segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Querem derrotar o PT? Lula e o neoPTcostalismo

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Os NeoPelegos da CUT recebem recadinho simpático do Lula: "Querem derrotar o PT?".

Duvido muito. Mas demonstra certo desespero frente às greves e ao descontrole por parte das direções sindicais pelegas de suas bases.

O impressionante nisso tudo é a "percepção" do Lula de que apoiar greves dos trabalhadores é lutar contra o PT. O fato do partido estar envolvido no julgamento de seu maior escândalo, em um dos maiores casos de corrupção do país (falta ainda julgar o Mensalão Mineiro do PSDB) parece, ao Lula, piorar a situação.

Mas pergunto, O Lula queria que os trabalhadores ficassem quietinhos porque o PT está com a corda no pescoço? Se o partido não faz NADA por eles - e Dilma deixa claro seu desprezo pelo funcionalismo público em cada declaração desastrosa que faz - porque os trabalhadores deveriam fazer algo pelo PT?

Aliás, fazer algo pelo PT? Desde quando movimentos sociais devem abandonar suas bases para respeitas as vontades do poder?

Mas fazer o que? Fingir que o partido não é responsável por falcatruas, corrupção endêmica e por ajudar na precarização do emprego de milhares de trabalhadores? Se o PT jogou sua história na lama, que não tente carregar os trabalhadores juntos para o fundo do poço.

PT, PSDB e cia não são opções, são cânceres irmãos que devem ser extirpados. São iguais em suas ações, mas está claro que o PT consegue ser ainda mais nefasto, pois age como se os trabalhadores e sindicatos fossem seus para manobrar, pois de fato possuem força para manobrar a muitos, coisa que o PSDB nunca teve.

A CUT é amestrada, mas alguns setores mostram insatisfação ou, ao menos, alguma indecisão (não confundir com estratégia, pois esta não existe).

Frente às maiores greves que muitos setores vêem em décadas, são forçados a usar seu peleguismo para tentar cooptar trabalhadores (vide o Proifes e a greve dos professores), mas vendo que estão sendo derrotados vergonhosamente, adotam um discurso pseudo-conciliador com as bases, de pequena confrontação com o governo quando, na verdade, seu desejo é o de furar todas as greves que conseguirem.

O discurso da direção é de dar tapinhas no governo para arrancar aplausos da base mais radicalizada - e correta. Mas não passa de jogo de cena, pois a maioria dos NeoPelegos tem cargos garantidos nas administrações petistas e não querem colocar nada disso em perigo. O que importa são seus bolsos, não suas bases.

Ainda assim, Lula não aceita um mínimo de resistência, mesmo que forçada e/ou fingida. Quer a submissão total. Está acostumado a mandar, a ser opoderoso chefão, que comanda o partido, os sindicatos, indicando quem quer para cargos, fazendo candidatos à revelia das bases e sendo tratado como um deus à semelhança do deus vingativo e perverso de seus aliados mais próximos, os neopentecostais.

Esta é a face mais visível do NeoPTcostalismo, que passou por cima de qualquer ideologia, sindicalismo ou honestidade e tornou o PT uma seita de fanáticos prontos a fazer o que manda o Lula e sua profeta, a Dilma, passando por cima de qualquer resistência ou crítica, ao passo que, em sue fanatismo, se tornam iguais ou piores do que o que diziam combater.

Recomendo a leitura dos comentários do Rogério Junqueira, no Facebook, que reproduzo abaixo:
Ainda bem que ele - só ele - sabe o que é bom para o povo: 50% do orçamento público para banqueiros e especuladores, PAC em favor de empreiteiros, Copa e Olimpíadas para empresários, renúncia fiscal para montadoras de carros e fabricantes de geladeiras, Belo Monte para fabricar cimento e alumínio, apoio ao agronegócio e aos grileiros, privatização de portos e aeroportos, truculência contra professores, servidores públicos, estudantes, sem-teto, sem-terra, ambientalistas, mulheres, LGBT, indígenas, negros...

Estamos diante do clássico paradoxo em que formações de centro-esquerda chegam ao poder e governam com (e à) direita, fazendo contrarreformas que a direita jamais conseguiu fazer porque as esquerdas se opunham a elas. As próximas serão a "regulamentação da lei de greve" e o desmonte da CLT - coisas que nem Sarney, Collor ou FHC ousaram fazer.

E ainda nos dizem que o "outro" faria pior! O outro quem? Faria o quê?

Será que temos que lhes demonstrar eterna gratidão por nos traírem, nos atacarem, demolirem nossos direitos e eliminarem garantias históricas durante conquistadas?

Lula, de resto, já disse que nunca foi de esquerda. Uma confissão contra a qual não podemos suscitar objeções e suspeitas.

Maldito o país que se submete a uma liderança.

Malditos os movimentos que abandonam suas bases e que, em troca de boquinhas, deleitam-se em lamber as botas de quem insulta aqueles que um dia foram as suas bases.
Como eu já disse antes, está na hora de acordar e compreender que o PT, assim como o PSDB, é nosso INIMIGO e precisa ser derrotado e as razões são inúmeras, como também mostrou o Robson Fernando no Facebook:
Eu vejo com temor que esse governo do PT tá caminhando cada vez mais a uma práxis de governança fascista. Já posso ver diversos sintomas de fascismo atualmente:
- Princípio de repressão militar, com designação do Exército pra "proteger" os

prédios públicos (pra ter uma morte, é questão de tempo)
- Corporativismo e peleguismo oficializados
- Cooptação da oposição - no final das contas, todos os partidos do Congresso (menos o PSOL se sobreviver) vão seguir uma mesma ideologia de direita radical
- MIlícia fanática que segue princípios como "Se não concorda conosco, está contra a nação" e "Brasil, ame ou deixe-o" e parte pra recursos sujos como a ameaça explícita contra opositores de esquerda
- Violações dos Direitos Humanos como praxe de exercício da governança (indígenas e LGBTs não nos deixam mentir)
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