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terça-feira, 27 de julho de 2010

O caso WikiLeaks, Sex and the City e as moscas

A divulgação dos documentos sigilosos pelo site WikiLeaks apenas confirma o que todos sabiam - ou deveriam saber -, que os EUA, seus capachos ingleses e demais aliados não passam de criminosos.

Me surpreende, no entanto, que muita gente tenha sido pega de surpresa por tais revelações. Seria a propaganda yankee funcionando ou apenas uma tentativa de mascarar a realidade como forma de auto-defesa para a cruel realidade em que vivemos?

Qual a surpresa em saber que os EUA são criminosos de guerra? Vejam apenas a atuação de Israel, seu protegido. Será que os EUA não seriam capazes de cometer os mesmos atos? São capazes e os cometem.

O vazamento é providencial. Ao menos aqueles ainda iludidos podem finalmente abrir os olhos. Se tiverem coragem. Mas não acredito em efeitos práticos, ao menos não vejo um efeito imediato na ação das tropas dos EUA e aliados e nem uma mudança no comportamento belicoso do Império.

A invasão do Iraque foi e continua sendo um crime. A ONU jamais deu sua permissão para tal invasão, que aconteceu à revelia da comunidade internacional. Já o Afeganistão, bola da vez do WikiLeaks, foi invadido contando com algum apoio internacional, mas a longo prazo os EUA se viram frente ao mesmo dilema da URSS: O país foi invadido, e agora? Como efetivamente conquistar?

Com a típica ignorância e prepotência que lhe é de costume, os EUA se viram num atoleiro tremendo, sem saída, com promessas várias ditas à imprensa e ao povo afegão, mas frente à uma terrível impossibilidade de cumprí-las. As tropas foram ficando, foram se perdendo e, contra a violência do Talibã, usaram ainda mais violência, cometeram sérios e graves crimes de guerra e não dão mostras de cansar.

Os EUA impuseram um governante corrupto, um sistema político pré-fabricado, uma democracia falseada e passaram por cima não só dos modelos tradicionais locais de governo e poder, como, hoje, se limitam a impor uma paz armada. Apenas em Cabul, pois no resto do país há apenas armas, sangue e dor.

"Soluções" são impostas de cima ara baixo, sem que a população tenha real direito a opinar e propor alternativas. Os anseios da população forma pisoteados pelos interesses das grandes corporações e de Estados criminosos. são todos cúmplices em uma guerra sem fim.

Os EUA cada vez mais se aproximam de uma encruzilhada. Obama, que havia prometido retirar as tropas do atoleiro em que Bush as havia metido, se mostrou nada mais que um típico mentiroso, pré-requisito para assumir um cargo de tamanha importância quanto o de Presidente dos EUA. Suas promessas viraram fumaça tão logo assumiu, e o Prêmio Nobel, hoje, me parece ter sido apenas uma piada cruel que faz a função apenas de destacar o quão distante Obama está de suas promessas de um mundo melhor (sic).

Os EUA falharam miseravelmente.

E, no caso do Afeganistão em particular, falharam por não terem objetivos claros. O objetivo era o de derrotar o Tallibã? O de impor uma democracia? O de impor um líder que conseguisse unificar o país? Falharam em todas - ou sequer tinham real intenção de chegar a qualquer um destes objetivos. Ou o objetivo era o de colocar as mãos nas riquezas locais e de fortalecer sua indústria bélica?

É ilustrativo, porém, observar a reação de EUA e Reino Unido, seus capachos, ao vazamento.
"Os Estados Unidos condenam firmemente a divulgação de informações classificadas por parte de pessoas e organizações que poderão colocar as vidas de americanos e de nossos aliados em risco, e ameaçam nossa segurança nacional", disse o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, James Jones, em um comunicado de domingo.
A Grã-Bretanha indicou nesta segunda-feira que lamentava o vazamento, mas pediu ao Paquistão que desmantele todos os grupos militantes que operam em seu território.
"Lamentaríamos qualquer revelação não autorizada de material classificado", disse uma porta-voz de Downing Street. "A Casa Branca fez uma declaração. Não falaremos sobre documentos vazados".
Revolta para mascarar o medo de tantas informações terem caído em domínio público.

