quarta-feira, 19 de junho de 2013

6º Protesto Movimento Passe Livre (MPL) - E a revolta não será contida!

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Chegamos na sexta grande, imensa manifestação contra o aumento das tarifas, com novas pautas sendo acrescentadas, como a luta contra a PEC37, conhecida como o Golpe do PT no Ministério Público, e contra a "Cura Gay", outro presente do PT, via aliado Marco Feliciano.

O clima na cidade - e imagino que no país - está interessante. Vibrante. Diferente. Bastava caminhar pelas ruas pouco antes da manifestação para ver que era o assunto principal das rodas de conversa, de camelôs a engravatados: E todos diziam que iriam para a Sé.

E imagino que tenham ido, pois a manifestação estava mais uma vez lotada e pacífica, animada. E foram até a Paulista em paz.
Ponto negativo ainda na Sé foi a presença de uma quantidade ridícula de bandeiras da UNE, grupo de pelegos sem qualquer legitimidade que não deram as caras em NENHUMA manifestação anterior. Nesta chegaram a querer tomar a frente. A cara de pau do PSeudoB e do PT parece não ter fim.

Mas fora isso, muita alegria nas escadarias da Sé e muitas manifestações diversas que pareciam ter se juntado em busca de visibilidade. Infelizmente um ou outro manifestante no estilo #classemediasofre reclamando de impostos ou mesmo falando de Mensalão, mas eram minoria absoluta. Em geral muitos cartazes bem humorados, reivindicativos, atacando Haddad, Alckmin e Dilma e exigindo direitos e que os políticos que elegemos obedeçam aos eleitores.

O grosso da marcha se dirigiu à Paulista, mas outro grande grupo foi para a frente da prefeitura. Fui com o segundo. No início tudo pacífico, até que a multidão começou a diminuir, pois também resolveram caminhar até a Paulista, e foi aí que o trabalho dos P2, dos agentes infiltrados da PM começou.

Gostaria de deixar claro que o Black Bloc não teve nada a ver com os atos na prefeitura de SP, como foi noticiado na Rede Record. Isto inclui o cara de branco quebrando os vidros da prefeitura, e incitando os manifestantes a fazerem o mesmo. Através de nossas pesquisas, o nome do mesmo é Tiago Ciro Tadeu Faria, o cara que rasgou os votos da apuração das escolas de samba no carvanal de SP em 2012.
Um grupo tentou invadir a prefeitura e, não conseguindo, se limitou a apedrejá-la.

Um carro da Record foi apedrejado e queimado ao lado da prefeitura e começaram as depredações às duas agências do Itaú na Praça do Patriarca, do lado da prefeitura e os saques à lojas, que foram destruídas. 


A Força Tática tentou conter os saques, mas foi afugentada pela turba. Foi um momento de sentimentos conflitantes, pois a Força tática estava APAVORADA e querendo fugir, o que não tem como não alegrar qualquer um que já apanhou dos bandidos de farda, mas ao mesmo tempo passavam uma efêmera sensação de segurança, pois no meio dos manifestantes, além dos P2, havia forte presença de bandidos de rua que ameaçavam jornalistas e queriam roubar nossas câmeras.


Em dado momento, uma das agências do Itaú começou a pegar fogo e logo em cima há uma ocupação, em um antigo hotel. O desespero tomou conta. Este incêndio foi sem dúvida criminoso e motivado por infiltrados. Até aquele momento a ocupação apoiava de forma entusiasmada a manifestação, depois do incêndio ser contido, da chegada dos bombeiros, e do prédio ter sido semi-evacuado, moradores descontrolados ameaçaram manifestantes até com uma foice! 

A pancadaria foi breve, mas a região ficou muito tensa. A raiva passou a ser direcionada aos fotógrafos, e tivemos de ser escoltados pelos bombeiros para sair de lá.

O Choque apareceu, soltou algumas bombas, percorreu o centro, mas depois do incêndio na ocupação o grosso já havia dispersado. Segui então para a Paulista, e a Augusta estava tomada por gás. Depois de algum confronto, o choque recuou.

A ordem do governo foi claro: A PM não deve intervir a não ser em último caso. Ou nem isso. Apesar dessa constatação, enquanto subia a Augusta para tentar ir embora, encontrei um grupo que tentava tirar um grande vaso do meio da rua e liberar o trânsito, quando três viaturas em alta velocidade passaram por nós. Uma parou e de lá saíram 3 PM's com pistolas, ou seja, com munição real, e apontaram para o grupo. Conversei com a PM, com câmera em punho, que não eram "vândalos", mas tentavam liberar o trânsito. Finalmente se acalmaram.

Na Paulista os saques aconteciam na frente da PM, que nada fazia.

E eu consigo entender a razão, Alckmin não é burro. Depois da violência policial da semana passada a opinião pública ficou totalmente contra o governo que decidiu "dar o troco", fazendo sumir a PM na certeza de que, depois, poderia anunciar que "o povo não quis a PM, viram o que aconteceu?".

Felizmente a opinião pública continua o nosso lado, o tiro saiu pela culatra. 

A intransigência da prefeitura e do governo em negociar irá lhes custar caro. Quinta há mais uma manifestação convocada, 17h na praça do ciclista, na Paulista.  Está claro que a insatisfação popular chegou ao limite e a violência tende a piorar e a culpa é de Alckmin e de Haddad.
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