terça-feira, 9 de março de 2010

Luta das mulheres pelo mundo - Pequenos exemplos

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Agora, dia 9 de março, podemos fazer um pequeno balanço do Dia Internacional da Mulher.

Na Palestina, o The Angry Arab nos informa que há pouco para comemorar:
"As the world celebrates International Women's Day, Iman Muhammad Hassan Ghazawwi marked her ninth year in Israeli custody on Monday. Ghazawwi, 33, was sentenced to 13 years, accused of planting an explosive device near an Israeli military patrol, said Detainees' Support Committee spokesman Riyad Al-Ashqar. He added that Ghazawwi is one of the longest-serving female prisoners in Israeli detention."

No Afeganistão, a situação das mulheres melhorou desde que o Talibã começou a ser combatido... Mas ainda há muito a se fazer.
On the occasion of International Women’s Day, it is apt to consider what progress has been made, and what challenges continue to hinder the efforts of well-intentioned parties.

The fall of the Taliban brought global attention to the plight of Afghan women -- from overzealous, ultrafeminist Western groups to former hippie do-gooders. Suddenly, it seemed like the entire world was scrambling to ameliorate the condition of the Afghan woman. But even with a sizeable amount of aid and scores of consultants and projects, palpable changes remain elusive.

Some critics find fault in the approach taken by many of the foreign organizations. They charge that many programs are rooted in a Western worldview and have not taken into account the social and cultural realities of an Islamic, underdeveloped, and postconflict society. As such, they have sought to impose foreign values that cannot be absorbed, and consequently, cannot bring effective change.

Others have taken an overly culturally sensitive approach, which has assumed a static view of Afghan society and has underestimated the abilities and aspirations of Afghan women.
Em primeiro lugar, uma verdadeira mudança na mentalidade conservadora. Não com noções puramente ocidentais, mas uma mudança de dentro, em homens e mulheres. A imposição de valores ocidentais, o velho orientalismo, de nada servirá para tirar o país - e as mulheres - da situação atual.
The Afghan Constitution of 2004 is arguably one of the most progressive legal documents in terms of women’s rights in the region and in the Islamic world generally. It guarantees women’s equality before the law (Article 22), women’s education (Articles 43 and 44), the right to work (Article 48), the right to health care (Article 52), support for women without a breadwinner (Article 53), the physical and mental wellbeing of mothers and the elimination of customary practices that are contrary to Islamic prescriptions (Article 54), and women’s representation in both houses of parliament (Articles 83 and 84). In addition, Article 7 stipulates that the state respects the UN Charter and the Universal Declaration of Human Rights.

Nevertheless, more than five years later, unchanged old laws and the state’s unwillingness to enforce laws indiscriminately have left the progressive constitution unfulfilled.
Em segundo lugar a saída das tropas invasoras e a capacitação do exército local para controlar a segurança do país. Acima de tudo, o combate à corrupção e ao clientelismo, típicos do país. às mulheres cabe conseguirem, através da luta, a igualdade.

Em Bilbao, no País Basco, milhares de pessoas marcharam pelos direitos das mulheres.
Miles de persona nos hemos dado cita un año más, para recorrer juntas las calles de Bilbo, y denunciar con nuestros gritos y canciones la falta de mejoras en los derechos de las mujeres.
Desde los distintos grupos feministas se denuncian estos tiempos actuales de neoliberalismo en los que nos ha tocado vivir y que no han conllevado ningún logro ni mejora en las condiciones de vida de las mujeres en las diferentes partes del mundo.
 La manifestación arrancó a las siete y media, de la plaza Arriaga al grito de “Alerta, alerta, alerta al que camina, mujeres feministas por las calles bilbaínas” portando pancartas de denuncia contra la precariedad en todos los ámbitos de la vida de las mujeres y la reivindicación para la construcción, de una vez por todas, de un nuevo modelo social.
 La manifestación transcurrió de forma multitudinaria bajo la emisión de múltiples consignas que afianzaban el carácter reivindicativo y de lucha desde el movimiento feminista en contra del falso estado de igualdad en el que nos quieren hacer creer que vivimos, finalizando en el Arriaga donde se dio lugar la lectura de los diferentes manifiestos. La convocatoria terminó con una gran nube de humo violeta.