Vê-se o grau de manipulação dos principais governos envolvidos no conflito: A verdade apavora. O público não tem o direito de saber a verdade, deve ser eternamente mantido na mais completa ignorância.Outro ponto válido é o discurso. Para os ingleses, a Casa Branca fez uma declaração, logo, eles não precisam dizer nada. A subordinação de Londres chega a ser dolorosa!


É curioso saber como o público inglês recebeu a notícia. Os ingleses já não toleravam mais ser capachos sob o comando de Tony Blair, colocaram Gordon Brown para correr e, agora, mesmo com um novo premier, conservador, continuam juntos, de braços dados com os EUA, afundando na lama afegã.
Mas, de certa forma, o "vazamento" de informações não me surpreende da mesma forma que não me anima.

A máquina de propaganda dos EUA logo irá começar a funcionar para apagar o incêndio, jajá sairá do formo um novo "Sex and the City", desta vez gravado no Afeganistão, para mostrar como o consumismo salvou aquele país e as justiças (sic 500 vezes) dos EUA, Inglaterra ou qualquer outro país aliado irá fingir que nada aconteceu e ficará tudo como antes.

Obaa manterá firme e forte seu belo sorriso, enquanto promete mais e mais. Na irá cumprir nada, mas, felizes e cordatos, iremos retribuir o sorriso e propor outro prêmio ao nosso grande salvador.

A diferença entre um presidente republicano e um democrata - ao menos para o mundo -, é que o primeiro é feito, ignorante, de extrema direita. Ele te fode e você não gosta, afinal, que direito tem um caipira texano com diploma comprado de me dizer como viver? Mas os democratas são diferentes. Eles te fodem da mesma forma, mas seus diplomas de Harvard ou Yale e aquele sorriso típico de vencedores te derretem. Você retribui o sorriso e é enganado com gosto.

O Império está em guerra, o Imperador-eleito não passa de uma piada pronta e o mundo ainda é um quintal.

As moscas estão ficando mais agressivas, mas não passam de moscas.
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terça-feira, 9 de março de 2010

Luta das mulheres pelo mundo - Pequenos exemplos

Agora, dia 9 de março, podemos fazer um pequeno balanço do Dia Internacional da Mulher.

Na Palestina, o The Angry Arab nos informa que há pouco para comemorar:
"As the world celebrates International Women's Day, Iman Muhammad Hassan Ghazawwi marked her ninth year in Israeli custody on Monday. Ghazawwi, 33, was sentenced to 13 years, accused of planting an explosive device near an Israeli military patrol, said Detainees' Support Committee spokesman Riyad Al-Ashqar. He added that Ghazawwi is one of the longest-serving female prisoners in Israeli detention."

No Afeganistão, a situação das mulheres melhorou desde que o Talibã começou a ser combatido... Mas ainda há muito a se fazer.
On the occasion of International Women’s Day, it is apt to consider what progress has been made, and what challenges continue to hinder the efforts of well-intentioned parties.

The fall of the Taliban brought global attention to the plight of Afghan women -- from overzealous, ultrafeminist Western groups to former hippie do-gooders. Suddenly, it seemed like the entire world was scrambling to ameliorate the condition of the Afghan woman. But even with a sizeable amount of aid and scores of consultants and projects, palpable changes remain elusive.

Some critics find fault in the approach taken by many of the foreign organizations. They charge that many programs are rooted in a Western worldview and have not taken into account the social and cultural realities of an Islamic, underdeveloped, and postconflict society. As such, they have sought to impose foreign values that cannot be absorbed, and consequently, cannot bring effective change.

Others have taken an overly culturally sensitive approach, which has assumed a static view of Afghan society and has underestimated the abilities and aspirations of Afghan women.
Em primeiro lugar, uma verdadeira mudança na mentalidade conservadora. Não com noções puramente ocidentais, mas uma mudança de dentro, em homens e mulheres. A imposição de valores ocidentais, o velho orientalismo, de nada servirá para tirar o país - e as mulheres - da situação atual.
The Afghan Constitution of 2004 is arguably one of the most progressive legal documents in terms of women’s rights in the region and in the Islamic world generally. It guarantees women’s equality before the law (Article 22), women’s education (Articles 43 and 44), the right to work (Article 48), the right to health care (Article 52), support for women without a breadwinner (Article 53), the physical and mental wellbeing of mothers and the elimination of customary practices that are contrary to Islamic prescriptions (Article 54), and women’s representation in both houses of parliament (Articles 83 and 84). In addition, Article 7 stipulates that the state respects the UN Charter and the Universal Declaration of Human Rights.

