quinta-feira, 24 de março de 2011

Como acabar com o Terrorismo? Finja que ele não existe.

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O Comissário para a Segurança e Justiça da União Européia, Franco Frattini, é um daqueles seres que preferem censurar a atacar os problemas. E, pior ainda, não consegue sequer compreender a origem dos problemas que tenta atacar.

Como todos sabem, os maiores terroristas, hoje, são os EUA e os países membro da União Européia. Estes países invadem "intervém", influenciam, desrespeitam a soberania e exportam terrorismo para os demais países do mundo, mas se sentem pobres vítimas da resposta armada em seus territórios.

Meu objetivo aqui não é tratar do terrorismo em si, acredito que todos já saibam quem são de fato os reais terroristas, mas sim mostrar o quão ridículos são os políticos que fingem não compreender o mundo que os cerca e preferem apenas o caminho mais fácil, o de censurar a rede, de censurar os cidadãos.

Ao invés de compreender a gênese do terrorismo - a resposta aos atos das potências -, a solução encontrada pro Frattini para "acabar" com o terrorismo é simplesmente proibir que pessoas pesquisem o termo na internet ou o escrevam!

É realmente uma jogada de gênio! O terrorismo não irá acabar, mas apenas seremos impedidos de escrever sobre ele e de ler sobre na internet! Os Estados poderão dizer que acabaram com o Terrorismo, afinal, se você não pode encontrar nada sobre o assunto na rede, então não deve existir! Se não tem no Google, não existe de verdade!

Gênios!

Não, não é brincadeira, vejam no link da Reuters e em português.

"I do intend to carry out a clear exploring exercise with the private sector ... on how it is possible to use technology to prevent people from using or searching dangerous words like bomb, kill, genocide or terrorism,"
A solução para todos os problemas não é efetivamente atacá-los, entender o porque das pessoas procurarem por instruções de como fazer bombas, por exemplo, mas simplesmente fingir que o problema não existe apagando-os da internet!

Aliás, que eu saiba, antes da internet já existia terrorismo, bombas, atentados, genocídios... Novamente, a eterna imcompreensão do que significa e para que serve a internet, que nada mais é que um potencializador, um facilitador, e não a causa dos problemas do mundo.
“Atualmente a internet é um lugar estratégico para que grupos extremistas armados compartilhem informações , estabeleçam contatos e façam propaganda de suas atividades”
Fico me perguntando também como ficam os pesquisadores - e eu me incluo no grupo - cujos trabalhos tem relação com os termos proibidos. Ou mesmo como orgnaizações de direitos humanos e a própria ONU irão publicar online seus relatórios sobre genocídios, abusos e etc se os termos estarão censurados!?


Os gênios da União Européia - não surpreende se os EUA apoiarem entusiasticamente a proposta - devem achar que, proibindo o uso e a pesquisa destes termos, o mundo se tornará um lugar mais seguro... Mas será que eles mudarão seu modus operandi ou continuarão a, efetivamente, usarem táticas terroristas?


Os Estados continuarão a ter o privilégio de serem os únicos a fabricar e usar bombas contra o povo, sem resposta? Continuarão a cometer genocídios com apoio da chamada comunidade internacional sem que haja uma reação?


A solução para todos os problemas do Estado é sempre a censura. HADOPI, AI5Digital/Lei Azeredo, ACTA e tantos outros projetos que visam apenas garantir o privilégio de empresas, de conglomerados privados e do Estado, limitando o raio de ação e a liberdade do povo.
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