domingo, 30 de janeiro de 2011

Estados legítimos e ilegítimos - Coluna semanal no Diário Liberdade

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Vigésima-primeira coluna para o portal anticapitalista Diário Liberdade, "Defenderei a casa do meu pai".

Estados legítimos e ilegítimos

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Segundo Guibernau (1997), existem dois tipos de Estado: Os "Legítimos" e os "Ilegítimos". O primeiro caso é o de Estados onde inexiste o conflito étnico ou nacional dentro de suas fronteiras, é o Estado-Nação perfeito, em que os diversos membros que compõem o Estado se reconhecem como parte de uma mesma nação.
O segundo caso é onde há conflito, e é o caso de boa parte dos países europeus, fundados sob a égide de um Estado para uma nação quando, na verdade, houve uma tentativa de assimilação das culturas minoritárias através da assimilação violenta ou não destas minorias.

"A rotulação das minorias como terroristas pode intensificar o conflito comunitário [...]. O rótulo de terrorista dado a movimentos revolucionários arrisca também minimizar sua importância" (Whittaker, 2005)

A Espanha é um bom exemplo de assimilação violenta, em que as nações históricas da Catalunya, Galiza e País Basco foram constantemente vítimas de violência, invasões, censura e humilhações por parte do governo central de Madrid.

Estados como a Espanha e França tentaram impor seus mitos fundacionais a todas as demais minorias não-francesas ou não-espanholas, e em ambos os casos os fracassos e sucessos podem ser contabilizados.

A França foi a mais bem sucedida, conseguindo sufocar boa parte das minorias (ainda que venha enfrentando o ressurgimento ou surgimento de nacionalismos periféricos na Bretanha, Córsega, Catalunha Norte e País Basco Norte ou Iparralde e, em algumas dessas regiões, com a presença de grupos considerados terroristas), mas a Espanha falhou miseravelmente na tentativa de apagar a história de suas minorias e há séculos enfrenta resistências.

Ao contrário da França, onde boa parte dos seus territórios foram conquistados com base na força, a Espanha se constituiu com base em casamentos dinásticos (salvo a Catalunya, conquistada a ferro e fogo no séc. XVII) e, ao contrário de seu vizinho do norte, não conseguiu implantar um sistema educacional e de transportes tão eficaz e à tempo de neutralizar as movimentações de suas minorias.

Benedict Anderson (2005) afirma serem três as bases do Estado Moderno, nascido da Revolução Francesa: A Educação, as Comunicações e o Exército. E, em todos os casos, a Espanha falhou em impor sua centralidade.


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Artigo COMPLETO no Diário Liberdade.

"Nire aitaren etxea
defendituko dut"
...
"Defenderei
a casa de meu pai"
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