sexta-feira, 12 de junho de 2009

USP Invadida: Mídia

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Coleção de Links sobre a invasão da USP.

Primeiro, uma coleção de links da Folha de São Paulo. Ontem, se limitaram a publicar a visão opressora da Reitoria, hoje, resolveram notar que existe um outro lado, o atacado e violentado (ainda que com exceções notáveis):

Tendências/Debates: A Universidade não é caso de polícia - Vladimir Safatle

Matéria: Reitora da USP diz que não deixará o cargo

Entrevista: Para o Professor Dalmo Dallari, é um radicalismo fora de moda

* Fica a questão, o Dalmo Dallari está gagá ou depois de velho resolveu repudiar todo o seu passado? Apoiara invasão da PM dentro de um campus universitário sobre a falsa premissa de proteção à patrimônio público é absurdo! Quem ameaçou patrimônio ao protestar no meio da rua com piquetes contra a PM e a reitora - dentre outros itens da pauta de reivindicações? *

Entrevista: Reitora não tem mais condições de continuar, dis Olgária Matos

Cronologia

A Folha é fechada a não assinantes, logo, alguns dos links acima podem ser lidos no Blog do Favre, aqui, aqui e aqui. As duas matérias "fechadas" copio no fim desse post.

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Do Movimento USP em Greve:

Coletânea de vídeos

MELHOR VÍDEO: http://www.youtube.com/watch?v=umPd5Sz9tjQ (Mostra todas as etapas da manifestação, inclusive o início do confronto)
http://www.youtube.com/watch?v=zYnvT4nqK3M (Discussão inicial com os polícias)
Cobertura da Mídia:
Vídeos Diversos do You Tube:
http://www.youtube.com/watch?v=SF71x_cMWy0 (mostra um pouco o começo do confronto)
http://www.youtube.com/watch?v=hGNkrT0Mu9U (PM avançando e jogando bombas na rua da Educação)
http://www.youtube.com/watch?v=spu3ADUnJmc (PM avançando e jogando bombas na rua da Educação 2)
http://www.youtube.com/watch?v=xwL-b6LUOb4 (PM avançando e jogando bombas na rotatória antes da reitoria)
http://www.youtube.com/watch?v=rygFRO_yvoo (prisão do Claudionor Brandão e discussão com o coronel Claudio Lengo)
http://www.youtube.com/watch?v=PC37Kv-Jfiw (professores tentam conversar com a polícia em frente da História e Geografia e são recebidos a bala)
http://www.youtube.com/watch?v=FzX_Zh-tvBs 9 (Prof. Luiz Renato Martins fala em assembléia dos estudantes)
Atividades da Semana que vem - História

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Agora, o mais bombástico, Serra, de fato, está envolvido até o pescoço!

Essa merece ir na íntegra!

Via Tulio Vianna e também no Biscoito Fino:

Comandante tinha ordem para prender líderes da greve na USP

Antonio Arles enviou-me o vídeo abaixo, alertando-me para um fato que passou despercebido pelos jornalões (ou teriam simplesmente tentado esconder?): o comandante da operação na USP Cláudio Lobo declarou para a rede Globo (aos 2 min do vídeo):

“Existe uma ordem pra prender alguns líderes que estão incitando esta greve. A juíza expediu uma ordem de reintegração de posse e liberdade de ir e vir. Eles não estão acatando.”

Como assim ordem de prisão?

A ordem de reintegração de posse tem natureza civil e, portanto, jamais ordenaria a prisão de quem quer que seja. A juíza cível, aliás, é incompetente para ordenar prisões, salvo no caso de pensão alimentícia.

Então havia duas ordens: uma da juíza (de reintegração de posse) e outra de prisão. O comandante não deixa claro quem deu a ordem de prisão e a repórter lamentavelmente perde a oportunidade de fazer a pergunta-chave: de quem foi a ordem de prisão, comandante?

Como até o momento ninguém noticiou a existência de uma ordem de prisão por parte de um juiz criminal e não há nada na lei que a justificaria, somos obrigados a concluir que esta ordem partiu dos superiores hierárquicos do comandante.

É claro que nenhum coronel da polícia militar em sã consciência daria uma ordem desta repercussão sem consultar antes o Secretário de Segurança, que por sua vez certamente consultaria o Governador do Estado.

É bom lembrar que uma eventual ordem de prisão dada por quem quer que seja na polícia ou no governo do estado para prender líderes de uma manifestação política é absolutamente ilegal, pois a Constitução da República garante em seu art.5º, LVII, que:

“ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.”

