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quinta-feira, 14 de março de 2013

O novo papa e a falida reconquista da América Latina

A Igreja, ao decidir por um papa latinoamericano o faz baseado não em suposta santidade papal, mas de forma política, calculada. O Brasil é o país com mais catolicos no mundo - onde vem perdendo espaço para o neopentecostalismo - e a América Latina representa hoje 39% dos fiéis do mundo, ou seja, são a região com o maior número de católicos do mundo.

Decisão pensada, calculada. Mas vem muito tarde e vem ideologicamente comprometida, sequestrada até.

O novo papa, Francisco (Jorge Mario Bergoglio), argentino, envolvido com a ditadura local, com tortura e assassinato de militantes, inclusive de padres, com sequestro de bebês, foi, junto com Ratzinger, um dos responsáveis pela eliminação da Teologia da Libertação, ramo este responsável por aproximar a igreja dos pobres e necessitados, exatamente a camada social que é alvo preferencial (e é mais vulnerável) às investidas dos Marginais da Fé.

Em outras palavras, foi o trabalho insistente e tenaz de Ratzinger e Bergoglio que ajudaram a igreja a entrar em crise de fiéis, a perder, especialmente na América Latina, uma quantidade imensa de fiéis para seitas neopentecostais.


A igreja eliminou o ramo que conseguia chegar aos pobres, sobrou apenas os "evangelizadores" envoltos em riqueza e ouro, que conversam melhor com ditadores genocidas como Videla do que com o povo humilde nas favelas.

Talvez o único crime que não envolva o novo papa seja a pedofilia, pois ele não cosnta em nenhuma lista com nomes de "apoiadores", ainda que não seja também considerado um opositor, que discurse contra a prática tão comum na igreja.
Bergoglio e o ditador genocida Videla
Vale lembrar que Bergoglio é, como Ratzinger, um conservador que se opõe aos direitos LGBTs, casamento igualitário, aborto, contracepção, enfim, um típico fascista-moralista católico.

O problema é que este discurso conservador não consegue, na sua forma católica, penetrar mais nas camadas populares, que foram tomadas de assalto pelo discurso igualmente fascista-moralista neopentecostal, com o acréscimo de um estelionato ímpar e com promessas mil de arrebatamento, de mundos e fundos e de dinheiro rápido.

Aos pobres o discurso do dinheiro prometido por estelionatários da fé parece mais atraente que os pedidos de humildade e pobreza (ainda que não seguidos pela ostentosa cúria) para se chegar aos céus.

Pelo visto as "ovelhas" estão mais interessadas em viver bem e ter a promessa dos céus "apenas" odiando minorias que se privando para apenas depois da morte ter algum retorno.

Ou seja, um novo papa foi eleito pensando politicamente numa (tentativa de) reconquista da América Latina tomada por krents, mas que, ideologicamente, representa a mesma coisa que os recém-chegados, com o imenso problema de não trazer nada de novo, nenhuma nova "salvação" e de ter um discurso tão atraente quanto o de uma porta.
É óbvio que eleger um papa argentino - que, porém, ficará em Roma - talvez ajude momentaneamente a imagem da igreja junto aos latinoamericanos, talvez, por um tempo, consiga segurar um pouco a sangria de fieís, mas será por pouco tmepo e, enfim, será cosmético.

A alegria por um papa latino (que não vejo tão grande no Brasil, que mantém uma eterna richa com os argentisno, ainda que esta seja mais forte aqui do que lá) não parece ser maior que a "alegria" das conquistas terrenas e fáceis ao alcance de um cartão de crédito ou de um talão de cheques entregues ao pastor.

A igreja não apenas despertou tarde demais para o crescimento assustador do neopentecostalismo, mas também matou a única oposição viável no combate contra o medievalismo que, no fim, a igreja continua também ou ainda representando.
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No Facebook, a ativista Karla Joyce fez um alerta que, no entando, não muda o caráter (ou falta dele) do novo Papa:
"Pessoal, só um alerta: se não houver as fontes fidedignas do que denunciam, a mesma se esvai.

Não sou defensora do Papa, não duvido de seu conservadorismo, mas ontem pipocaram supostas imagens dele com o ditador argentino Videla. As fotos são verídicas, mas do Cardeal argentino Pio Laghi.

