quinta-feira, 14 de abril de 2011

Protesto pró-Bolsonaro na Paulista: Folha defende neonazistas de forma descarada

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Vale um aparte, sobre a cobertura vergonhosa do jornal da "Ditabranda" do protesto de fascistas e neonazis na Paulista. De início, é interessante notar que entrevistaram fascistas, mas não procuraram ninguém da esquerda para comentar.

Não basta terem sido ponta de lança no ódio fascista logo após a eleição, agora defendem abertamente os neonazistas. Vejam o trecho:
Os cerca de 100 policiais presentes na área não impedem episódios pontuais de violência. Um manifestante do "time Bolsonaro" foi hostilizado por estar próximo ao grupo contrário ao deputado. Ele tomou um tapa ao tentar fugir. Seu agressor estava mascarado.
Um não, mas VÁRIOS manifestantes do "time neonazista" (sejamos claros, Folha) tentaram se aproximar para PROVOCAR o outro lado e, pois estes que se aproximavam eram violentos, revidavam agindo em LEGÍTIMA DEFESA enquanto o marginal corria de volta em triunfo, sendo ovacionado pelos neonazis sorridentes.

Alguns punks estavam mascarados, assim como criminosos do outro lado, dos pró-Bolsonaro, um deles inclusive foi preso. Do lado dos pró-Bolsonaro se encontravam além dos grupos tão decentes que já mencionei, uma figura com prisão decretada por homicídio, um dos responsáveis por atacar gays com lâmpadas na paulista em liberdade condicional e um (talvez dois) responsáveis pela bomba na Parada Gay do ano passado.

Todos estes foram presos pelo DECRADI no fim do protesto.

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Update 14/04, 12:56: Como tem gente com problemas de interpretação (vejam os comentários do tal "Fred"), explico que o "Todos" se refere aos alencados acima: A "figura com prisão decretada, um dos responsáveis por atacar gays com lâmpadas na paulista em liberdade condicional e um (talvez dois) responsáveis pela bomba na Parada Gay do ano passado".

Mas o mais engraçado é defensor de Nazi-Fascista falando em justiça, processo, cadeia... Sem ser da perspectivade quem está ATRÁS das grades.

Ah, e a polícia levou ao menos 6 nazi-fascistas, todos devidamente gravados. Se quer processar alguém, amigo, aprenda a contar primeiro.
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Os neonazis e fascistas foram revistados, identificados e levados para a delegacia.

Mas este outro trecho da Folha é simplesmente criminoso. Não dura nem um segundo a mentira e tanto a mídia - e provavelmente algum fotógrafo do jornal - quanto jornalistas independentes tiraram fotos que provam:
Entre os pró-Bolsonaro, há apenas duas mulheres. Nenhum negro. Do outro lado, a divisão de gêneros é maior, embora haja pouca participação de negros.
Na verdade vi pelo menos 4 garotas, duas delas que constantemente gritavam que os do outro lado eram maconheiros e etc, uma que segurava uma bandeira de São Paulo e outra que andava com dois neonazis extremamente mal encarados e perigosos. Mas havia sim negros. Basta ver a foto seguinte (aliás, os fascistas/Carecas posaram para fotos gritando aos jornalistas que o protesto tinha negros e nordestinos, que não eram racistas).
"Nenhum negro" by Folha de são Paulo, o jornal da Ditabranda
Do outro lado, vejam a nação branca da Folha (na segunda foto vemos inclusive uma importante liderança negra, com quem militei no Fórum em Defesa do PNDH3:

Jornalixo tendencioso em prol do neonazismo.

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O Bruno ribeiro (@brsamba), via Twitter, trouxe um questionamento interessante:
"Um dos maiores equívocos em relação ao jornalismo é dizer que ele não pode tomar partido. Ele não apenas pode, como deve. Quando há um grupo assumidamente nazifascista e outro defendendo os Direitos Humanos no mesmo protesto, um jornal não pode lavar as mãos. Não é o que faz a #Folha na cobertura do ato de hoje no Masp. Ela não diferencia os grupos e chega a equipará-los: http://is.gd/TDcvjg. O Código de Ética da profissão é claro: jornalistas devem SEMPRE estar ao lado dos Direitos Humanos e contra qualquer tipo de opressão. Escrever com ''equilíbrio'' e ''isenção'' sobre uma marcha nazifascista é ser conivente. Jornalistas têm o dever de repudiá-la. É crime."
Impecável. 
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