serra?
É simplesmente o cúmulo da canalhice a Folha, que recebe milhões do governo Federal via propaganda institucional acusar outra revista de ter acesso ao mesmo benefício! É o velho faça o que eu digo, não faça o que eu faço. De uma forma totalmente criminosa e absurda.

O pior na imagem acima é que o quadro em destaque comenta que sindicatos são proibidos de fazer propaganda política, mas as imagens criticam a propaganda institucional. Uma clara manipulação onde a informação supostamente relevante é uma, e coloca-se algo ainda mais gritante do lado, sem qualquer relação, para fazer sensacionalismo.

E existe coisa pior, a Globo, por exemplo, que não só é concessão pública, como também recebe financiamento público via propaganda institucional e faz campanha descarada para o candidato da oposição, além de esconder o que pode da campanha de Dilma.
Que Serra tem horror a qualquer questionamento contra ele, destratando na hora o repórter e até pedindo sua cabeça à diretoria, todo mundo já está mais careca até do que ele de saber. Mas agora ele deu um passo além: quer proibir matérias que lhe pareçam favoráveis a Dilma. Para isso, mandou seus advogados entrarem com um pedido no TSE para censurar, tirar de circulação os jornais da CUT e a Revista do Brasil.

Já, quando o Estadão defendeu em editorial sua candidatura, ele não fez nada.
A Folha, o Estado e outros veículos usam seus espaços para fazer propaganda pró-Serra, seja escondendo seu lado ou não. Apesar de serem veículos privados, recebem financiamento estatal, logo, deveriam agir com um mínimo de responsabilidade. O caso de concessões públicas de rádio e TV é ainda mais gritante.
Quer dizer que diversos sindicatos não podem manter uma revista, mas a Globo pode usar uma concessão pública pra fazer política? Os grandes meios de comunicação são sustentados por centenas de empresas e por financiamento público. Em muitos casos estas mesmas empresas são as responsáveis pelos maiores e piores crimes cometidos no país, mas um sindicato não pode participar do conselho de uma revista alternativa?
Setores da imprensa no entanto, gostariam que a publicidade deveria ser direito exclusivo dos veículos que se dedicam a fazer oposição ao governo Lula – embora não se trate de uma "imprensa livre" e crítica, como se atribuem. Trata-se de uma imprensa partidária e deliberadamente oposicionista, como admitiu a executiva da Folha Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais. E que tem feito como nunca essa oposição de maneira hostil, sistemática e organizada, conforme revelaram os participantes do "Fórum Democracia e Liberdade" organizado pelo Instituto Millenium (http://bit.ly/tropa_de_elite), de onde saiu boa parte do receituário que guiou a pauta da velha imprensa.
A Globonews ontem me deixou nauseado, enquanto gastou pouco mais de um minuto mostrando imagens de Serra recebendo o apoio dos tucanos esverdeados Feldman (SP) e Gabeira (RJ), fingiu que Dilma não havia estado em um comício imenso com dezenas de artistas, se limitando a citar que Dilma tinha ido encontrar uns artistas, com um tom de tédio que denotava a importância que o PIG deu ao evento.

Compartilho da opinião do Flávio Aguiar, escrevendo para a Rede Brasil Atual: A coisa ainda vai piorar! Nesta reta final das eleições, podemos esperar de tudo vindo do DemoTucanato.
Primeiro foi a Mara Rita Kehl, cortada de O Estado de S. Paulo por “delito de opinião”.
Agora, chegou a nossa vez, na Revista do Brasil e na Rede Brasil Atual. A campanha de Serra, através do TSE, cassou liminarmente a circulação do atual número da revista.
E o comando da campanha de Serra ainda pretendia impor o “segredo de justiça”, impedindo que a censura viesse a público. Traduzindo: injustiça cometida em segredo é mais segura, e segura mais.
Isso não é surpreendente. O índice de baixarias vai subir ainda mais, conforme nos aproximamos da última semana, a reta final da campanha eleitoral.
Até agora os ataques difamatórios e calúnias mais recentes, embora repitam antigas, feitas no primeiro turno, não parecem ter surtido os efeitos desejados. As pesquisas continuaram apontando uma situação de estabilidade em termos de preferências de voto. Então o que se espera é que o nível dos ataques baixe ainda mais e o seu tom suba.
Sobre o comício de Dilma com os artistas, engraçado que o jornal que se diz imparcial, a Folha, mal citou - apenas uma nota tímida na edição de terça, ainda que com foto na capa -, enquanto o Estado, que apoia Serra, fez uma boa reportagem sobre.

A Petrobrás, prontamente, deu uma resposta à Folha sobre o caso da publicidade institucional:
A Petrobras veicula seus anúncios e campanhas publicitárias em diversos meios de comunicação, como TV, Rádio, Jornais, Revistas e Internet para fortalecer a imagem da empresa. No caso do meio revista, nossos anúncios são veiculados em diversos veículos, de vários segmentos, tais como Veja, Época, IstoÉ e Carta Capital, Época Negócios, Bravo e Auto Esporte.
A veiculação de anúncios na Revista do Brasil possibilita à companhia divulgar suas ações para um público formador de opinião dos principais sindicatos de todo o país, nos diversos setores da economia – como indústria, energia, bancos, saúde e educação. A tiragem mensal da revista é de 360.000 exemplares.

Será que a Folha está com dor de cotovelo pela Veja receber dinheiro e ela não? Não há honr nem entre golpistas.

Caso a revista seja censurada, há uma cópia no Scribd, e seguem links para três prints do conteúdo mais sensível e objeto da tentativa de censura:

Editorial: O Caminho a ser Seguido
O Povo e seu Líder
Ficou para o Segundo Tempo

Seria interessante que o máximo de blogs desse publicidade não só ao caso de censura DemoTucana, mas também postasse integral ou parcialmente imagens da edição censurada, links para alternativas e ajudasse a furar o bloqueio e a disseminar a informação.

O PSDB pode achar que liberdade de imprensa só [existe] para sua turma, mas os blogueiros deixam e deixarão claro o contrário.
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