Nevertheless, more than five years later, unchanged old laws and the state’s unwillingness to enforce laws indiscriminately have left the progressive constitution unfulfilled.
Em segundo lugar a saída das tropas invasoras e a capacitação do exército local para controlar a segurança do país. Acima de tudo, o combate à corrupção e ao clientelismo, típicos do país. às mulheres cabe conseguirem, através da luta, a igualdade.

Em Bilbao, no País Basco, milhares de pessoas marcharam pelos direitos das mulheres.
Miles de persona nos hemos dado cita un año más, para recorrer juntas las calles de Bilbo, y denunciar con nuestros gritos y canciones la falta de mejoras en los derechos de las mujeres.
Desde los distintos grupos feministas se denuncian estos tiempos actuales de neoliberalismo en los que nos ha tocado vivir y que no han conllevado ningún logro ni mejora en las condiciones de vida de las mujeres en las diferentes partes del mundo.
 La manifestación arrancó a las siete y media, de la plaza Arriaga al grito de “Alerta, alerta, alerta al que camina, mujeres feministas por las calles bilbaínas” portando pancartas de denuncia contra la precariedad en todos los ámbitos de la vida de las mujeres y la reivindicación para la construcción, de una vez por todas, de un nuevo modelo social.
 La manifestación transcurrió de forma multitudinaria bajo la emisión de múltiples consignas que afianzaban el carácter reivindicativo y de lucha desde el movimiento feminista en contra del falso estado de igualdad en el que nos quieren hacer creer que vivimos, finalizando en el Arriaga donde se dio lugar la lectura de los diferentes manifiestos. La convocatoria terminó con una gran nube de humo violeta.


Apesar de parecer uma surpresa para muitos, na Espanha - e no País Basco - é extremamente comum a violência doméstica e a violência contra as mulheres. Aos que se interessam por ler os jornais locais surpreende a quantidade de denúncias e prisões de homens que espancam suas mulheres, noivas, namoradas... A Europa, diferentemente do senso comum, não está livre - nem remotamente - de comportamentos bárbaros.

E no longínquo Quirguistão, cerca de 30 mulheres marcharam pela capital, Bishek, contra a violência doméstica.
The demonstrators gathered near a monument to Soviet-era female activist Urkiya Salieva and marched to the monument of Kurmanzhan Datka, the 19th-century female ruler of Kyrgyzstan's southern regions.

Former Foreign Minister Roza Otunbaeva, the leader of the opposition Social Democratic party faction in parliament, said during the march that although the government put up monuments to prominent female historical figures, there are currently thousands of women facing domestic violence and other problems in the country who do not receive any attention or government support.
Um problema comum em boa parte do mundo.

São apenas pequenos exemplos dispersos da luta das mulheres em todo o mundo contra problemas comuns a todas: Violência doméstica, liberdade de expressão, liberdade de ir e vir, luta por reconhecimento, contra o patriarcalismo e machismo... Por mais que sejam todas de culturas diferentes, de vários lugares do mundo, de países com diferentes índices de desenvolvimento, TODAS enfrentam problemas semelhantes, em maior ou menor escala e fazem do dia 8 de março um dia unificado, mundial, de luta por seus direitos.

