A ETA passou por cima dos ideais
racistas, rurais e religiosos de Arana (Lessa e Suppo, 2003) e se apegou
aos conceitos de independência mítica e da necessidade de se preservar a
cultura basca e de se lutar por isto (Llera, 1992).
Inicialmente, consideravam que um Basco
deveria apenas conhecer o Euskera e, hoje, vemos que alguns membros do
grupo sequer haviam nascido no País Basco (Kurlansky, 1999). Um dos
fundadores da ETA, Txillardegi, era de família madrilenha, por exemplo.
Os fundadores da ETA eram, em sua
maioria, membros da juventude do PNV. Logo se desapontaram pelo caráter
burguês do partido e tiveram a clara impressão de que seus membros
apenas esperavam o regime franquista terminar, sem tomar ações efetivas
contra o regime (Kurlansky, 1999, Villalón, 2000).
As primeiras ações armadas da ETA
aparecem exatamente no momento de adoção dos ideais marxistas que, por
princípio, consideram legítimo o uso da força na luta contra a opressão e
contra a subjugação da classe trabalhadora (Marx e Engels, 2000).
Enquanto o PNV era próximo das
burguesias industriais e dos latifundiários, a ETA buscou nos
trabalhadores sua base e, desta forma, viu o processo de adoção dos
ideais marxistas como um imperativo, quase como algo natural.
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