Imediatamente
A declaração, frente à total subserviência do governo brasileiro frente à FIFA, surpreendeu. Mas a surpresa durou pouco.
A pressa na provação da Lei Geral da Copa, que estupra as leis brasileiras e a dignidade do país, eliminando o direito à meia-entrada para estudantes e limitando este direito a ingressos mais baratos e que provavelmente serão os piores e para os piores lugares dos estádios e ainda criando o tosco instrumento do sorteio para tais ingressos, dentre outros absurdos, não se alterou.
Pressa, tudo feito nas coxas e do jeitinho que a FIFA queria. A FIFA cedeu um pouco, mas muito pouco. Enquanto isso brasileiros são expulsos de suas casas à força para dar lugar às obras e nada de infra-estrutura efetiva para o povo está sendo construído e feito para durar.
Nada de novos trens, metrôs, aeroportos... Estes, aliás, foram vendidos. Mais uma vez o governo dá razão ao deselegante Valcke e confirma que não tem capacidade para realizar as obras "necessárias".
Como se vê, tudo continuou saindo da forma que a FIFA planejava. O que demonstra que a declaração de Aldo contra Valcke não passou de um piti infantil, de um momento histérico usado para fingir independência e ousadia.
Pura balela.
Dias depois Aldo aceitou o pedido de desculpas (que na verdade não foi nada além de uma afirmação de que houve "erro na tradução" da frase do pontapé no traseiro) e as coisas continuam como antes: A toque de caixa, sem planejamento, sem qualidade e violando direitos.
É interessante notar que no ínfimo intervalo entre a declaração de que não aceitaria mais negociar, Aldo tenha voltado atrás com tanta facilidade. Arroubo de um farsante para enganar a platéia e para contentar a Milícia governista fingindo se livrar da subserviência frente à FIFA.
A farsa foi breve. Mas tem quem tenha acreditado. E o Brasil de Dilma pode agora se vangloriar de ser uma piada, tratado como lixo pela FIFA e comendo na sua mão.
Agora é só esperar que a legislação que tratará grevistas e manifestantes como terroristas seja aprovada, para alegria e gozo da FIFA, de Valcke e de Aldo/Dilma.