Às mulheres, uma saudação e meu comprometimento com a luta nobre de todas.
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Ainda no espírito, não poderia deixar de citar esta notícia pouco divulgada mas de imensa importância!
Quinze mulheres mulheres foram declaradas anistiadas políticas e receberam desculpas do governo brasileiro nesta segunda-feira, Dia Internacional da Mulher, na sessão especial da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça que julgou os processos. A sessão foi marcada por emoções fortes, lembranças das torturas, dos estupros e do terror sofrido pelas mulheres que se colocaram contrárias ao regime ditatorial no País (1964-1985).
Maria Alice Albuquerque Saboya também foi anistiada. Antes da proclamação, ela leu e entregou à Comissão de Anistia uma carta endereçada aos jovens, contando o que passou nos anos de ditadura e no exílio. Maria Alice foi presa aos 20 anos, junto com o marido, acusada de contribuir para formação de um partido político contrário ao regime. Foi torturada e viu colegas sendo torturados.
"É muito pior ver tortura que ser torturada. Tenho gravada em minha memória a vez de um prisioneiro que pedia: 'Pelo amor de Deus, me matem', disse Maria Alice. Ela divulgou uma carta aos jovens pedindo para que eles lutem em defesa do Plano Nacional de Direitos Humanos, proposta do governo que prevê a criação da Comissão da Verdade para apurar os crimes cometidos pelo Estado durante a ditadura.
Essa história não é minha, essa história não é nossa. É a história de um País que precisa ser contada para que aprendamos com ela", afirmou.
Para a psicóloga fluminense Vitória Lúcia Martins Pamplona, sua anistia significou "uma vitória simbólica de todas as mulheres". "Que não se repita jamais o que aconteceu conosco durante a repressão", disse Vitória, que foi demitida da Infraero, presa e torturada na década de 1970.
Além de Vitória, Celeste e Maria Alice, mais 12 mulheres foram declaradas anistiadas políticas e receberam desculpas do governo brasileiro. Esta foi a terceira vez que a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça homenageou as mulheres no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Também tiveram seus direitos de anistiadas reconhecidos pelo Estado: Ana Lima Carmo Montenegro, Celeste Fon, Maria Cândida Raizer Cardinalli Perez, Isa Mariano Macedo, Maria Beatriz de Albuquerque David, Maria da Glória Lung, Denise Fraenkel Kose, Vera Lúcia Marão Sandroni, Elizabel Maria da Paixão Couto,, Vera Lucia Carneiro Vital Brazil, Vitória Lúcia Martins Pamplona Monteiro, Maria Inêz da Silva, Maria Albertina Gomes Bernaccio e Helena Sumiko Hirata.

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sábado, 12 de dezembro de 2009

Porque o Nobel para Obama [continua sendo] um crime contra a humanidade

Há quase dois meses escrevi um post intitulado "Porque o Nobel para Obama é um crime contra a humanidade" e, agora, vejo que estava mais do que certo. O Nobel nada mais foi que uma carta branca, um voto de confiança em quem não se pode/deve confiar. Estamos falando, afinal, de um presidente dos EUA, e o que se espera deles?

Guerra.

Obama anunciou dia primeiro de dezembro que enviará mais 30 mil soldados americanos ao Afeganistão, e ainda conquistou com seu sorriso o apóio da OTAN, da Itália e de outros países para que também enfiem mais jovens para a morte.

E a ONU? Bem, como é o costume da organização, endossou a vontade dos EUA e, como é mais ainda de costume aos seus secretários-gerais, elogiaram e quase agradeceram ao mandatário Yankee pelo grande favor de manter suas tropas pelo menos até 2011 no país.

São mais 30 mil soldados indo para o inferno, "pacificar" um país estrangeiro ao mesmo tempo em que sustentam um governo-farsa colocado lá por uma fraude eleitoral monumental e tentam conquistar corações e mentes afegãs. Se não conseguirem vai na base da bala mesmo. Não aprenderam a lição com a URSS. Se bem que os Yankees ainda acreditam que foram eles que derrotaram a URSS e não as contradições internas da própria...

Vietnã nunca foi tão atual!

A retirada, sempre debatida mas nunca real, ficou para julho de 2011.... o começo da retirada, que fique claro.

Eis o nosso prêmio Nobel da... PAZ!?

Mas calma, fica pior.

O Resistir.info nos traz interessante nota:
O NOBEL DA PAZ OBAMA QUER MINAS TERRESTRES O sr. Barack Obama, galardoado com o Prémio Nobel da Paz, decidiu não subscrever uma convenção internacional que proibe minas terrestres. Mais de 150 países concordaram com as cláusulas desta convenção. Tribunal Iraque As eleições farsa promovidas a 29 de Novembro pelos golpistas de Tegucigalpa & Washington tiveram uma resposta à altura do povo hondurenho: 70 por cento de abstenções. O povo recusou-se a participar da farsa montada pela oligarquia hondurenha e orquestrada/financiada pelo agente da CIA Simon Henshaw, o segundo homem da Embaixada dos EUA. Os hondurenhos atenderam assim ao apelo da Resistência e do presidente Manuel Zelaya em favor do boicote maciço.
Dispensa comentários, não?

Vamos apenas alencar alguns fatos curiosos:

Embargo sobre Cuba? Mantido.

Guerra no Afeganistão? Mantida e com direito a mais tropas.

Guantanamo? Aberta e funcional.

Honduras? Vão reconhecer o golpe e endossar o regime-fake.

