Já escolado nesse assunto, fui ver o que o jornalista chamava de antissemitismo. Mais do mesmo.
Segundo o artigo, a comunidade de 800 judeus de Malmo, na Suécia (294 mil habitantes) estavam se sentindo ameaçados pela população muçulmana local (45 mil ou 15% da população) que os via como representantes de Israel no país e apoiadores de suas políticas de extermínio.
Analisando o porque desta crença - nota-se desde o início o estereótipo do muçulmano que odeia judeus - vemos que não é de graça. O primeiro casal entrevistado na reportagem emigrou... para Israel. Um grupo da comunidade judaica foi protestar logo depois do ataque à Flotilla em defesa de Israel. Não é suficiente?
Malmo, a terceira cidade da Suécia, com uma população de aproximadamente 294 mil habitantes e que inclui menos de 800 judeus, atingiu uma espécie de ponto de virada em janeiro de 2009 durante a campanha militar israelense em Gaza. Um pequeno grupo de maioria judia realizou uma demonstração chamada de marcha pela paz, mas considerada um sinal de apoio a Israel. Os manifestantes foram atacados por um grupo muito maior de muçulmanos e esquerdistas suecos. A polícia pareceu incapaz de conter a violência.Como se vê, não apenas muçulmanos sentem ódio dos Judeus que apoiam Israel, mas também os esquerdistas suecos. Surpreende?
É extremamente ridículo confundir automaticamente Israel com Judaísmo, especialmente porque Israel é o maior inimigo do judaísmo, exporta ódio, reproduz o genocídio, mas também é compreensível que tanto muçulmanos como cidadãos em geral sintam ódio daqueles judeus que expressamente apoiam Israel. O ódio se direciona aos Israelenses que são Judeus, mas não aos Judeus necessariamente. Parece complicado, mas é bastante simples. A propaganda Nazi-Sionista é que dificulta a compreensão por parte da massa.
O imame de Malmo, Saeed Azams, que afirma representar 80% dos muçulmanos da cidade, disse que é errado culpar os judeus suecos pelos atos de Israel. Durante uma entrevista em seu escritório, Azams salientou a importância de ensinar aos jovens muçulmanos que parem de comparar os judeus de Malmo com Israel.Não é também surpreendente que os Judeus, em muitos casos, sejam vistos como defensores de Israel, visto que raras vezes vão a público repudiar as ações do Estado Genocida. Chomsky e muitos outros são judeus, porque não sofrem qualquer tipo de preconceito? Porque são honestos e deixam claro seu repúdio.
"Como a sociedade judia na Suécia não condena os atos claramente ilegais de Israel, as pessoas comuns pensam que os judeus daqui são aliados de Israel, mas isso não é verdade", ele disse.
O texto, aliás, é de uma ignorância atroz. Taxar muçulmanos - aliás, eles próprios semitas - de antissemitas equivale a acreditar que todo Muçulmano é terrorista, idéia que os EUA fazem questão de passar ao mundo.
Em Malmo, o papel dessa população é considerado especialmente significativo. A maioria dos muçulmanos de Malmo vive em Rosengard, a zona leste da cidade, onde o índice de desemprego é de 80%. Antenas de satélite salpicam os arranha-céus para receber programas da Al Jazira e outras redes a cabo em língua árabe, que mantêm os muçulmanos de Malmo em permanente contato com os acontecimentos árabe-israelenses.O problema, observa-se, é que não é possível esconder a verdade. Não é possível esconder o genocídio. Escapa-se do real problema: Das condições de pobreza, das humilhações e, principalmente, da realidade de opressão a que foram submetidos os muçulmanos emigrados e que é desculpada pelo ocidente. Israel é sempre desculpada, é sempre inocente.
Um estudo continental realizado pelo Instituto para Pesquisa Interdisciplinar sobre Conflito e Violência, da Universidade de Bielefeld, Alemanha, divulgado em dezembro passado, revelou que 45,7% dos europeus entrevistados concordam de alguma forma ou fortemente com a seguinte declaração: "Israel está conduzindo uma guerra de extermínio contra os palestinos". E 37,4% concordaram com esta declaração: "Considerando a política de Israel, posso entender por que as pessoas não gostam dos judeus".Como se vê, os resultados do estudo são claros, são um sofro de ar fresco. E demonstram a realidade. O mundo está cansado do genocídio Palestino e vê, naqueles que apoiam Israel, inimigos. Inegavelmente, grupos de extrema-direita usam este sentimento para criar um ódio dirigido ao judaísmo em geral, mas a própria linha de raciocínio do texto é a de que muçulmanos e esquerdistas estão entre os que começam a se manifestar mais duramente. É um contrasenso. É a velha desculpa de que Israel é intocável. Criticar Israel equivale a criticar a todos os judeus.
