sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Os Neo-governistas: Kassab, Kátia Abreu e o Partido Da Boquinha

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Não é possível saber até que ponto esta notícia da Folha é confiável, mas em linhas gerais ela apenas reproduz aquilo que vem se desenhando há algum tempo.

De efetivo, temos a certeza de que Kassab está indo fundar seu partido, se aproveitando de uma brecha na lei, o PDB, ou Partido Da Boquinha Partido da Democracia Brasileira e vai levar muita gente, acredita-se que até 20 deputados federais e, então, ou formará frente com o PSB (o saudoso Miguel Arraes se revira na cova) e se fundirá ao partido.

Aqueles que quiserem apenas usar o PDB de ponte, mas não são caras-de-pau o suficiente para entrar no PSB e adotarem o Socialismo Empresarial (invenção do Skaf), poderão escolher depois, livremente, seus partidos de preferência... da base aliada, claro, afinal, todos querem cargos e precisam ter um trabalho "honesto" para justificar a renda originária de fraudes, roubos e etc...

Das duas uma, o novo partido é apenas uma ponte, vazio de ideologia e criado apenas por interesses políticos desonestos (sim, é redundância). A oposição mingua e o governo incha, mas não por adesões ideológicas, mas por interesse em boquinhas e cargos.

Temos dois problemas nisso. Primeiro, o Brasil precisa de oposição. Claro, não esta oposição estúpida e extremista do PSDB/DEM/PPS. Precisamos de uma oposição séria e consciente, que possa servir como contra-peso ao governo. Já não temos isto e cada dia mais se torna mais difícil vislumbrar algo do tipo.

Segundo, até que ponto ainda podemos falar em um governo de esquerda? Hoje o PT não faz nada sem o PMDB, e cada vez mais agrega novos elementos à sua base e, em troca, faz concessões. Entregamos nossa política externa vibrante, desistimos de punir criminosos da Ditadura e agora até perseguimos as vítimas, a política econômica atual lembra a de FHC e, em geral, muito daquilo que Lula construíu pode ser desmontado - e ele também é grande responsável pela situação atual.

Mas, se alguém achava que não podia piorar, uma novidade interessante: Kátia Abreu, miss moto-serra, líder dos ruralistas, figura de extremíssima-direita e senhora de escravos também virará governista! Ela prepara sua ida para o PDB junto com Kassab, além de outros elementos do DEM e PPS.

Será que ela mudou de ideologia, abriu os olhos, virou uma pessoa decente... ou simplesmente acha que poderá influenciar o governo - que já abandonou a reforma agrária - a abandonar e criminalizar o MST?


Eu não duvidaria. Muitos petistas mais radicais defendem, ou ao menos justificam Sarney, Collor, acharam ótimo o Kassab chegar junto... Kátia Abreu é só mais um estágio da cooptação.

Também não duvido da defesa fanática que alguns petistas farão de tudo e virarão fãs de carteirinha da Kátia Abreu se for preciso. Afinal, a Dilma está por trás destas negociações e, segundo Jamil Murad, do PCdoB, pelo governo TUDO!

De higienista criminoso Kassab virará curinga do governo e de quebra levará a Kátia Abreu. Fazendo o papel de advogado do diabo, será que o Serra seria tão ruim, visto que sua base de apoio inteira está migrando pra de Dilma?

Eis a notícia da Folha de hoje:
Oposição deserta para partido de Kassab

Atalho para a adesão ao governo Dilma Rousseff, PDB atrai senadora Kátia Abreu e deputados de DEM e PPS

Se adesão de pelo menos 20 parlamentares for confirmada, bloco será quarta maior força da Câmara dos Deputados

DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA

A exemplo do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, a senadora Kátia Abreu (TO) deverá deixar o DEM junto com o prefeito Gilberto Kassab.
Idealizado por Kassab como atalho para adesão ao governo Dilma, o PDB (Partido da Democracia Brasileira), partido que planeja criar, não provocará desfalque apenas no DEM. Será o destino de parlamentares insatisfeitos, especialmente da oposição interessados em migrar para a base governista.
Confirmada a promessa de Kassab de levar ao menos 20 deputados para uma frente parlamentar em sociedade com o PSB, o bloco será quarta maior força da Câmara.
Segundo articuladores do movimento, o PPS, por exemplo, corre risco de perda de quatro dos 12 deputados, sendo dois deles da bancada paulista. A criação da nova sigla poderá sangrar partidos da base de Dilma, como PR, PTB e PP.
Em São Paulo, pelo menos dois vereadores do PSDB deverão se filiar ao PDB.
A adesão de Afif à debandada provocou reunião ontem entre aliados do governador Geraldo Alckmin. No Bandeirantes, o PDB recebeu apelido depreciativo: "partido da boquinha".
Articulação impôs ainda mudanças no xadrez político do Estado. Hoje no PSB, o deputado Gabriel Chalita abriu negociação com o PTB. Outro integrante do PSB interessado em concorrer à prefeitura, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), Paulo Skaf, flerta com o PMDB.
Alckmin se recusou a comentar. Kassab, por sua vez, enalteceu o gesto de Afif:
"Não vislumbro um projeto político estando em um partido e o Afif em outro".

SAÍDA ANUNCIADA
A saída da senadora Kátia Abreu já era esperada pela cúpula do DEM. A desconfiança foi reforçada após o alinhamento com o governo na votação do mínimo.
Anteontem, ela se absteve, enquanto seu partido defendeu um valor maior do que os R$ 545 aprovados. O filho da senadora, o deputado federal Irajá Abreu (DEM-TO), deverá acompanhá-la.
Como antecipou ontem a Folha, o novo partido será fundido futuramente ao PSB. Mas nem todos os filiados ao PDB serão obrigados a integrar o movimento. No momento da fusão, eles poderão procurar outra legenda.
Segundo aliados do prefeito, a maioria dos oito deputados federais por São Paulo deve seguir Kassab, à exceção de Jorge Tadeu Mudalen (2º secretário da Câmara) e Alexandre Leite.
Em resposta às movimentações, o DEM já está com dois pareceres jurídicos contrários à operação.0 (CATIA SEABRA, MARIA CLARA CABRAL, E RANIER BRAGON)
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