sexta-feira, 8 de outubro de 2010

PT, Ignorância, Pastores e o Movimento Social

Pin It
Este post nasce de um comentário no blog do Vi o Mundo: "Paulo Moreira Leite: Que tal abortar a hipocrisia?", sobre aborto, Marina, PV e eleições.
---

Grande problema é a ignorância. Seja a natural ou a imposta por pastores.

E, do outro lado, a completa falta de mobilização e profissionalismo do governo e de seus assessores.

A TFP tem site completo dizendo o que quer do PNDH-3. Mentiras e mais mentiras. E o que há do lado do governo e dos Movimentos Sociais? Nada.

Participei do Fórum em Defesa dos DH/PNDH-3 daqui de São Paulo e o máximo que produzimos foi um blog. Nos manifestamos umas duas vezes, mas sempre com poucas pessoas e porque? Porque não há mobilização da esquerda em defesa de seus interesses?

A chegada do PT ao poder acomodou os movimentos sociais, que acharam que tinham um governo "deles" e que estava tudo resolvido. Não estava e não está. O governo não é só do PT, também tem gente do PP, do PR, do PRB... Partidos dos mais conservadores e retrógrados do país. E também o PMDB, um balaio de gato que agrega de Requião à família Sarney.

O jogo não está ganho, está muito disputado e, em muitos casos, a esquerda está perdendo.

O segundo turno é reflexo disso.

Nem Lula foi capaz de eleger a Dilma no primeiro turno.

E não porque Marina seja fantástica, ela não é.

É um bastião do atraso, mas que soube agregar, de alguma forma, desde as forças mais conservadoras do neopentecostalismo brasileiro, até uma parcela da juventude riquinha do eixo Leblon/Jardins, além de alguns gatos pingados com algum conteúdo que resolveram ser enganados pelo discurso verde e fechavam os olhos para seu medievalismo evangélico.

Enfim, faltou aos movimentos sociais pressionar e ao governo passar sua mensagem. Não adianta se concentrar só no Lula e achar que nada mais é necessário.

Os boatos estão aí e custaram à Dilma a eleição no primeiro turno e, se brincar, até mesmo o governo.

Estes pastores e padres fanáticos precisam ser parados, e só a força da mobilização da esquerda pode tornar isto possível.

Mas tem uma coisa que acho engraçado, e que também contribuíu para o fracasso no primeiro turno (fracasso relativo, claro), que é o sectarismo de alguns quadros próximos ao PT. querem apagar a crítica, vender a perfeição de um governo imperfeito.

Alguns tentam constranger os eleitores do Plínio e do PSOL.

Desde atacando o tamanho do partido - como se o PT tivesse nascido gigantesco e mesmo como se os Psolistas não tivessem vindo do próprio PT- até acusando-o de fazer um suposto jogo da direita, algo que já comentei por aqui.

Enquanto a boataria, Marina, os evangélicos e a própria ineficiência do PT e de sua militância em manter a dianteira folgada foram os grandes responsáveis pelo segundo turno, alguns acusam o PSOL de dividir a esquerda e outras besteiras.

Oras, não são as eleições o momento de apresentar programas e propostas, de discutir alternativas? O PSOL era uma das raras forças com este potencial, enquanto PSDB se perdia, Marina defendia um neopentecostalismo verde e o PT se baseava exclusivamente no papo de "continuidade", sem, porém, apresentar novidades.

O que nos resta agora é a necessidade urgente de re-mobilizar os movimentos sociais e buscar pressionar o govnero e a candidatura de Dilma a não retroceder mais. É preciso combater com força e coragem as forças retrógradas da sociedade e não ceder jamais.

*Ilustração do blog "O Comunista Ateu".
------