"Existe um nível muito alto de antissemitismo oculto sob as críticas às políticas de Israel", disse Beate Kupper, uma das principais pesquisadoras do estudo, em entrevista por telefone, citando uma tendência a "culpar os judeus em geral pelas políticas de Israel".
Kupper disse que nos lugares onde há um forte tabu contra expressões de antissemitismo, como na Alemanha, "criticar Israel é uma ótima maneira de expressar o antissemitismo de forma indireta".
Israel em si e suas lideranças Nazi-Sionistas passam ao mundo de que TODO judeu defende Israel, de que Israel representa a TODOS os judeus. Não é de graça. Isto cria o ambiente de violência propício aos interesses do Estado de, em um primeiro momento, forçar a imigração dos judeus que se sentem ameaçados - lembrando que Israel é grande responsável pelo próprio holocausto, vide Haavara e etc -e, em um segundo momento, legitimar a si frente ao medo criado por eles próprios. É simplesmente uma bola de neve na qual muitos judeus são pegos por não deixar claro seu repúdio a Israel ou simplesmente por apoiar Israel. Aqueles que são completamente inocentes acabam no meio de uma guerra sem fim.
O fato é que considerar antissemitismo o ódio criado por Israel contra si é nada mais que propaganda israelense. É criminoso.
O ódio contra judeus, efetivamente, existe. A extrema-direita não mudou. Mas considerar como antissemitismo a reação dos muçulmanos que são mortos e oprimidos por Israel é ridículo.
Uma vítima foi Jonathan Tsubarah, 19, filho de um judeu israelense que se estabeleceu na Suécia. Enquanto ele passeava pela Praça Gustav Adolphe em 21 de agosto de 2009, três jovens - um palestino e dois somalis - o pararam e perguntaram de onde ele era, lembra Tsubarah.
"Sou de Israel", ele respondeu.
Um dos agressores retrucou: "Eu sou da Palestina e vou matá-lo".
Os três o derrubaram com socos e pontapés, disse Tsubarah. "Mate o judeu", eles gritavam. "Agora você se orgulha de ser judeu?"
O adolescente, de compleição frágil, respondeu: "Não, não me orgulho". Ele disse que só fez isso para que parassem de lhe bater. Tsubarah disse que pretende ir para Israel e entrar no exército.
Que me perdoem, mas um Israelense, um Sionista, com sonhos de entrar para o Exército para, em consequência, matar mais Palestinos, não me inspira qualquer pena. Se a violência pouco resolve num caso desses, não pode ser condenada com a veemência esperada. É injustificado o ódio dos Palestinos? Não.
O prefeito [de Malmo] criou o fórum [de diálogo entre judeus e muçulmanos] depois da violência do ano passado contra os manifestantes judeus e seus próprios comentários polêmicos que irritaram os judeus. Dizendo que condenava tanto o sionismo quanto o antissemitismo, Reepalu criticou os judeus de Malmo por não assumirem uma posição contra a invasão de Gaza por Israel. "Em vez disso, eles preferiram organizar uma demonstração no centro da cidade, que as pessoas podiam interpretar mal", ele disse.Fico curioso para saber onde está a polêmica dos comentários do prefeito de Malmo ao condenar o Sionismo que nada mais é que uma ideologia de ódio, supremacista e irmã do Nazismo, de quem se alimenta.
O uso do antissemitismo para justificar as ações de Israel, para justificar o apoio a este Estado Genocida é intolerável. Taxar todo e qualquer muçulmano que simplesmente odeia Israel - por excelentes motivos - de antissemita não é só burro como é mera arma de propaganda. Não compreender o que faz este ódio surgir é estupidez.
Parlamentares participaram de manifestações anti-israelenses em que a bandeira de Israel foi queimada enquanto bandeiras do Hamas e do Hizbollah eram hasteadas, e a retórica era com frequência antissemítica, não apenas anti-Israel. Mas essa retórica pública não é considerada odiosa e denunciada, disse o professor Henrik Bachner, autor e professor de história na Universidade de Lund, perto de Malmo.É a terna e proposital confusão. Enquanto os Israelenses e seus apoiadores insistirem na desculpa do antissemitismo e buscarem atacar como forma de defesa, não reconhecendo seu papel no problema - papel protagonista, aliás, a violência continuará a crescer e aí sim poderemos ver um ódio efetivamente direcionado aos judeus e não à Israel, tendo os judeus como ponte. O que, diga-se de passagem, é provavelmente a intenção de Israel que nasceu e se alimenta de ódio.
----
PS: Aos trolls anônimos, por favor, me poupem de comentários do tipo "Seu Antissemita" e baboseiras do tipo.