Apesar de parecer uma surpresa para muitos, na Espanha - e no País Basco - é extremamente comum a violência doméstica e a violência contra as mulheres. Aos que se interessam por ler os jornais locais surpreende a quantidade de denúncias e prisões de homens que espancam suas mulheres, noivas, namoradas... A Europa, diferentemente do senso comum, não está livre - nem remotamente - de comportamentos bárbaros.

E no longínquo Quirguistão, cerca de 30 mulheres marcharam pela capital, Bishek, contra a violência doméstica.
The demonstrators gathered near a monument to Soviet-era female activist Urkiya Salieva and marched to the monument of Kurmanzhan Datka, the 19th-century female ruler of Kyrgyzstan's southern regions.

Former Foreign Minister Roza Otunbaeva, the leader of the opposition Social Democratic party faction in parliament, said during the march that although the government put up monuments to prominent female historical figures, there are currently thousands of women facing domestic violence and other problems in the country who do not receive any attention or government support.
Um problema comum em boa parte do mundo.

São apenas pequenos exemplos dispersos da luta das mulheres em todo o mundo contra problemas comuns a todas: Violência doméstica, liberdade de expressão, liberdade de ir e vir, luta por reconhecimento, contra o patriarcalismo e machismo... Por mais que sejam todas de culturas diferentes, de vários lugares do mundo, de países com diferentes índices de desenvolvimento, TODAS enfrentam problemas semelhantes, em maior ou menor escala e fazem do dia 8 de março um dia unificado, mundial, de luta por seus direitos.

Às mulheres, uma saudação e meu comprometimento com a luta nobre de todas.
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Ainda no espírito, não poderia deixar de citar esta notícia pouco divulgada mas de imensa importância!
Quinze mulheres mulheres foram declaradas anistiadas políticas e receberam desculpas do governo brasileiro nesta segunda-feira, Dia Internacional da Mulher, na sessão especial da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça que julgou os processos. A sessão foi marcada por emoções fortes, lembranças das torturas, dos estupros e do terror sofrido pelas mulheres que se colocaram contrárias ao regime ditatorial no País (1964-1985).
Maria Alice Albuquerque Saboya também foi anistiada. Antes da proclamação, ela leu e entregou à Comissão de Anistia uma carta endereçada aos jovens, contando o que passou nos anos de ditadura e no exílio. Maria Alice foi presa aos 20 anos, junto com o marido, acusada de contribuir para formação de um partido político contrário ao regime. Foi torturada e viu colegas sendo torturados.
"É muito pior ver tortura que ser torturada. Tenho gravada em minha memória a vez de um prisioneiro que pedia: 'Pelo amor de Deus, me matem', disse Maria Alice. Ela divulgou uma carta aos jovens pedindo para que eles lutem em defesa do Plano Nacional de Direitos Humanos, proposta do governo que prevê a criação da Comissão da Verdade para apurar os crimes cometidos pelo Estado durante a ditadura.
Essa história não é minha, essa história não é nossa. É a história de um País que precisa ser contada para que aprendamos com ela", afirmou.
Para a psicóloga fluminense Vitória Lúcia Martins Pamplona, sua anistia significou "uma vitória simbólica de todas as mulheres". "Que não se repita jamais o que aconteceu conosco durante a repressão", disse Vitória, que foi demitida da Infraero, presa e torturada na década de 1970.
Além de Vitória, Celeste e Maria Alice, mais 12 mulheres foram declaradas anistiadas políticas e receberam desculpas do governo brasileiro. Esta foi a terceira vez que a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça homenageou as mulheres no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Também tiveram seus direitos de anistiadas reconhecidos pelo Estado: Ana Lima Carmo Montenegro, Celeste Fon, Maria Cândida Raizer Cardinalli Perez, Isa Mariano Macedo, Maria Beatriz de Albuquerque David, Maria da Glória Lung, Denise Fraenkel Kose, Vera Lúcia Marão Sandroni, Elizabel Maria da Paixão Couto,, Vera Lucia Carneiro Vital Brazil, Vitória Lúcia Martins Pamplona Monteiro, Maria Inêz da Silva, Maria Albertina Gomes Bernaccio e Helena Sumiko Hirata.

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