quarta-feira, 11 de junho de 2014

Marina Silva e a Rede poderiam vencer em 2014?

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Com a queda da Dilma e desconfiança geral na oposição, se a Rede da Marina fosse legal ela seria eleita. No PSB, porém, discurso dela mingua. ela não apenas é vice, como o discurso de "novo" dela morre, uma parte considerável da juventude que militou com e por ela nas eleições passadas debandou (Junho tem relevância na análise desse aspecto, mas acho que menor que a entrada no PSB em si).

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Que este texto não pareça um apoio ou demonstração de simpatia pela Marina, sou insuspeito. E jamais votaria em um(a) evangélico(a) nem pra síndico (por "evangélico" faço referência aos (neo)pentecostais da teologia da prosperidade e semelhantes).
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E o Campos não me parece estar na campanha pra se eleger, mas pra não se comprometer. Ele cria nome nacional, valoriza passe, não apoia nem PT e nem PSDB e vê qual será melhor pra ele mais pra frente caso provavelmente não chegue ao segundo turno. Calcula e escolhe o vencedor e se alia feliz e satisfeito garantindo seus cargos e benesses - agora fortalecido. E sente-se livre para escolher quem apoia (e não apoia) nos estados sem qualquer pressão nacional - essa me parece ser também a tática de escroques como Pastor Everaldo e Magno Malta, dois marginais da fé atualmente aliados ao PT, mas que debandam para quem pagar mais.

Quem quer ganhar tem candidato a governador em SP. Ao apoiar Alckmin ele não tem palanque em estado onde é desconhecido e dos maiores do país. Não é tática de quem concorre sério. Lembrando que a Marina já declarou que a Rede (me parece que meio como uma tendência dentro do PSB, apesar da própria afirmar que seu partido existe, de alguma forma coligado ao PSB)

Marina comeu bola nessa. Apostou num cavalo que não foi pra brigar. Agora, a candidatura pode dar trabalho, até porque imagino que ela aparecerá tanto quanto ou até mais que o próprio Dudu Campos nas propagandas. Ela atrai ainda (resta saber quanto). Campos aposta na desconfiança e cansaço do eleitorado com o bipartidarismo branco imposto ao país. E pode funcionar.

Agora, só eu acho suspeito que PROS e SDD (o partido onde até o nome é piada) absolutamente fraudados tenham sido legalizados e a Rede não? Aí tem coisa. Mas já era. PT fez jogo certo, senão poderia hoje estar numa situação ainda pior, com votos pulverizados e uma Marina ameaçando de verdade, porque a imagem dela não é de "velha política" como os demais, os efeitos de junho teriam sido menores na imagem dela.

Se por um lado a falta de cargos levou a um certo "sumiço" dos holofotes que prejudica a imagem da Marina, por outro esta "sumida" acaba ajudando por torná-la virtualmente invisível enquanto alvo dos protestos. No fim das contas, penso que a Marina em si possa sair fortalecida. A ideia de seu partido ainda não foi abandonada e ela sai ao menos momentaneamente do ostracismo, mas não concorre de verdade à presidência - nem Campos.

Escrevi antes:
A jogada de Marina é inteligente, pois ela se liga a um político com baixíssimos índices de rejeição no sul-sudeste (ele é virtualmente desconhecido nessas regiões) e pode tentar manter seu discurso (fake) de honestidade, idoneidade e ética - mesmo o PSB sendo um ninho de cobras que recentemente tem filiado gente até do DEM.

E ela pode ainda contar com a conhecida inocência de sua militância, aliada ao péssimo nível de politização da mesma, para conseguir passar por cima do "inconveniente" de estar ligada a um partido "velho, viciado". Seu discurso talvez terá de mudar um pouco, mas no geral permanece o mesmo: De pureza ideológica, de "novo", aliado ao fato de estar ligada a um político "novo" para o grande público (apesar de ser um velho conhecido dos pernambucanos, e um infeliz conhecido, e de ser velho aliado e amigo do Lula/PT).

No fim das contas, Marina pode sair fortalecida, pois terá tempo para erguer sua Rede e não ficará no ostracismo por mais alguns anos e terá participação ativa, assim como holofotes na próxima campanha presidencial (mesmo que não seja a candidata do PSB).
Enquanto caminho para a construção de seu partido, ela acerta. Enquanto via para realmente disputar de imediato a presidência... Apenas se a campanha do Aécio for absolutamente intragável e Dilma continuar a ser Dilma (esta é a parte mais fácil).
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