quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Mensalão: Jeitinho ou algo mais?

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Passou o momento do clímax no julgamento do Mensalão.

Está, até o momento, comprovada a existência de um esquema criminoso para a compra de apoio político para ajudar o governo Lula a aprovar suas medidas. Resta saber quais e quantos criminosos serão efetivamente postos na cadeia. E se membros graúdos do PT irão acompanhar na cadeia os peixes-pequenos já condenados.

Dirceu, Delúbio e Genoíno caíram.

Mas, no fim, todo este julgamento pouco importa. Não importa que o PT passou todo o tempo tentando justificar que não era Mensalão, mas Caixa 2, como se esta prática não fosse igualmente crime, nem que meia dúzia de petistas e aliados seja preso.

A prática do mensalão/Caixa 2 está consagrada e se perpetua, vide a compra do PTN pelo Paes no Rio - não surpreende que o PT esteja envolvido, já que é aliado entusiasmado do Paes. E no fim nada fará diferença, nem a condenação de metade do PT, do PP e de demais aliados caso a população não se importe.

O jeitinho brasileiro parece falar mais alto, assim como também a falta crônica de quadros na política  brasileira, em conjunto com o péssimo modelo de financiamento de campanhas que deixam os políticos virarem sócios de empreiteiros e demais empresas. O problema é o modelo e a mentalidade.

Não temos oposição séria. Tirando um Freixo e outros candidatos espalhados pelo PSOL, PCB, PSTU e mesmo um ou outro resistente do PT, em quem votar? Vejam São Paulo, onde as opções vão entre o medíocre e o perigoso, com Haddad, Serra e Russomano mostrando a total falência da política paulista. Agora, no segundo turno, temos a competição entre aliado do Malafaia e aliado do Maluf.

Na prática, PSDB e PT dificilmente serão muito diferentes. Haddad é financiado pelas mesmas construtoras que o PSDB e o PSDB é o mesmo que sempre foi higienista e não deixará de sê-lo.

Hoje é o PSDB com Malafaia em São Paulo, mas este bandido está com Dilma, assim como o PRB de Russomano e tantos outros.

Um aviso antes de mais nada, Haddad ganhando não significa que o povo apoia o PT e sim que o temor pelo Russomano e o repúdio ao Serra são maiores, não é um voto de confiança no PT e sim um voto de desconfiança nos demais.

Estamos neste ponto em que votamos para evitar um mal e não porque concordamos com o candidato que "escolhemos" por livre e espontâneo desespero. O Mensalão não parece ter tocado o PT, e as razões, repito, são várias. Acredito ter alencado algumas. Não temos opção, o modelo é um lixo e "tirar vantagem" nem sempre é mal visto pela população.

População esta que mora em favela, ganha 291 reais, mas virou classe média.
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