Estados legítimos e ilegítimos
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Segundo Guibernau (1997), existem dois tipos de Estado: Os "Legítimos" e os "Ilegítimos". O primeiro caso é o de Estados onde inexiste o conflito étnico ou nacional dentro de suas fronteiras, é o Estado-Nação perfeito, em que os diversos membros que compõem o Estado se reconhecem como parte de uma mesma nação.
O segundo caso é onde há conflito, e é o caso de boa parte dos
países europeus, fundados sob a égide de um Estado para uma nação
quando, na verdade, houve uma tentativa de assimilação das culturas
minoritárias através da assimilação violenta ou não destas minorias.
"A rotulação das
minorias como terroristas pode intensificar o conflito comunitário
[...]. O rótulo de terrorista dado a movimentos revolucionários arrisca
também minimizar sua importância" (Whittaker, 2005)
A Espanha é um bom exemplo de assimilação
violenta, em que as nações históricas da Catalunya, Galiza e País Basco
foram constantemente vítimas de violência, invasões, censura e
humilhações por parte do governo central de Madrid.
Estados como a Espanha e França tentaram
impor seus mitos fundacionais a todas as demais minorias não-francesas
ou não-espanholas, e em ambos os casos os fracassos e sucessos podem ser
contabilizados.
A França foi a mais
bem sucedida, conseguindo sufocar boa parte das minorias (ainda que
venha enfrentando o ressurgimento ou surgimento de nacionalismos
periféricos na Bretanha, Córsega, Catalunha Norte e País Basco Norte ou
Iparralde e, em algumas dessas regiões, com a presença de grupos
considerados terroristas), mas a Espanha falhou miseravelmente na
tentativa de apagar a história de suas minorias e há séculos enfrenta
resistências.
Ao contrário da França,
onde boa parte dos seus territórios foram conquistados com base na
força, a Espanha se constituiu com base em casamentos dinásticos (salvo a
Catalunya, conquistada a ferro e fogo no séc. XVII) e, ao contrário de
seu vizinho do norte, não conseguiu implantar um sistema educacional e
de transportes tão eficaz e à tempo de neutralizar as movimentações de
suas minorias.
Benedict Anderson
(2005) afirma serem três as bases do Estado Moderno, nascido da
Revolução Francesa: A Educação, as Comunicações e o Exército. E, em
todos os casos, a Espanha falhou em impor sua centralidade.
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