Como não havia ordem judiciária, pois juiz cível não é competente para expedir mandado de prisão, e não se tratava de flagrante delito, pois a greve é direito garantido constitucionalmente, logo, é preciso investigar:

1. quem deu a tal ordem de prisão dos líderes da greve?
2. qual o fundamento jurídico da tal ordem de prisão?
3. a legalidade desta ordem de prisão.

Vamos aguardar as cenas do próximo capítulo e a atuação dos “jornalistas investigativos” e do Ministério Público do Estado de São Paulo na apuração dos fatos.
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Cronologia (Folha SP):
ENTENDA O CASO

Crise na USP já se arrasta há mais de um mês

Cronologia

5.mai
>> Funcionários entram em greve, iniciam piquetes e bloqueiam prédios

25.mai
>> Estudantes invadem a reitoria e a desocupam poucas horas depois

27.mai
>> Funcionários decidem fazer piquetes em frente à reitoria

1.jun
>> 150 PMs ocupam a USP para liberar prédios

2.jun
>> Funcionários grevistas bloqueiam a entrada da reitoria e de outros prédios

3.jun
>> 150 PMs voltam ao campus e dizem que só vão embora com o fim dos piquetes

5.jun
>> Professores e alunos aderem à greve dos funcionários

Reivindicações

SALARIAS
Funcionários pedem 16% de reajuste mais incorporação imediata de R$ 200

O que diz o Cruesp (conselho de reitores)
Oferece 6,06% de aumento

POLÍTICAS
Readmissão do ex-funcionário Claudionor Brandão, que é sindicalista. Segundo o sindicato, a demissão ocorreu pelo exercício de atividade sindical. A USP diz apenas que a demissão foi por justa causa.
Fim de processos administrativos contra estudantes e funcionários que atuam em greves

O que diz o Cruesp
Afirma que não pode decidir sobre a questão da readmissão

EDUCACIONAIS
Fim da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), que deve ter sua primeira prova no próximo semestre para cursos de graduação a distância

O que diz o Cruesp
Cursos a distância democratizam o ensino

Matéria (Folha SP):
Reitora da USP diz que não deixará o cargo Não abandonarei a responsabilidade que me foi atribuída por aqueles que me elegeram, afirma Suely Vilela sobre pedido de renúncia

Professora diz que greve tem apoio de 10% dos funcionários e que a presença da PM no campus é para assegurar direito dos demais

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

"Eu não abandonarei a responsabilidade que me foi atribuída por aqueles que me elegeram e que continuam me apoiando." Assim a reitora da USP, Suely Vilela, 55, professora titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, respondeu à pergunta sobre se pensa em renunciar ou em abandonar o cargo máximo na hierarquia universitária, conforme exigem as entidades de professores, estudantes e funcionários.
Dois dias depois dos violentos confrontos que opuseram, de um lado, a PM e, de outro, estudantes e funcionários, em pleno campus da universidade, na zona oeste de São Paulo, e que deixaram um saldo de dez feridos, a reitora concordou em conceder entrevista à Folha. Quis que as perguntas lhe fossem enviadas por e-mail e pelo mesmo meio respondeu a elas ontem às 21h53.
Face à pergunta "Acredita que a PM cometeu excessos?", a reitora não respondeu nem sim nem não. Disse apenas: "A manifestação transcorria pacificamente até que um pequeno grupo partiu para provocações e confronto com os policiais".
Vilela apresentou seu balanço do atual movimento de estudantes, professores e funcionários. Segundo ela, "a maioria está em franco desenvolvimento de suas atividades. As aulas estão sendo ministradas regularmente, assim como as pesquisas se desenvolvem dentro da normalidade". Para a reitora, "10% dos servidores não docentes, de um universo de 15 mil funcionários, paralisaram suas funções" e "apenas três unidades tiveram suas atividades parcialmente afetadas".
Vilela justificou a presença da polícia no campus: "Tem como objetivo o cumprimento de decisão judicial de reintegração de posse".
Segundo ela, a Justiça também considerou ilegais os piquetes de greve. Ela citou a decisão da juíza que concedeu a liminar, para a qual "proibir o acesso de servidores, estudantes e do público em geral aos edifícios da universidade "é inconstitucional'".
A reitora afirmou que "sempre esteve aberta ao diálogo, tanto que nunca se furtou, em nenhuma situação, a dialogar com professores, alunos e funcionários". As negociações estão suspensas desde o último dia 25, quando a reitora disse que não conversaria mais com as entidades enquanto houvesse piquetes no campus.
A entrevista encerrou-se com a reitora prometendo não "sucumbir a pressões de pequenos grupos que sobrepõem questões de caráter estritamente políticos aos objetivos e à missão da universidade".
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