Agora estão publicando uma suposta declaração misógina (algo do tipo "mulheres não tem aptidão para política") que ele tenha feito em 2007, mas a fonte mais antiga que eu achei no Google foi de 20h horas atrás. Consideremos que em 2007 a internet já era "desenvolvida", alguém aí tem alguma fonte mais antiga para confirmar a tal declaração?

Não adianta ter essa onda de denúncias sem ter as provas de fato."
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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Parabéns Argentina! Casamento Gay aprovado!

Depois de 14 horas de debates, hoje pela madrugada a Argentina aprovou o casamento gay! Uma vitória não só para gays, lésbicas, transexuais e etc, mas uma vitória dos Direitos Humanos e de toda a sociedade.

Somos todos iguais, seja perante deus (para quem acredita, e não sou um deles), seja perante nossos semelhantes, nosso povo.

A Argentina deu o primeiro passo, para si e para a América Latina e espero que mais países sigam este caminho de não discriminar nada nem ninguém, de tornar todos os homens e mulheres iguais em suas diferenças e permitir que todos tenham acesso igual à justiça e aos benefícios de se viver em sociedade.

 Foram 33 votos a favor da lei, 27 contra e 3 abstenções, uma vitória mais ampla do que o esperado.

É um momento feliz ver como posições religiosas e retrógradas foram descartadas. Enquanto fascistas de todos os tipos bradavam com cruzes em punho que o Senado argentino fazia a obra do capeta, os parlamentares fizeram o que lhes era devido: Respeitaram o povo e não deram ouvidos aos fanáticos e exaltados.

Por vezes eu acho difícil tratar deste assunto, pois sou totalmente intolerante aos intolerantes religosos. Não tenho um pingo de paciência para perder meu tempo com eles, em especial com os neopentecostais, que são a pior escória imaginável (os pastores e "líderes", dos crentes tenho apenas pena) Não consigo entender como usam explicações saídas das mentes de algum bêbado sádico. que supostamente escreveu uma bíblia há coisa de 2 mil anos e que outros imbecis oportunistas vem modificando e interpretando a sua vontade há tanto tempo quanto.

Não consigo compreender a homofobia. Sei que existe e a combato, às vezes até admito que posso usar os termos errados ou entender algumas coisas de maneira... deturpada, mas no geral a idéia de homofobia, de considerar os gays, lésbicas como "diferentes", como incapazes de assumir as mesmas funções e responsabilidades que qualquer hétero, me soa absurda! Incompreensível! Ridícula!

Pouco importa o que um fanático religioso ou um simples preconceituoso acredita ser bom para a humanidade. Estamos falando de dignidade, de respeito, de direitos. A visão estreita de uns não pode pautar os direitos de todos. Impensável que eu tenha mais direitos que outro simplesmente por este outro ser gay. Na verdade, é intolerável.

Enfim, pressionemos para que as coisas também mudem no Brasil e que possamos seguir o caminho de nossos "hermanos" o mais rápido possível, passando por cima dos conservadores, dos homofóbicos e de toda a escória que nos puxa para o atraso!

É em momentos como este que penso: "Ainda temos futuro, nem tudo está perdido".

Parabéns Argentina, parabéns humanidade!
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Arquivos da Ditadura: Porque o Brasil não faz o mesmo?


Vejam a lista de países da América do Sul que já abriram seus arquivos e que estão já caminhando para a punição (ou já até puniram boa parte) dos criminosos torturadores de suas respectivas ditaduras.

Paraguai:
O Ministério da Defesa do Paraguai abriu pela primeira vez nesta quarta-feira (14) seus arquivos para colaborar com a investigação dos crimes cometidos durante a ditadura militar, um feito qualificado como histórico pelos parentes de vítimas.

A abertura dos arquivos foi obtida graças a um acordo entre o governo e organizações de defesa dos direitos humanos, depois de um pedido apresentado pelas vítimas da ditadura ao presidente socialista, Fernando Lugo.