Israel e Palestina? Todo poder à Israel!

Guerras? Sempre que possível! E agora com mais minas terrestres ainda! Quando a guerra acabar que a população local se vire sem um membro ou dois...

Este é o "nosso" Nobel da Paz.
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Obama, ao receber o prêmio Nobel, esta semana declarou:
"- Os Estados Unidos nunca declaram guerra a uma democracia, os nossos amigos mais próximos são governos que protegem os direitos de seus cidadãos - disse Obama."
Mentira. Sem querer defender Slobodan Milosevic, sejamos sensatos, a Sérvia era uma democracia quando foi bombardeada pelos... EUA! Certos ou errados - não tinham aval da ONU - atacaram uma democracia.

Além disso o Iraque já foi um amigo muito próximo antes da Guerra do Golfo. E foi atacado.

- O objetivo não é ganhar um concurso de popularidade nem ganhar um prêmio, mesmo um prêmio tão prestigioso quanto o Nobel da Paz. O objetivo sempre foi avançar nos interesses dos Estados Unidos - afirmou Obama durante a entrevista, quando perguntado sobre a polêmica em torno de sua premiação.
Disso todos sabem, só interessam os interesses dos EUA e o mundo? Que se exploda. Literalmente.
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Fidel Castro, sempre lúcido, corrobora com minha análise:
""Por que Obama aceitou o Nobel quando já tinha decidido levar a guerra no Afeganistão até as últimas consequências? Não estava obrigado a um ato cínico", disse o ex-presidente de Cuba em um artigo publicado pela imprensa oficial da ilha.
"Agora deve-se esperar outro discurso teatral em Oslo, um novo compêndio de frases que ocultam a existência de uma superpotência imperial com centenas de bases militares espalhadas pelo mundo", declarou. Fidel também lembrou os "duzentos anos" de intervenções militares (dos EUA) no Hemisfério Sul, além de ações "genocidas" em outras partes do mundo.
"O problema de Obama e seus aliados mais ricos é que o planeta que dominam com punho de ferro está escapando de suas mãos. É provável que, em Copenhague, o máximo que consigam alcançar seja um mínimo de tempo para chegar a um acordo que sirva realmente para buscar soluções. Se isso acontecer, a cúpula do clima representaria, pelo menos, um modesto avanço. Veremos se isso vai ocorrer", acrescentou.
"O chefe principal da organização à qual são atribuídos os atentados terroristas de 11 de setembro foi recrutado e treinado pela CIA (agência de inteligência dos Estados Unidos) para combater tropas soviéticas e nem sequer era afegão. O presidente dos EUA não diz uma palavra sobre as centenas de milhares de pessoas, incluindo crianças e idosos inocentes, que morreram no Iraque e no Afeganistão e sobre os milhões de cidadãos desses países que sofrem as consequências da guerra, sem responsabilidade alguma com os fatos ocorridos em Nova York", completou Fidel Castro."
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segunda-feira, 6 de abril de 2009

OTAN, Turquia e Dinamarca [Update]


"Pressionado, presidente afegão ordena revisão de lei xiita"


Rapidinho o Karzai já foi pressionado e deve revisar a lei...

Mas uma coisa que me chamou a atenção foi o tino para chantagens que tem os secretários-gerais da OTAN, tanto o atual quanto o futuro! Num mesmo dia deram duas declarações em tom de clara chantagem que são surpeendentes!

A primeiro, do atual secretário-geral Jaap de Hoop Scheffer, sobre a questão das mulhres xiitas:

O secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, disse à BBC na sexta-feira que a lei pode tornar mais difícil para os estados-membros enviar mais tropas para enfrentar a insurgência do Taleban no país.

"Estamos lá para defender valores universais, e quando vejo uma lei que fundamentalmente viola direitos humanos e das mulheres prestes a ser aprovada, isso me preocupa", disse ele.

A segunda, do futuro secretário geral , Anders Fogh Rasmussen, sobre sua propria posse na OTAN e a pressão contrária que fazia a Turquia que, agora, resolveu apoiá-lo em troca do fim da liberdade de expressão patrocinada pela OTAN.

Explico:
O futuro secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, assegurou neste sábado que seu país fechará o canal de televisão curdo Roj TV caso este tenha de fato as conexões com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), ilegal na Turquia.

