Condenar a violência ou condenar a história?
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A cada dia tenho mais certeza de que para a Esquerda Nacionalista (Abertzale) se tornar uma opção legal (e não real, pois isto já é) será preciso descaracterizá-la ao ponto de torná-la inócua.
Nada melhor para neutralizar um grupo do que apagar seu passado, do que obrigar ao repúdio deste passado. Cabem muitas verdades na história, mas mesmo as interpretações me parecem ter limites. Coisas como a decisão recente do Papa de retirar a culpa pela morte de Jesus dos judeus se encaixa como um clássico caso de falseamento da história.
Jesus era judeu e foi entregue/morto pelos judeus junto com os romanos. Pilatos lavou as mãos e a sentença foi decidida pelos judeus. Sim, trata-se de política, de falsear a história para conseguir se relacionar melhor com os judeus no presente, mas, ainda assim, é uma mentira.
Mentira que, se passar aos livros de história, se tornará uma verdade em poucos anos e aqueles fiéis à história serão considerados conspiradores e desviantes.
Pois bem, à Espanha não interessa a verdade. Fossas comuns com corpos de vítimas de Franco continuam fechadas, corpos continuam sem identificação, famílias continuam sem identificar e enterrar seus parentes e não há ou haverá qualquer punição. Preza-se pela mentira ou pelo esquecimento. Lembremo-nos que o PP jamais repudiou efetivamente a violência franquista e costuma se opor ativamente À retirada de símbolos franquistas das cidades espanholas, bascas, catalãs ou galegas.
O PP não abriu mão de seu passado fascista, mas, junto ao PSOE querem forçar a esquerda nacionalista a abrir mão de seu passado. Mas, ao contrário do passado fascista do PP, os Abertzales tem um passado glorioso e heróico, de gudaris valentes que defenderam acima de tudo sua pátria.
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