Argentina:
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, assinou um decreto no qual ordena a abertura dos arquivos sobre a atuação das Forças Armadas durante a ditadura militar no país (1976-1983).
Bolívia:

Evo Morales determina abertura de arquivos secretos do período da ditadura militar na Bolívia 
O presidente da Bolívia, Evo Morales, determinou a abertura dos arquivos referentes à ditadura militar no país – de 1964 a 1982. A expectativa, segundo as autoridades federais, é de que as Forças Armadas apresentem hoje (17) ao Ministério Público as informações necessárias para iniciar as investigações. Um dos objetivos é localizar os restos mortais de ativistas políticos de esquerda que lutaram contra o regime e que estão desaparecidos. Representantes da Defensoria Pública, da Fiscalização Geral e de grupos ligados aos direitos humanos e a parentes de desaparecidos políticos deverão se reunir nesta quarta-feira em La Paz (capital boliviana). O objetivo é que todos tenham acesso ao processo de abertura dos arquivos. Pelos cálculos das entidades de direitos humanos e autoridades federais, há pelo menos 156 pessoas desaparecidas - no período de 1964 a 1982. O ministro da Defesa, Ruben Saavedra, afirmou que um procurador militar vai acompanhar o trabalho como garantia de acesso aos arquivos referentes ao período da ditadura. Na relação de desaparecidos estão o líder do Partido Socialista, Marcelo Quiroga Santa Cruz, e o dirigente sindical Carlos Flores Bedregal. De acordo com informações não oficiais, ambos teriam sido mortos em julho de 1980. Na época, o presidente boliviano era o general Luis García Mesa, que liderou um golpe de Estado para evitar a eleição de Hernán Suazo. Atualmente o governo Morales desconhece detalhes do que contém o arquivo militar relativo à ditadura. De acordo com Saavedra, foram cumpridos os requisitos definidos pela Lei Orgânica das Forças Armadas para ter acesso às informações. Segundo ele, os recursos financeiros para o processo também estão assegurados.

Vale salientar que, no caso Boliviano, as forças armadas se recusam a abrir os arquivos. Mas, por lá, podemos contar com a pressão do Estado e do governo. Já no Brasil...

E, para os defensores da idéia de Ditabranda, podemos dizer que a repressão na Bolívia - ao menos em numero de desaparecidos - não foi na mesma escala que na Argentina, Chile ou uruguai, mas da mesma forma o povo quer e tem direito a saber da verdade. Ditabranda não existe. O que existe são ditaduras que mataram mais ou muito mais.

Chile:
No aniversário do golpe militar que o derrubou, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, homenageou nesta sexta-feira o ex-presidente chileno Salvador Allende (1970-73), a quem se referiu como "símbolo de um povo que não renuncia a sua liberdade".
Allende morreu no dia 11 de setembro de 1973, quando o palácio de La Moneda, sede do governo chileno, foi bombardeado por militares do próprio país. Naquela data, seu governo foi derrubado por um golpe orquestrado pelo general Augusto Pinochet, que permaneceu no poder até 1990. Durante a ditadura, cerca de 3 mil pessoas morreram ou desapareceram.
Além das cerimônias, o governo chileno também anunciou nesta sexta-feira a reabertura dos relatórios Rettig e Valech sobre vítimas da ditadura chilena. O Ministro da Presidência, José Antonio Viera-Gallo, disse que para abrir os documentos só falta cumprir um compromisso assumido com a Câmara e enviar uma emenda ao projeto de lei destinado a criar o Instituto de Direitos Humanos.
Se tudo correr conforme previsto, disse ele, os relatórios poderão ser reabertos em novembro próximo.
A comissão Rettig reuniu em 1991 casos documentados de execuções e desaparecimentos políticos durante a ditadura, enquanto a comissão Valech, de 2003, investigou casos de tortura e os presos políticos. No caso desta segunda, devem ser retomados os depoimentos de pessoas que ainda não foram ouvidas, em um processo que pode levar a indenizações a serem pagas com cerca de US$ 26 milhões que Pinochet mantinha em contas no exterior.

Uruguai (em 2005!):
O governo do Uruguai vai abrir os arquivos secretos do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e das embaixadas do país correspondentes à ditadura que governou o país entre 1973 e 1985, noticiou esta quinta-feira a imprensa local.
E o Brasil?


