segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Conservadorismo: Os próximos 4 anos serão duros, vença quem vencer.

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O PT quase desapareceu em alguns estados, como PE e DF e teve votação muito menor e menos eleitos que nas eleições passadas. Caiu de 88 para 70 deputados. Ao passo que o PSDB subiu (44-55) e houve uma explosão de partidos nanicos aparecendo.

Vamos nos lembrar qual era o discurso dos petistas fanáticos pra justificar todo e cada recuo vergonhoso: Governabilidade. O PT não teria grande bancada, logo, está justificado e aceito todo recuo.

Agora será pior. Com bancada ainda menor (por escolha do PT, aliás, que perdeu votos tanto do eleitor enojado quanto por ter aberto mão de vagas para apoiar bandidos como Collor ou Katia Abreu) os recuos serão maiores e as justificativas nojentas da "Militância" idem.

Mas porque o PT recuou tanto? São vários os fatores, mas imagino que os principais seriam:

- Guinada para a direita afastou eleitorado de esquerda, além da campanha suja petista que afastou outros tantos
- Protesto de junho e repressão durante a Copa (o número de votos nulo, branco e abstenções em estados como Rio e SP foi enorme, o que denota um cansaço do eleitorado)
- Apoio do PT a candidatos milicianos e bastante duvidosos (no Rio em especial, os Tatto em SP, etc)
- Apoio do PT a candidatos abertamente fascistas, como Katia Abreu ou Collor, ou ainda Lobão Filho, Helder Barbalho, etc o que, no fim, diminui a visibilidade do PT e também afasta o eleitorado de esquerda
- O PT lançou candidatos fracos em estados como São Paulo e Santa Catarina (dentre outros) o que diminuiu a visibilidade/atratividade dos demais candidatos a deputados
- Um esgotamento natural do lulismo/petismo

A maior parte dos fatores me parecem ter a mesma origem, que é o lulismo de coalizão empurrando o partido inexoravelmente para a direita e mesmo o apoio a fascistas e gente de extrema-direita. Curiosamente, candidatos de extrema-direita como Telhada ou Bolsonaro tiveram votações incríveis, e isso se explica pelo antipetismo que, em parte, cresce pelo ódio da cooptação feita pelo PT de elementos tradicionais da direita.

É uma verdadeira salada.

O fato é que se os últimos 4 anos de Dilma foram ruins, os possíveis próximos 4 serão piores, pois serão mais partidos irrelevantes para acomodar, mais fascistas para obedecer e mais espaço para a desculpa esfarrapada da "governabilidade" para justificar cada recuo vergonhoso.

Vejam bem, as alianças e o modo de fazer política do PT são os grandes responsáveis pela bancada ter diminuído e do partido ter (sic) que aprofundar ainda mais tais alianças e, logo, o conservadorismo. O militante fanatizado, aliás, é o grande responsável por isso, por aplaudir recuos e justificá-los, alienando assim parte considerável do eleitorado que simplesmente não aceitou calado.

E não se enganem, parte considerável dos votos de Marina e acredito que uma parte dos que Aécio terá (além de muitos votos nulos e abstenções) vieram e virão de eleitores que outrora votavam ou votariam no PT, mas que se sentem enojados pelas práticas políticas do partido.
O PT e o governo achavam que poderiam alimentar uma cultura de direita e, ao mesmo tempo, angariar os votos dos eleitores da direita histórica. Erro brutal (e que não começou agora, mas há anos!). Cometeram um crime contra as lutas emancipatórias. A possível vitória do Aécio deve ser colocada na conta do próprio governo, dos partidos e das lideranças políticas de sua base. Rogério Junqueira
Se depois de tudo isso o PT não conseguiu entender o recado, então é apagar a luz e fechar a porta.
 
Claro que 4 anos de Aécio é uma opção igualmente terrível. O PSDB dispensa comentários em seu modo privatista de governar. Obviamente meu texto não tem por objetivo sensibilizar ou alcançar eleitores tradicionais do PSDB.

enfim, fugir para o Uruguai parece uma opção válida e até correta nessa altura do campeonato - em São Paulo mais ainda com Alckmin reeleito direto, pese a nulidade que era o Padilha, e a água acabando.

Só espero que quando a água acabar não venham reclamar pelas escolhas que acabaram de fazer.
Um PT com 18 deputados a menos e qualitativamente pior.
Um Congresso fracionado numa miríade de partidos e de perfil ainda mais conservador e fisiológico.
Uma presidente (se vier a ser eleita) com a pior votação desde que o PT conquistou a presidência da República.
Moral da história: tudo o que você viu até agora sobre a tal governabilidade será brincadeira de criança quando comparado ao que está por vir, para deleite do PMDB. Gustavo Gindre
Lista do Congresso em Foco:
Partido – Número atual de deputados – Total de eleitos
PT – 88 – 70
PMDB – 71 – 66
PSDB – 44 – 55
PP – 40 – 37
PSD – 45 – 37
PR – 32 – 34
PSB – 24 – 34
PTB – 18 – 26
DEM – 28 – 22
PRB – 10 – 20
PDT – 18 – 19
SD – 22 – 16
PSC – 12 – 12
Pros – 20 – 11
PPS – 6 – 10
PCdoB – 15 – 9
PV – 8 – 8
Psol – 3 – 5
PHS – nenhum – 4
PEN – 1 – 3
PMN – 3 – 3
PTN – nenhum – 3
PRP – 2 – 2
PTC – nenhum – 2
PSDC – nenhum – 2
PRTB – nenhum – 1
PSL – nenhum – 1
PTdoB – 3 – 1
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