sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Ódio pós-eleitoral: Folha, Leandro Narloch e Pobres, ou quando os fascistas saem da toca

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Típico fascista "descolado", que posa de moderno, que detesta o politicamente correto, Leandro Narloch, porém, apenas desfila aqueles mesmos ideais supremacistas e aquela mesma ideologia de ódio do começo do século XX e que foi responsável, sabemos, pelas maiores atrocidades.

Seu ódio é contra os pobres, contra os analfabetos, contra aqueles que ele chama da "ignorantes". Ignorantes por votar diferente dele, por não terem a mesma linha ou forma de raciocínio e concordarem com suas opiniões Narloch tem preconceito contra quem votou na Dilma, pois, segundo ele, não pensam.

Ou melhor, é daqueles que diz que pensam com a barriga, logo, acusa o governo de compra de votos, de usar programas sociais para ter dividendos políticos. Em sua opinião, bom seria deixar o povo morrer de fome, aí sim votariam com a "consciência". Pelo menos aqueles que continuassem vivos.
Eu tenho preconceito contra os cidadãos que nem sequer sabiam, dois meses antes da eleição, quem eram os candidatos a presidente. No fim de julho, antes de o horário eleitoral começar, as pesquisas espontâneas (aquela em que o entrevistador não mostra o nome dos candidatos) tinham percentual de acerto de 45%. Os outros 55% não sabiam dizer o nome dos concorrentes. Isso depois de jornais e canais de TV divulgarem diariamente a agenda dos presidenciáveis.
Todas as criticas da figura se direcionam, obviamente, para os pobres, mas ele esquece qe boa parte dos membros de sua classe, dos playboys de classe média, também não sabia, na época, o nome dos candidatos.

Muitos destes votavam em Serra porque este iria manter os privilégios de sua classe ou na Marina, porque, afinal, todo playboy de classe média gosta de seguir a moda e ser descolado.


Aliás, os dados apresentados por Narloch são interessantes, na tentativa de denegrir o eleitor de Dilma - que em grande parte votou pela continuidade do governo Lula - ele acaba por mostrar que mesmo Serra era desconhecido por 55% dos eleitores, afinal, eles não conheciam o nome de nenhum dos concorrentes.


A direita mais fanática é engraçada, se FHC não presta como cabo eleitoral - na verdade tira votos - e não pode ser usado por Serra, então o PT também não pode usar o Lula. A continuidade é ilegal, porque a do FHC seria um tiro no pé.
É interessante imaginar a postura desse cidadão diante dos entrevistadores. Vem à mente uma espécie de Homer Simpson verde e amarelo, soltando monossílabos enquanto coça a barriga: "Eu... hum... não sei... hum... o que você... hum... está falando". Foi gente assim, de todas as regiões do país, que decidiu a eleição.
Ao invés de ter preconceito contra quem não sabia quais eram os candidatos, Narloch deveria parar e pensar um pouco: Porque? Porque não sabiam? Será que é porque são pobres e ignorantes ou é porque o sistema político brasileiro é uma farsa? Porque os políticos em geral não investem em educação, em polização, em inclusão social e apena surgem na hora de pedir voto para, depois, dar uma banana ao eleitor?


Mas não, mais fácil odiar o nordestino pobre e "ignorante". Talvez os mesmos "ignorantes" que colocavam Serra na frente nestas mesmas primeiras pesquisas... Sinal dos tempos!


A referência ao Homer Simpson, aliás, é providencial. William Bonner já a usou - Vejam como a direita se entende. Se referiu assim aos que assistem o Jornal Nacional. Será, meu caro Narloch, que o povo que você tanto odeia, politicamente alienado - e que não é "apenas" os pobres - assim o é porque sofrem amplo descaso dos políticos e tem uma mídia de merda (perdoem o termo, mas é o mais próximo da realidade) que apenas nos imbeciliza?
Tampouco simpatizo com quem tem graves deficiências educacionais e se mostra contente com isso e apto a decidir os rumos do país.
Aliás, vale lembrar, o Narloch, o grande gênio do voto consciente, é editor da revista pseudo-científica Superinteressante, trabalhou na Veja e possivelmente não lê o que publica sobre história na "Aventuras na História". Ou se lê, não aprende. Não nota que seu ódio contra os "ignorantes" beira o ódio de certos elementos que, daí, passaram ao puro e simples extermínio.

Aliás, a referência educacional claramente faz alusão ao Lula, ao melhor presidente que o país teve em sua história (não que tenha sido, por isto, maravilhoso, claro). A direita ainda não aceita o fato de que um PhD como FHC tenha sido um lixo e que Lula representa um Brasil moderno e respeitado internacionalmente.


