Vejam a forma como os protestos das "Damas de Branco" foram tratadas pela mídia. Violentadas, agredidas, reprimidas... Parece que foram espancadas cruelmente.
Reparem que, de fato, as mulheres não foram acariciadas. Nenhuma dúvida quanto a isto. Interessante, porém, notar as roupas dos que as puxam... Parecem policiais? Ou talvez sejam outros cubanos revoltados com os dissidentes?
Mas agora reparem na notícia abaixo:
Manifestante é retirado à força de discurso de Serra em inauguração de escolaReparem que, na primeira notícia, pululam palavras como "Barbárie", "agressão brutal", "brutal espancamento".... Seja parte da reprodução de discursos de dissidentes ou a opinião do jornal, não faz diferença.
MOGI GUAÇU (SP) - O dono de uma loja de sucata de automóveis foi retirado à força de um discurso do governador José Serra, durante a inauguração de uma escola técnica em Mogi-Guaçu, no interior de São Paulo, na tarde desta sexta-feira. O comerciante Wagner Menezes, de 33 anos, protestava contra o número de pedágios em rodovias da região quando foi retirado do local por seguranças que disseram não ser do governo do estado.
O rapaz, gostaria de perguntar ao governador quando ele voltaria à cidade para inaugurar um pedágio.
- O governo colocou um pedágio a cada 12 quilômetros aqui. Estou protestando não só por causa própria, mas por todos - afirmou Menezes, que disse não integrar nenhum partido político.
Antes de tentar fazer a pergunta, o comerciante já havia feito gestos durante o discurso de Serra, sinalizando que o governador 'estaria roubando'. Ele já havia sido intimado pela segurança.
O O Globo foi até mais gráfico nas palavras:
"A polícia cubana reprimiu com violência o terceiro dia de protesto das Damas de Branco, em Havana. As cerca de 30 integrantes do movimento foram puxadas pelos cabelos, seguradas pelas pernas e pelos braços e levadas à força para dentro de um ônibus, que as deixou na casa da líder do grupo, Laura Pollán, em Havana Central. Na tentativa de se livrar dos policiais, muitas delas ficaram com as roupas sujas de lama."É possível sentir o repúdio!
No caso do brasileiro que protestava por um motivo justo, o abuso de pedágios patrocinados por José Serra - quanto será que ele ganha nessa jogada? - a mídia se limita a narrar com frieza e economia de adjetivos a forma brutal pela qual o manifestante foi retirado. A foto, aliás, é bastante direta.
Sem dúvida, por ser um Anti-Serrista, merece apanhar. Já as pobres dissidentes...
PS: Vale citar, esparsas notas sobre o protesto com 50 mil pessoas na paulista... PIG fala em 8, 10 mil, algo risível... Já das Damas de Branco, não passam um dia sem sair na mídia! Meia dúzia de dissidentes ligadas à ultradireita yankee devem mesmo ser mais importantes que os professores de São Paulo!
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Aliás, caiu como uma luva notícia enviada via twitter pela @Nynaeve (quem se interessa pelo País Basco deve seguí-la) sobre um Nigeriano que morreu em greve de fome para protestar contra sua possível deportação. Aconteceu... na Suíça! Imaginem!
Será que algum jornal dará primeira capa a esta notícia ou só interessa bater em Cuba? Bem, a Suíça é uma amiga capitalista, tem bancos importantes, Maluf deve ter conta por lá...
Polémica en Suiza tras la muerte de un inmigrante nigeriano en huelga de hambre que iba a ser extraditado
Falleció en el aeropuerto de Zurich mientras era trasladado por la policía hacia el avión en el que iba a ser devuelto a su país junto con otros 15 compatriotas.
Algunos de ellos han denunciado el trato que reciben por parte de los agentes que les custodian, calificándolo de inhumano: “Me ataron así, y después, con este cinturón, me atarón por aquí. Después me ataron las rodillas y los pies. Me ataron y me dejaron en esta posición. Yo les decía: “Esto esta muy fuerte, ¿por qué me atáis tan fuerte y apretáis tanto?”. Ellos me han dicho: “Así es este negocio”, eso es lo que me han respondido”.
El fallecido había solicitado asilo pero su petición fue rechazada al pesar sobre él una denuncia por tráfico de estupefacientes. Amnistia Internacional ha pedido a las autoridades que ordenen una investigación independiente sobre lo ocurrido.