Bem, nós ainda estamos no "quase". A OAB ainda pede para que os arquivos sejam abertos, muitos dos arquivos estão estragando nos arquivos ou foram simplesmente destruídos (ou nos querem fazer crer os milicos), até o MPF pede a abertura dos arquivos!


Porém continuamos no quase, esperando e torcendo.


Eis que agora vem o PNDH-3 que, para além da abertura, pede a punição dos torturadores e criminosos militares e civis que apoiaram e deram suporte ao golpe e ao regime. Ou pelo menos esta era a redação original do PNDH-3. Agora fala-se apenas em verdade. Mas é um começo!


Até Isabel Allende pede que os arquivos brasileiros sejam abertos, o que ajudaria a esclarecer crimes dentro e fora do país!


O que falta, na verdade, é o fim dos "pedidos". A sociedade brasileira deve EXIGIR! Exigir o que lhe é de direito: Respeito, verdade, reparação e justiça.


Porque o Brasil não segue o caminho da verdadeira democracia e abre seus arquivos, escancara seu passado e manda para cadeia os criminosos responsáveis por crimes hediondos à mando do Estado?


Algumas mães não tem notícias de seus filhos há mais de 40 anos. E, da forma como as coisas andam, jamais saberão. São pais, mães, maridos e mulheres que não tem o direito de saber o que foi feito com seus entes queridos, que há décadas esperam o dia em que poderão os enterrar com dignidade, saber seus paradeiros e, finalmente, conhecer os culpados pelos crimes cometidos contra a humanidade e que permanecem impunes, escondidos pelo silêncio do Estado e das Forças Armadas.


Forças Armadas, aliás, que continuam a ter a mesma mentalidade atrasada e retrógrada da Ditadura. Forças policiais que agem com o mesmo desrespeito às leis e à democracia, que ainda torturam, desrespeitam e matam, como se os anos de chumbo ainda não tivessem acabado.

Enquanto não encararem seu passado, não terão futuro, nós não teremos futuro senão o de sermos eternas vítimas.

De que o Estado tem medo? De que o governo, os sucessivos governos ,tem medo? O que escondem que não pode ser jamais mostrado ao povo brasileiro?

Pela abertura IMEDIATA dos arquivos da ditadura e pela punição exemplar dos criminosos - civis e militares - que cometeram e ainda cometem crimes contra a humanidade. Não é revanchismo, é justiça.
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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ditadura Militar e os arquivos secretos. Do que o governo tem medo?

O criticado (não sem razão algumas vezes) Fernando Lugo, presidente do Paraguai, abriu esta semana os arquivos da ditadura Paraguaia. Mesmo sofrendo ataques e sem ampla maioria, respeitou as vítimas da ditadura, o direito à memória e à dignidade humana e abriu os arquivos que podem esclarecer inúmeros crimes no país e fora dele. Talvez saibamos mais sobre a Operação Condor através dos arquivos paraguaios.
Para o advogado, vítima da ditadura de Stroessner (foi sequestrado em novembro de 1974), "a iniciativa do governo Lugo deveria servir de exemplo para todos os governos do continente". 
Tabaré Vasquez, que não é de todo confiável - se opõe ao direito ao aborto, por exemplo - defende na eleição de domingo no Uruguai, a revogação da Lei da Anistia (que foi declarada inconstitucional pela justiça local ao menos para um caso). É, em todos os sentidos, um avanço! Com Mujica, ex-Tupamaros, no poder - as pesquisas o dão como vencedor no país - é possível que mais e mais arquivos apareçam e que os militares torturadores tenham suas penas devidas.

No próximo domingo, junto às eleições presidenciais e legislativas, os uruguaios votarão a anulação da lei de anistia para os crimes cometidos durante a ditadura militar (1973-1985).
Na Argentina, torturadores e criminosos militares estão sendo julgados sempre que possível. Suas imunidades estão caindo por terra e o passado vem sendo desenterrado. As Mães e Avós da Praça de Maio continuam pressionando e encontrando seus filhos e netos perdidos e os criminosos postos na cadeia.

A lição que vem destes países é clara: Crimes contra a humanidade, a tortura, não podem nem devem ser perdoados. Crimes de roubo de bebês e crianças, "desaparecimentos" e assassinatos cruéis de opositores de ditaduras sanguinárias não podem e nem devem ser tolerados. Os culpados devem ser caçados e punidos com todo o rigor da lei. Presos por toda a vida pelos crimes hediondos cometidos.