Todo o ódio se limita a isto, ao fato de que um cara que veio da pobreza e nunca fez seu doutorado e tampouco pertença ao seleto clube da elite racista do Jardins/Leblon. O ciclo foi quebrado. Collor não era do grupo e logo sofreu um impedimento, não quis dividir o butim, já Lula, meu deus, ele veio da merda, ele era um sindicalista, ele não faz parte do nosso grupo! Intolerável!
São sujeitos que não se dão conta de contradições básicas de raciocínio: são a favor do corte de impostos e do aumento dos gastos do Estado; reprovam o aborto, mas acham que as mulheres que tentam interromper a gravidez não devem ser presas; são contra a privatização, mas não largam o terceiro celular dos últimos dois anos. "Olha, hum... tem até câmera!".
O ódio de classe e o ódio contra a origem e a história de um nordestino pobre fica, então, escancarado. Este é o problema principal. O povo votou num "ignorante" e a elite não tolera ser desrespeitada, não tolera que passem por cima das suas decisões.


Vejam o raciocínio: "Globo, Folha, Veja, Abril, todos fizeram, junto com a elite, campanha pro Serra. Então como é possível que este povo ignorante tenha escolhido a Dilma! Oras, eles são analfabetos e pobres, não lêem a revista! Então vamos logo atacá-los, mostrar sua inferioridade, lamber nossas feridas atacando, porque nós é que somos inteligentes, letrados, estudados! Nós é que temos de governar este país!"


Mude algumas palavras, mas a idéia permanecerá a mesma. A direita está saindo do armário. A mídia ainda se esconde, se faz de imparcial, mas vários indivíduos-chave começam a se mostrar, a assumir seu racismo e preconceito. Esta elite que vê o mundo preto no branco e não cinza, contraditório, complicado.


Afinal, no poder, fecham os olhos para as classes baixas e governam para si. "Porque descriminalizar o aborto se só pobre morre? Afinal, nossas mulheres, brancas, ricas, podem pagar clínicas e não sofrem nada. Porque aumentar o gasto do governo com programas sociais se a elite não precisa? Ou mesmo os impostos, porque reduzir a carga para os mais pobres se isto significa aumentar a nossa, a dos ricos?"


A direita, a elite, tem um raciocínio linear, não consegue concatenar as idéias, pensamento complexo? Sem chance! Podem até estudar o conceito na universidade, mas a prática é diferente. Sabem usar a palavra, é bonita, "c-o-n-t-r-a-d-i-ç-ã-o", mas usar, aplicar à realidade...



Aliás, devem estar apavorados, hoje tem mais pobres na universidade que ricos! Como então irão agora chamar os pobres de burros e ignorantes?

Para gente assim, a vergonha é uma característica redentora; o orgulho é patético. Abster-se do voto, como fizeram cerca de 20% de brasileiros, é, nesse caso, um requisito ético. Também seria ótimo não precisar conviver com os 30% de eleitores que, segundo o Datafolha, não se lembravam, duas semanas depois da eleição, em quem tinham votado para deputado.
Admito ser dificil ler e comentar parte-a-parte o texto desta figura grotesca, mas é necessário. Precisa ser denunciado, demolido. O bom é que, debaixo d todo este ódio, apenas grassa ignorância, conceitos deturpados ou mesmo um raciocínio tão rasteiro que até envergonha. Sob o perigo de cair na Lei de Godwin, Hitler ao menos sabia discursar. Mussolini tinha estilo. A direita brasileira é apenas patética.


O orgulho é patético. O orgulho daquele pobre que hoje vai à universidade que, mesmo sendo uma Uninove ou uma Uniban, ainda é motivo de orgulho, por ser alguma coisa melhor que a submissão à casta dominante, daquele outro miserável que saiu de lá e pode ter um telefone - mesmo pagando as taxas mais caras do mundo.

Mas, lembrem-se, pela cartilha da direita brasileira, privatizar é bom! Nossa direita é entreguista, sem um pingo de patriotismo ou respeito pelo país, sonha em morar em Miami para não se misturar.



Estes 30% de eleitores que não se lembram do voto são o que? Pobres ignorantes ou apenas uma imensa parcela da população que, independentemente de classe social, não se vê representada pelos políticos eleitos ou não vê na política representativa uma saída ou solução para seus problemas?
Não estou disposto a adotar uma postura relativista e entender esses indivíduos. Prefiro discriminá-los. Eu tenho preconceito contra quem adere ao "rouba, mas faz", sejam esses feitos grandes obras urbanas ou conquistas econômicas.
E isto é problema do desiludido ou é um problema da formação política e social brasileira e do trabalho de imbecilização midiática? Imbecilização esta, aliás, patrocinada por que usa o espaço na mídia para destilar ódio e preconceito.