Segundo deu a entender o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, entre as garantias recebidas estão o fim das transmissões da Roj TV na Dinamarca; o estabelecimento de laços entre a Otan e os países muçulmanos; e a nomeação de um turco como um dos assessores do secretário-geral da Otan.
Ou seja, o atual secretário-geral condiciona a ajuda militar ao Afeganistão ào respeito aos direitos humanos.

O que é louvável, claro, se levarmos em consideração que o fim da ajuda do ocidente ao Afeganistão faria esse país ruir e de que o ocidente tem uma dívida com o país, afinal, invadiu, tomou o poder, colocou seu homem na presidência e agora quer abandonar à própria sorte.

Aliás, até parece que a OTAN, em sã consciência, abandonaria o Afeganistão ou dificultaria alguma coisa por causa das mulehres xiitas! Como se o ocidente tivesse tal tipo de escrúpulo e desse a mínima! A notícia está na mídia, causou comoção, daqui ha um mês ninguém mais lembra e a OTAN pode voltar novamente ao que fazia antes.... Típico discurso vazio e para autopromoção.

No segundo caso, do futuro secretário-geral, vemos algo diferente, a condição imposta não é a de defender os direitos humanos ou coisa do tipo mas sim a de ferir o direito À expressão, d eferir o direito dos Cursos à ter voz, à autodeterminação,à dignidade... Vai em sentido contrário ao do respeito aos direitos humanos e passa para a censura e opressão da maior nação sem Estado do mundo.

Em troca de apoio para sua nomeação, Rasmussen está disposto a nomear um turco para acessor e a melhorar laços com os muçulmanos, até aí, nenhum problema, mas também o fim das transmissões de uma TV Curda na Dinamarca.

O futuro secretário-geral não só se compromete a ferir a liberdade de expressão como ainda obrigau m país soberano, a Dinamarca, a seguir as vontades de outro país, da turquia, sem que o primeiro tivesse sequer sido consultado!

[Na verdade, Rasmussen é o atual primeiro ministro da Dinamarca, em coalizão de direita - o que não surpreende - e legou ao futuro primeiro-ministro que destrua a liberdade de expressão no país]

Sem dúvida, ouviremos mais absurdos nos próximos dias...

Aliá,s vale lembrar que a resistência da Turquia na nomeação de Rasmussen se dá apenas porque este é Dinamarquês e foi da Dinamarca que surgiram e se espalharam as charges com imagens de Maomé ha algum tempo...

Uma razão estúpida para um veto e uma troca estúpida para a nomeação.

Em ambos os casos, o que vemos são países claramente atentando contra o direito à liberdade de expressão.

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Engraçado, em meio às declarações do futuro ex-secretário-geral a OTAN anuncia um aumento no número de soldados e dinheiro ao Afeganistão...

Ficam duas idéias no ar, o futuro-ex-secretário-geral usou apenas uma bravata ou então por ser demissionário já não é mais levado em consideração?

E, por fim, Rasmussen foi finalmente eleito.
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sexta-feira, 3 de abril de 2009

Malditos Talebans?

Ao ler esta notícia qualquer um suporiase tratar de algo vindo do Talebã mas na verdade....

"Una nova llei afganesa legalitza violar la dona xiïta dins del matrimoni"

... Uma nova lei afegã legaliza a violação de mulheres xiitas dentro do matrimônio ...


E segue:

"L’Afganistan que presideix el prooccidental Hamid Karzai ha aprovat una llei segons la qual les dones xiïtes estan obligades a mantenir relacions sexuals amb el seu marit cada quatre dies, si aquest és el desig d’ell"

... O Afeganistão, presidido pelo pró-ocidental Hamid Karzai aprovou uma lei segundo a qual as mulheres xiitas estão obrigadas a manter relações sexuais com seu marido a cada 4 dias, se este for o desejo dele ...

Segundo a UNIFEM, a lei "legaliza o estupro".

Fontes: Time e MónDivers

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Não há sequer o que comentar... quando se trata dos direitos da mulher, pelo menos no Afeganistão, não se sabe se é pior um governo Talibã ou um governo "pró-ocidental".

Que as mulheres queiram usar burca ou não, queiram sair em fotos, retratos e na TV descobertas ou não ou ainda queiram ser independentes e etc é problema delas e de sua cultura e não cabe aos "ocidentais" ou ninguém mais criticar mas, legalizar o estupro, já é abuso demais dos limites de "respeito à cultura alheia".
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