Mas e (n)o Brasil?

Por aqui os milicos continuam a viver como se nada tivesse acontecido ou como se nada tivessem feito contra o povo, a democracia e a dignidade humana. Andam nas ruas como se inocentes fossem, bons velhinhos. Os restos dos nossos guerrilheiros são deixados de lado - como acreditar em uma operação de "resgate" comandada por militares? Os mesmos que tem todo interesse em esconder a verdade -  a verdade não parece ser uma opção, e sim algo a ser escondido com unhas e dentes.

Nenhum milico é condenado, nenhum milico é preso, identificado como assassino e torturador nas ruas e impedido de conviver com seres humanos normais, com dignidade.

Aqui no Brasil o exército continua carregado de torturadores que fazem o possível para encobrir os crimes ou, em alguns casos, ainda os exaltam com missas em memória dos torturadores já falecidos ou dsicursos carregados de ódio e saudosismo de um período negro em que a vida de um ser humano nada valia nos porões da ditadura.

Gente do naipe de Jarbas Passarinho ou Delfim Netto  andam nas ruas como se fossem "cidadãos de bem" quando, na verdade, não passam de figuras sujas, monstros que assassinaram e torturaram - direta ou indiretamente - centenas de brasileiros. Esta corja não deveria ter o direito de sequer ver a luz do sol. Deveriam passar o resto de suas vidas em uma cela, pagando pelos crimes do passado e não dando entrevistas saudosas de um dos períodos mais negros de nossa história. Não basta serem criminosos, ainda são saudosistas.

O governo lançou uma campanha que é, sem dúvida, muito bonita e emocionante, a "memórias reveladas", com direito a hotsite, propagandas na TV, páginas em revistas e etc... Mas fica uma dúvida, porque perguntar ao povo se sabem de algo e não abrir os arquivos da ditadura que podem esclarecer tudo de uma vez por todas?

De que Lula e seu governo tem medo?

Onde estão os militantes dos Direitos Humanos, das causas sociais e etc que não se manifestam e exigem uma resposta definitiva do governo? Que vemos avanços neste governo é claro, mas também retrocessos e absurdos como o de pedir à vítimas e possíveis testemunhas falem algo que poderia e pode ser facilmente descoberto caso os arquivos fossem tornados públicos, ao alcance de todos.

Quem sofreu, perdeu parentes, dignidade, foi torturado, perseguido, exilado merece saber a verdade, merece conhecer todo o passado, sem restrições, censura ou a resistência inacreditável e intolerável de um governo que tem dentre seus militantes indivíduos que sofreram diretamente as agruras da Ditadura Militar.

Porque não fazem NADA? Do que [de quem?] tem medo?
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quinta-feira, 11 de junho de 2009

Anti-Sionismo não é Antissemitismo

Recordando o caso dos militantes de Esquerda que entraram em confronto com Sionistas na frente à Prefeitura de Buenos Aires em maio, quando as comemorações dos 61 anos da fundação do Estado Genocida de Israel (para os Palestinos, a Nakba), vale um texto muito bom, publicado no site Boltxe, sobre a diferença básica entre Anti-Sionismo e Antissemitismo.

A maior parte - senão todos - os meios de comunicação não hesitaram em chamar os protestos contra Israel de antissemitas, uma incorreção absurda, que beira a clara manipulação de informação. Protestar contra o Estado de Israel, repudiar a criação e existência, além dos hediondos atos, deste Estado não é, de forma alguma, Antissemitismo, afirmar isto é não só desconhecer como querer manipular a verdade.

Defender cegamente Israel é defender o Genocídio contra a população Palestina, enquanto denunciar este Estado é defender a humanidade.

Anti-Sionismo é legítimo, denota dignidade e respeito pela humanidade. Vai contra o terror, o genocídio, a opressão e a repressão à civis e inocentes e o massacre de tudo um povo.



Aliás, muitos grupos Judeus se opõem ao Sionismo, seriam eles antissemitas também?

