sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

EUA e o Império Decadente: O WikiLeaks desnudou o Império

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A Primeira Emenda da Constituição dos EUA diz:
"O congresso não deve fazer leis a respeito de se estabelecer uma religião, ou proibir o seu livre exercício; ou diminuir a liberdade de expressão, ou da imprensa; ou sobre o direito das pessoas de se reunirem pacificamente, e de fazerem pedidos ao governo para que sejam feitas reparações por ofensas."
Ou seja, garante a plena liberdade de expressão e de imprensa nos EUA.

A Emenda XIV, Seção 1 da mesma Constituição declara:
Todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos e sujeitas a sua jurisdição são cidadãos dos Estados Unidos e do Estado onde tiver residência, Nenhum Estado poderá fazer ou executar leis restringindo os privilégios ou as imunidades dos cidadãos dos Estados Unidos; nem poderá privar qualquer pessoa de sua vida, liberdade, ou bens sem processo legal, ou negar a qualquer pessoa sob sua jurisdição a igual proteção das leis.
Mas pouco importa. Contra o "Terrorismo", vale tudo. Executivo e Legislativo - com a conivência do Judiciário - passam cotidianamente por cima da própria Constituição que dizem defender para, acreditem, defendê-la! Para caçar "perigosos terroristas", que podem ser desde perigosos estudantes que resolveram ler um livrinho sobre Comunismo (lembrem-se do Macartismo e afins) até ativistas pelos direitos humanos.

Liberdade de Expressão, nos EUA, ao longo do tempo vem se mostrando apenas a liberdade de se expressar sobre o que o governo acha que deve permitir. E, aliás, pra uma boa parcela dos Republicanos e em especial os doentes mentais do Tea Party, já permitem demais. Nemr quero imaginar o que seria um governo Palin pois, por mais que não tenha a menor pena dos estadunidenses, tenho pena do mundo, que é obrigado a suportar as loucuras do Império.

O WikiLeaks, enfim, foi a prova maior de que Liberdade de Expressão, nos EUA, só para os amigos do Rei, ou melhor, do Imperador. Republicano ou Democrata, branco ou negro, não importa, democracia é algo abstrato e que só serve para patrocinar guerras ilegítimas.

Documentos vazados, todas as teses que a esquerda vinha denunciando há décadas - e que muitos gostavam de acreditar ser só teoria da conspiração ou algum plano Comunista de dominação mundial (alô Olavo de carvalho!) - se mostraram verídicas.

É engraçado como o mundo - ou pelo menos muita gente -  precisou do WikiLeaks pra finalmente se convencer de que os EUA são um Estado Terrorista... Será que ainda restam dúvidas?

Mas, enfim, o WikiLeaks desnudou o Império. Não que não soubéssemos com quem estávamos lidando, mas agora provamos. A rede provou.

E os EUA parecem não ter gostado muito disso. Não só iniciaram uma campanha - burra - para tentar censurar o WikiLeaks, buscando forçar as empresas de hospedagem a não aceitar nenhum negócio com o Wikileaks - e fazendo países capachos aliados tomarem as mesmas medidas -, como também agora radicalizaram:

democracynow.org
The U.S. State Department has imposed an order barring employees from reading the leaked WikiLeaks cables. State Department staffers have been told not to read cables because they were classified and subject to security clearances. The State Department’s WikiLeaks censorship has even been extended to university students. An email to students at Columbia University’s School of International and Public Affairs says: "The documents released during the past few months through Wikileaks are still considered classified documents. [The State Department] recommends that you DO NOT post links to these documents nor make comments on social media sites such as Facebook or through Twitter. Engaging in these activities would call into question your ability to deal with confidential information, which is part of most positions with the federal government."

O Departamento de Estado dos EUA impôs uma ordem impedindo seus empregados de lerem os documentos vazados pelo WikiLeaks, Os empregados do Departamento de Estado foram avisados para não ler os documentos porque eles eram confidenciais e sujeitos a aprovações de segurança. A censura do Departamento de Estado sobre o WikiLeaks se extendeu até mesmo aos estudantes universitários. Um e-mail [enviado] aos estudantes da Escola de Assuntos Públicos e Internacionais da Universidade de Columbia diz: "Os documentos divulgados durante os últimos meses através do WikiLeaks são considerados, ainda, documentos confidenciais. [O Departamento de Estado] recomenda que você NÃO poste links para estes documentos ou faça comentários em mídias sociais, como o Facebook, ou através do Twitter. Participar de tais atividades poderá pôr em questão sua habilidade de lidar com informações confidenciais, que é parte [do trabalho] de muitos postos no governo federal.
Vejam o e-mail completo enviado aos estudantes no link.

Em resumo, o Departamento de Estado apenas afirmou que, tenha algo a ver com o WikiLeaks e você não terá chances em cargos governamentais, política e etc. Uma bela ameaça daquela grande democracia!

Aliás, toda a perseguição ao Assange se resume a alguma lei arcaica sueca que pune com cadeia quem fez sexo com duas pessoas na mesma semana. Sim, acreditem. A INTERPOL foi mobilizada, um mandado de prisão internacional expedido para prender um cara que transou com duas mulheres na mesma semana.

Ah, ele não usou camisinha também. Shame on you!
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