sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Praça Roosevelt: Abandono, descaso e egoísmo

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Trago novamente à tona um assunto que, por motivos óbvios, me interessa bastante: A Praça Roosevelt.

Hoje, conversando com alguns comerciantes e moradores vi que existe de fato um medo tremendo de que a Praça volte a ser o que era há alguns anos, um lugar abandonado, sem vida, perigoso.

Pelo que eu pude apurar, o prefeito (sic) Kassab proibiu a colocação de mesas nas ruas da praça depois que um grupo de cerca de 40 moradores entregou ao ministério público um abaixo-assinado exigindo que o barulho proveniente dos bares e teatros tivesse fim, ou seja, que as mesas fossem proibidas.

Isto, por si só fez com que a frequência diminuisse bastante. Somem também a tentativa de assassinato do Bortolotto e o assassinato de um mendigo na praça em plena luz do dia e teremos um quadro bastante desanimador.

Segundo ouvi, a frequência média está mais de 40% abaixo do normal para esta época do ano. Fevereiro, na verdade, será o divisor de águas, pois os teatros reabrirão - e não só seus bares e bares vizinhos - e veremos o quanto a praça foi prejudicada tanto pelo egoísmo de 40 indivíduos insatisfeitos quanto pela polícia absurda e criminosa dos governo estadual e municipal de espalhar a cracolândia (ao invés de prestar auxílio e atendimento), de fechar albergues no centro, de marginalizar e criminalizar os movimentos sociais e os moradores de rua da região.

Sobre estes 40 indivíduos, pelo que também apurei, o "cabeça" é alguém que tem forte birra com o teatro Parlapatões e que, em sua vontade de se vingar - seja lá porque razão - acabou prejudicando todos os demais estabelecimentos da rua e ainda convenceu outras pessoas a participarem de seu joguinho inconsequente.

Minha revolta é ainda maior porque apenas 40 pessoas (vejam que só no prédio onde moro são 96 apartamentos, imaginem quantos não moram em toda a Praça e entorno!) foram responsáveis por prejudicar centenas, quiçá milhares. Aumentou a insegurança e o medo de que tudo acabe.

É um absurdo que prevaleça a vontade de 40 pessoas frente à todos os demais moradores e frequentadores, que poucos egoístas consigam destruir o que muitos levaram anos para construir.

Os teatros não sobrevivem sem os bares e estes, por sua vez, não sobrevivem com cortes tão grandes em seu faturamento e com a frequência tão baixa.

Violência, egoísmo, péssima administração, vingança pessoal. tudo isto está transformando a Praça em uma área perigosa.

Quanto à prometida - e como toda promessa de político, não cumprida - reforma da Praça, só boatos. Kassab diz que a reforma vai sair - ele e Serra dizem o mesmo há anos -, que o tal financiamento está em vias de ser liberado, que a licitação está sendo escrita e blablabla.

Mais de uma vez a reforma começou e parou - deixando a situação pior do que antes.

A limpeza que acontecia na praça de vez em quando, para evitar acúmulo de lixo, dengue e outras doenças foi suspensa - Kassab cortou o pagamento, igual fez com a coleta de lixo da cidade - o policiamento que era intermitente e quase inexistente só retornou depois que o Bortolotto quase foi morto - e mesmo assim não impediu que um mendigo fosse assassinado, na verdade a PM sequer ajudou o pobre coitado que morreu por negligência policial. Abandono completo.

Da parte dos moradores e comerciantes não só o medo mas a revolta contra a prefeitura, contra o egoísmo de alguns e a tentativa, na nossa lerdíssima justiça, de conseguir reverter alguns absurdos e conseguir que a Praça seja reconhecida como região de bares, teatros, enfim, de lazer e não só residencial, afinal, sem este comércio, teatros e bares, a Praça não existiria.

Esperamos, além da justiça, uma açãoconcreta do governo - que nunca vem.

E isto é São Paulo.
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