Por mudar o mundo, compreende-se o de
fazê-los ter mais tempo ou mais possibilidades de consumir, passando a
ideia de que o fazem de forma responsável, mesmo que, no fim, não mude
em nada as relações de produção ou mesmo a mentalidade classe mediana de
seus impulsores.
Consumo ou consumismo sem culpa. Uma
contrapartida inócua que, de quebra, ainda os fazem sentir-se como parte
de um grupo que se importa com o mundo — mas não com as pessoas.
"A #Horadoplaneta é tipo, vamos criticar
consumismo, mas só por 1h enquanto usamos nosso iPad para dizer ao
mundo o quanto cool nós somos."
Tuitei isso em resposta a um camarada,
no Twitter, que disse: "Vem cá, lógico q apenas isso ñ ajuda em nada,
mas qual o problema de aproximar pessoas ao tema e fazê-las repensar p/
serem + sustentáveis?".
Se não ajuda em nada, já temos um
problema, pois a ideia é vendida como se desse algum resultado. Só isto
resolverá metade dos problemas do mundo.
Mas, não pensemos em termos de "sucesso
material" e sim na ideia de "fazer repensar para serem mais
sustentáveis". Isto, meus amigos, é o novo mantra do "ambientalismo de
butique" que Marina Silva vende tão bem. No caso dela realmente de
butique, lembram-se da Natura. Ela ainda carrega um algo mais de
exotismo, ao juntar o fanatismo evangélico na jogada, mas é apenas para
atrair ainda mais adeptos.
É aquele ambientalismo que joga tinta em
modelos com casacos de pele, mas usa camisas descoladas de empresas com
trabalho escravo. Mas a camisa foi feita com algodão orgânico —
plantado por crianças pobres da Guatemala. Não agride à natureza — só ao
ser humano.
Artigo completo pode ser lido na Revista Bula.
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É a substituição do ser humano pelos
animais, em alguns casos, como uma ONG que surgiu das trevas ha algum
tempo defendendo o suicídio coletivo da humanidade para não criarmos
problemas para a natureza. Até hoje não sei se era "séria". Até onde o
termo permite, claro.
A hora do planeta passa a mensagem de
que as pessoas — e não as grandes companhias — são responsáveis pelos
problemas de "sustentabilidade", de energia, de água e etc. É a ideia de
que meia dúzia de adolescentes são responsáveis pelas agruras do mundo e
que, apagando a luz por uma hora, ou usando papel higiênico duas vezes,
dos dois lados, vão mudar o mundo, quando o problema está em todo um
modelo econômico e na gestão dos meios de produção.
A ideia central deste ambientalismo cool
é que você nem precisa sair de casa pra mudar o mundo. Pode apenas
tuitar que fez a diferença enquanto apaga a luz — mas usa baterias de
lítio no celular — e muda o mundo.
Pra que sair às ruas e exigir uma
mudança efetiva de sistema? Ou melhor, a maioria sequer sabe o que
significa o sistema capitalista! O interesse é usar uma "ecobag" com
alguma marca chique, mostrar pras amigas e amigos e esperar pelo
lançamento do mais novo iPod ou iPad no mercado. Mas sempre exigindo que
estes consumam menos energia ou não maltratem os cavalos exóticos da
Mongólia — mas se for trabalho escravo de crianças na China não tem
problema, eles tem muitas crianças lá!
Este tipo de "manifestação" passa a
imagem errada de "revolução do sofá", sem crítica ao modelo e ao
consumismo em si. Na verdade sem crítica alguma que faça a diferença.
Artigo completo pode ser lido na Revista Bula.
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