Alguns grupos judeus e anti-sionistas:

http://www.jfjfp.org/
http://www.jewsagainstzionism.com/
http://www.nkusa.org/
http://www.jewsnotzionists.org/
http://www.israelversusjudaism.org/

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Atualização Outubro 2023:

Editei o trecho "Defender Israel é defender o Genocídio contra a população Palestina, enquanto denunciar este Estado é defender a humanidade," que ficou: "Defender cegamente Israel é defender o Genocídio contra a população Palestina, enquanto denunciar este Estado é defender a humanidade.," e que reflete muito mais meu pensamento hoje, anos após escrever esse texto.

Antisionismo no es antisemitismo

En estos días, una acción de una agrupación de izquierda en denuncia a los crímenes del Estado de Israel fue presentada en los medios como una “agresión antisemita” o “antisionista”, como si ambos términos fueran sinónimos. Fue evidente la intención de los diarios y canales de TV de presentar a la izquierda en general como “antisemita” y violenta, sin la menor preocupación por contrastar la dudosa información que se filtró inicialmente.

No puede aceptarse esta igualación, que muchos defensores de Israel pretenden imponer para silenciar cualquier crítica. La izquierda tiene una larga tradición de rechazo al sionismo y, al mismo tiempo, de defensa de los judíos contra toda discriminación. Nadie como la tradición de izquierda defendió y acogió en su seno a los judíos. La historia aporta muchos ejemplos. Hacia fines de la década de 1920 el Partido Comunista en Argentina tenía una importante proporción de afiliados judíos, que en Capital superaban el 14% (ninguna otra fuerza política podía mostrar en esa época un porcentaje similar). Los comunistas controlaban por entonces varios sindicatos de gremios en los que la mayoría de trabajadores eran judíos, como los de sastres, parquetistas, gorreros y panaderos israelitas. Obreros judíos animaban una Sección Judía del PC, que editaba periódicos y revistas en idisch de amplia circulación. Crearon además numerosas escuelas de expresión idish y otras entidades de apoyo a los judíos de todo el mundo. En los actos y conferencias partidarias el dirigente Máximo Rosen solía dar sus discursos en esa lengua, un signo de amistad hacia los judíos que ninguna otra fuerza acostumbraba mostrar. Ellos, sin embargo, estaban convencidos de que el sionismo era una forma de nacionalismo agresivo emparentada con el fascismo y el imperialismo. Por eso, el apoyo a los puntos de vista del PC palestino y la lucha contra el sionismo fueron preocupaciones centrales de las organizaciones de los judíos comunistas argentinos en esos años, que en varias ocasiones se enfrentaron incluso físicamente con los que pertenecían a organizaciones sionistas, a los que veían como enemigos. En una publicación de 1929, por ejemplo, se refirieron a ellos con los términos más duros:

Los ‘fascistas sionistas’ se reagrupan llevando la ofensiva de brutales provocaciones a los camaradas comunistas, y escudados en el sentimiento nacionalista arraigado en la mentalidad de ciertas capas de obreros israelitas, continúan su labor de engaños y sofismas, de colectas por las cuales esquilman desde hace cuarenta años el bolsillo de los crédulos, y llevando a cabo la propaganda castradora y chauvinista al seno de las masas judías. (Véase H. Camarero: A la conquista de la clase obrera: los comunistas y el mundo del trabajo en la Argentina 1920-1935, Bs As, Siglo veintiuno, 2007, p. 311)

Si los judíos comunistas de entonces hubieran tenido la ocasión de ver la violencia que el Estado de Israel ejercería mucho después contra los palestinos, el racismo abierto que profesan algunos de los líderes israelíes hoy en el gobierno y su íntima alianza con las tropelías del imperialismo norteamericano en Medio Oriente, no caben dudas que habrían visto confirmados sus peores pronósticos.

