"A polícia não cometeu nenhum exagero e obedeceu a uma ordem judicial. A reitora pediu, e o juiz determinou que a PM entrasse para assegurar o livre ingresso e saída da universidade"
José Serra, Comandante da Invasão
Via Joildo Santos:
Na próxima terça-feira 16/06 acontecerá na FFLCH/USP um ato de repúdio à repressão na USP com a participação de Antonio Candido de Mello e Souza e Marilena Chauí. Acontecerá no Anfiteatro da Geografia e começa as 10hs
É nesses momentos que demonstramos nossa indignação com atitudes que buscam intimidar o livre exercício do direito de manifestação.
O uso de violência para dissolver a/o greve/protesto não é plausível tendo em conta que os manifestantes não representavam nenhuma ameaça à força policial que tinha potencial ofensivo e equipamento para controlar eventuais excessos.
O que se espera é dialogo o que de fato não ocorreu e culminou naquela barbárie que todos viram.
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Comunicado da FFLCH sobre a Repressão:
"COMUNICADO
Diante da gravidade dos acontecimentos ocorridos no campus da USP, na tarde de 09/06/2009, a Direção da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, as chefias de Departamentos e as Presidências das Comissões Estatutárias, reunidas em 10/06, vêm a público para manifestar o seguinte:
1. Por volta das 17hs, mesmo com a tentativa de mediação da direção da FFLCH junto ao comandante do efetivo da PM, bombas de efeito moral foram atiradas sobre o estacionamento do prédio de Geografia e História, tendo seus gases invadido o edifício, onde se encontravam muitos professores, alunos e funcionários de nossa unidade.
2. Independente das causas que tenham originado tal atitude, esta se constituiu numa agressão física e moral à Faculdade. Não podemos aceitar passivamente um ato violento que agrida um espaço que foi constituído para o pensamento e reflexão.
3. Inquieta-nos o fato de ser a primeira agressão direta sofrida pela faculdade desde 1968. Acreditamos ser urgente encontrar formas de reabrir o diálogo de modo a permitir que os meios tradicionais e próprios da comunidade universitária de resolver conflitos se imponham sobre a força.
4. A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas em seus 75 anos de história conseguiu se transformar num patrimônio cultural do Brasil. É responsabilidade de todos nós, professores, alunos e funcionários da USP, encontrarmos meios de afastar todas as formas de violências do campus para preservar a Universidade como um espaço plural e democrático de geração e transmissão do saber.
Profa. Dra. Sandra Margarida Nitrini
Diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas"
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Serra, o Comandante da Invasão da USP:
"As cenas de violência indignaram toda a comunidade universitária e a greve se ampliou. Os professores decidiram em assembléia que só voltam a dar aulas quando a polícia deixar a universidade. Diante do protesto e da indignação geral da sociedade contra a repressão, o governador José Serra (PSDB) justificou a ação da polícia dizendo que ela estava ali “apenas garantindo uma ação de reintegração de posse”.
Segundo os líderes da greve, o governador está mentindo. Não há posse nenhuma a ser reintegrada. Nenhum prédio público foi ocupado. O que os grevistas vinham fazendo eram os piquetes comuns em todas as greves. A polícia foi acionada não para garantir reintegração de posse, mas para tentar dissolver a greve com violência, informaram os funcionários Ao invés de negociar, o que Serra passou a fazer foi tentar acabar com a greve reprimindo os trabalhadores, denunciam os organizadores do movimento.
A violência com que a PM agiu sobre os estudantes e funcionários foi, ao contrário do apresentado pelo governador, não uma ação determinada pela Justiça, mas diretamente comandada por ele que implantou na USP um verdadeiro estado de sítio. A partir de agora, o movimento agrega às reivindicações iniciais, a exigência da saída da reitora, Suely Vilela, e do governador José Serra."
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A Grande Mídia entrega Serra, via PHA:
Saiu na Folha (*), pág. C4:“Serra afirma que Polícia Militar não exagerou no confronto… A mobilização, queixa-se (Serra), é alimentada pela imprensa, que, na sua opinião, deu destaque excessivo a um conflito iniciado por cem pessoas.”
Saiu no Estadão, pág. A18, reportagem de Renata Cafardo:
“Reitora se comportou de forma diferente em 2007. Na 1ª. greve que enfrentou, Suely Vilela impediu que PM interviesse, o que teria gerado críticas de Serra… Um ano depois, em evento com reitores, o governador a teria cumprimentado e dito: ‘Este ano, a senhora não vai deixar invadirem a reitoria novamente, não é ?’, contou uma professora que não quis que seu nome fosse publicado.”