Lula assumiu um país em frangalhos, destruído, privatizado e ridicularizado. Fez o que podia - ainda que pudesse ter avançado mais - sabendo que o mercado não permitiria mudanças radicais sem contrapartidas.
Daí nasceu o ProUni que leva os mais pobres à universidade, mas incentiva as particulares, as bolsas cujo objetivo não é inclusão, mas formação de mercado consumidor, mas que, a omenos, permitem ao povo comer e ter um mínimo de dignidade mesmo que inseridos em uma lógica mercantilista.
Podemos aceitar que, em um primeiro governo aliado dos movimentos sociais, as mudanças tenham sido tímidas e inseridas em uma lógica diferente daquela que efetivamente defendemos. Mas as bases foram criadas.
Cabia à Dilma profundar as mudanças, adicionar "qualidade" no caldo: Exigir qualidade dos barões do ensino e suas universidades privadas, exigir uma internet de qualidade baseada num serviço público e em projetos criados no governo anterior, garantir uma mídia de qualidade baseada em projetos do governo anterior....
Mas tudo isto foi jogado no lixo. Foi privatizado, assim como os aeroportos.
O partido que antes reclamava contra privatizações (ou partidos, PT e PCdoB especialmente) e apoiava até plebiscitos por reestatização de empresas que foram doadas à capitalistas, hoje passou a vender nosso patrimônio. Mas com o bonito nome de "concessões".
Lula assumiu um país destruído, fez pouco, mas fez. Dilma, por outro lado, não tem nenhuma "herança maldita" para colocar a culpa por seus retrocessos vergonhosos em praticamente TODAS as áreas do governo.
Já cansei de repetir aqui os retrocessos óbvios e vergonhosos na cultura (uma guinada completa de independência e compartilhamento para a subserviência ao ECAD), na questão LGBT (com acordos asquerosos com a Bancada Evangélica e aliados Marginais da Fé), na Banda Larga (PNBL entregue às Teles) e em diversas outras áreas. Em áreas que mesmo Lula não avançou, como na Reforma Agrária, tudo permanece igual, ou até mesmo desacelerando o que já era vergonhosamente lento. Vejam a educação, que manté m o mesmo formato de incentivo às privadas sem exigência de qualidade e precarização das públicas.
Nos direitos humanos outro retrocesso absurdo, especialmente na questão indígena. Se durante Lula tivemos uma Raposa Serra do Sol, com Dilma teremos Belo Monte, um monstro inútil feito apenas para contentar empreiteiras e políticos, mas sem nenhum ganho real para a população local ou mesmo brasileira, e que, de quebra, nos tornou pária frente à OEA.
Por fim, as últimas vergonhas, a privatização de aeroportos, o completo processo de fanatização de parte da militância que chega até mesmo a inventar fatos, as alianças com o que há de pior na política brasileira e a subserviência à FIFA, coroada com a nomeação de aldo Rebelo para gerir (sic) os Esportes, depois deste ter conseguido cravar mais um prego no caixão do governo com o Código Florestal.
Derrubado por mais uma denúncia de corrupção contra o governo Dilma - e daí diversas teorias já surgiram e todas elas merecem profunda análise - Orlando Silva, dos Esportes, deu lugar à uma das figuras mais nocivas da base aliada, Aldo Rebelo, o Comuno-Ruralista.
A figura dispensa apresentações, mas suas ações merecem ser divulgadas.
Ele deixou claro que não irá se colocar contra os interesses da FIFA no Brasil, logo, estará no ministério como poste frente à organização. Não fará nada e aplenas sorrirá feliz, esperando ver quanto entrará na conta do PCdoB. Mas como escárnio de político safado nunca é demais, nenhuma surpresa em suas nomeações para o ministério.
Manteve a estrutura - com gente do PCdoB - e nomeou novos diretores e assessores do... PCdoB!
Todos são ligados ao PCdoB porque estão ligados a mim. Mas não tem filiação e nem vida partidária