La reciente difamación de la prensa no es un hecho puntual: forma parte de una verdadera campaña. En los últimos meses en varias ocasiones los representantes de las organizaciones más importantes de la comunidad judía han denunciado supuestos “brotes antisemitas” en Argentina. Que el antisemitismo existe y debe ser combatido, no cabe ninguna duda. Pero no ayuda a ello el uso político que de este tema realizan quienes apoyan las políticas israelíes. El mote de “antisemita” se viene usando con creciente intensidad con la sola finalidad de silenciar a aquellos que se atreven a criticar las injusticias que el estado de Israel viene cometiendo contra los palestinos. Es vergonzosa en este sentido la actitud del INADI de convalidar ese uso, confirmando la sospecha de “antisemitismo” que las organizaciones por-israelíes pretenden echar sobre todos los que no están de acuerdo con su línea política. La parcialidad de su titular, María José Lubertino, contrasta con la buena labor que viene realizando en otras áreas, y no es casual. En enero de este año tuvo el atrevimiento de acusar a Israel de “violar el derecho internacional” con su invasión a la Franja de Gaza, una afirmación de sentido común por la que, sin embargo, recibió durísimos ataques de los líderes de las entidades representativas de la colectividad judía y también del Jefe de Gabinete. Tras el incidente, que casi le cuesta su cargo, Lubertino parece haber aprendido la lección: no se puede ir en contra de la política del sionismo sin exponerse a serias consecuencias.

Son sin embargo cada vez más los judíos que comprenden que el legado cultural milenario de un pueblo no puede atarse a los intereses de un estado militarista. Prominentes intelectuales como Naomi Klein vienen denunciando un nuevo “apartheid” contra los palestinos y llamando a un boicot contra Israel. Incluso rabinos y soldados israelíes han hecho pública su oposición. Pero además se han hecho oír voces de hartazgo frente a la manipulación de la denuncia “antisemita” y de la memoria del Holocausto. Sir Gerald Kaufman, miembro del Parlamento británico, se quejó públicamente de que el gobierno israelí “explota cínicamente el sentimiento de culpa que hay entre los cristianos por la masacre de judíos durante el Holocausto”, con el sólo fin de “justificar el asesinato de palestinos”. Su voz se suma a la de otros, como la del filósofo Michael Neumann, que viene protestando por lo mismo desde hace años. Para Neumann resulta un “escándalo” la atención que recibe el problema del antisemitismo en relación con otras formas de racismo de igual o mayor importancia. Más aún, opina que, teniendo en cuenta que quienes defienden la causa israelí sistemáticamente la relacionan con la identidad judía, no es sino comprensible que haya reacciones antijudías como parte del rechazo de la política del sionismo. Tanto Kaufman como Neumann son descendientes de víctimas del nazismo. En Argentina son varios los que alzaron su voz contra el uso político de la memoria de los sufrimientos del pueblo judío. Entre otros, lo hizo Laura Ginsberg, familiar de una víctima del atentado a la AMIA. Más recientemente lo han hecho Néstor Kohan y el grupo “No en Nuestro Nombre”.

Es preciso reconocer que la forma más preocupante y extendida de discriminación a nivel global no es hoy la que afecta a los judíos. Los árabes y musulmanes vienen siendo objeto de ataques de odio racial en numerosos países. Los prejuicios antimusulmanes son moneda corriente en la cultura de masas (basta ver la cantidad de films en los que se los relaciona con la irracionalidad y el terrorismo). El racismo antiárabe está arraigado en la propia sociedad israelí. Como informó la BBC en 2007, encuestas llevadas a cabo entre jóvenes de ese país mostraron que un 75% opinaba que los árabes eran menos inteligentes y más “sucios” que otros pueblos. Indudablemente, la tolerancia que la opinión pública internacional viene mostrando frente a las sistemáticas violaciones de derechos humanos que afectan a musulmanes se explica en buena medida por esos prejuicios. En el mundo de Guantánamo y Abu Ghraib, de las cárceles clandestinas de la CIA en Europa y del fósforo blanco cayendo sobre niños en Palestina, combatir el racismo antiárabe debería aparecer como la prioridad principal para cualquier persona justa. No debe llamar la atención que la tradición de izquierda denuncie hoy el sionismo, como lo ha hecho siempre. Y tampoco puede nadie asombrarse de que hoy defienda a los árabes y musulmanes de las discriminaciones y agresiones que reciben, tal como lo hizo en el pasado cuando los judíos eran las principales víctimas de ese tipo de ataques. El odio contra árabes y musulmanes es el nuevo antisemitismo.

Ezequiel Adamovsky es historiador e investigador del CONICET.

Ezequiel Adamovsky

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