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Grande problema é a ignorância. Seja a natural ou a imposta por pastores.
E, do outro lado, a completa falta de mobilização e profissionalismo do governo e de seus assessores.
A TFP tem site completo dizendo o que quer do PNDH-3. Mentiras e mais mentiras. E o que há do lado do governo e dos Movimentos Sociais? Nada.
Participei do Fórum em Defesa dos DH/PNDH-3 daqui de São Paulo e o máximo que produzimos foi um blog. Nos manifestamos umas duas vezes, mas sempre com poucas pessoas e porque? Porque não há mobilização da esquerda em defesa de seus interesses?
A chegada do PT ao poder acomodou os movimentos sociais, que acharam que tinham um governo "deles" e que estava tudo resolvido. Não estava e não está. O governo não é só do PT, também tem gente do PP, do PR, do PRB... Partidos dos mais conservadores e retrógrados do país. E também o PMDB, um balaio de gato que agrega de Requião à família Sarney.
O jogo não está ganho, está muito disputado e, em muitos casos, a esquerda está perdendo.
O segundo turno é reflexo disso.
Nem Lula foi capaz de eleger a Dilma no primeiro turno.
E não porque Marina seja fantástica, ela não é.
É um bastião do atraso, mas que soube agregar, de alguma forma, desde as forças mais conservadoras do neopentecostalismo brasileiro, até uma parcela da juventude riquinha do eixo Leblon/Jardins, além de alguns gatos pingados com algum conteúdo que resolveram ser enganados pelo discurso verde e fechavam os olhos para seu medievalismo evangélico.
Enfim, faltou aos movimentos sociais pressionar e ao governo passar sua mensagem. Não adianta se concentrar só no Lula e achar que nada mais é necessário.
Os boatos estão aí e custaram à Dilma a eleição no primeiro turno e, se brincar, até mesmo o governo.
Estes pastores e padres fanáticos precisam ser parados, e só a força da mobilização da esquerda pode tornar isto possível.
Mas tem uma coisa que acho engraçado, e que também contribuíu para o fracasso no primeiro turno (fracasso relativo, claro), que é o sectarismo de alguns quadros próximos ao PT. querem apagar a crítica, vender a perfeição de um governo imperfeito.
Alguns tentam constranger os eleitores do Plínio e do PSOL.
Desde atacando o tamanho do partido - como se o PT tivesse nascido gigantesco e mesmo como se os Psolistas não tivessem vindo do próprio PT- até acusando-o de fazer um suposto jogo da direita, algo que já comentei por aqui.
Enquanto a boataria, Marina, os evangélicos e a própria ineficiência do PT e de sua militância em manter a dianteira folgada foram os grandes responsáveis pelo segundo turno, alguns acusam o PSOL de dividir a esquerda e outras besteiras.
Oras, não são as eleições o momento de apresentar programas e propostas, de discutir alternativas? O PSOL era uma das raras forças com este potencial, enquanto PSDB se perdia, Marina defendia um neopentecostalismo verde e o PT se baseava exclusivamente no papo de "continuidade", sem, porém, apresentar novidades.
O que nos resta agora é a necessidade urgente de re-mobilizar os movimentos sociais e buscar pressionar o govnero e a candidatura de Dilma a não retroceder mais. É preciso combater com força e coragem as forças retrógradas da sociedade e não ceder jamais.
*Ilustração do blog "O Comunista Ateu".