Mas o caro Narloch subestima o povo. Chama-o de imbecil, de idiota, de inferior... É o último estágio dos fascistas brasileiros, impotentes frente à vitória de Dilma. Se o governo será bom ou ruim, difícil saber, mas é herdeiro de um governo cujo presidente ultrapassa os 80% de aprovação e em que nem a direita mais odiosa consegue demonizar ou, se o faz, não consegue fazer ressoar pela sociedade.

Discriminar é aquele estágio final em que viram que seu poder de fogo é quase zero, que seus diplomas - por enquanto, os "ignorantes" estão chegando! - não valem de nada, não mudam a balança eleitoral. É melhor, então, apenas admitir que tem horror a pobre, a cheiro de pobre e viver com isso.


Conquistas econômicas só para a elite. Pobre não pode ter dinheiro! Absurdo! Reforma urbana, casas para sem-teto e população de baixa renda, urbanização de favelas, todas obras que merecem repúdio. Obra boa mesmo é aquela patrocinada pelo Kassab, sanitarista, higienista, que tire os pobres sujos do caminho e deixe a elite andar em paz.


Referência ao Mensalão, talvez? Ao caixa dois que, de fato existiu, mas começou em minas com o PSDB e é praticado por TODOS os partidos com exceção de poucos como o PSOL? Não é justificável, mas condenar um em detrimento de outros é atitude tão burra quanto.
Contra quem se vale de um marketing da pobreza e culpa os outros (geralmente as potências mundiais, os "coronéis", os grandes empresários) por seus problemas. Como é preciso conviver com opiniões diferentes, eu faço um tremendo esforço para não prejulgar quem ainda defende Cuba e acredita em mitos marxistas que tornariam possível a existência de um "candidato dos pobres" contra um "candidato dos ricos".
"Marketing da pobreza", adorei! Vai ver que as crianças pedindo esmola no sinal, ou as favelas - pegando fogo - ou mesmo os indigentes dormindo nas calçadas sejam só intriga da situação. É marketing. Querer tirar estes da miséria? Marketing.


Mas, realmente, terrível culpa os "outros". Culpar as potências mundiais que, com seus acordos e organizações perpetuam a pobreza ao impor concertos econômicos esdrúxulos aos países pobres? Absurdo!


Clpar os coronéis que mantiveram - e ainda mantém - os pobres das cidades mais desgraçadas (no sentido de pobres, por favor) na mais completa miséria e ignorância? Jamais!


Oras, vejam que disparate, culpar os empresários, só porque estes formam cartéis, aprovam o monopólio, praticam uma mais-valia assustadora, escravizam trabalhadores e se recusam a reconhecer os direitos sociais e trabalhistas de seus funcionários? Inaceitável! Acusação vil!


A referência à Cuba é a cereja do bolo. Sempre. É a Lei de Godwin da direita. Ou a Lei de Fidel. Sempre que uma discussão com a direita esquentar, eles apelarão pra Cuba. Não importa que críticas faça a própria esquerda à Cuba, nem o embargo, nem os sucessos, é sempre a saída final, aquilo que acaba com a discussão - para eles.

Falando nesta direita acéfala, não é de surpreender que o artigo tenha sido publicado pela Folha (acesso restrito) e logo depois re-postado pelo Augusto Nunes, o cão de guarda da Veja que foi humilhado pelo Zé Dirceu no Roda viva (vale à pena assistir), que demonstra a cada post o nível (ou a falta) da atual direita brasileira. Ressentida, acuada, sem argumentos e em franco desespero.


A direita brasileira é tão burra que sequer sabe aproveitar o fato de boa parte da população ser conservadora. Partem logo para a agressão, afastando os mais moderados  e virando mero motivo de piada.


Vejam, apenas de passagem, a argumentação usada por este Augusto Nunes para criticar o Ministro Celso Amorim, apenas o maior ministro de Relações Exteriores desde Rio Branco:

Nenhum país merece, pensei na poltrona logo atrás. Amorim lembrava um pintassilgo com frio. E então tive de resistir bravamente à tentação que sempre assaltava Nelson Rodrigues quando topava com o cronista Carlinhos Oliveira, pequeno e franzino, nas ruas do Rio.
Nunes chama o nosso ministro de "passarinho", critica o formato de seu corpo e diz que "nenhum país merece". Realmente, saudades do Ministro Lafer, que humilhava o país retirando o sapato nos aeroportos dos EUA. Mas é desta subserviência que nossa elite gosta!


De fato não podemos falar, nas ultimas eleições, em apenas um candidato dos ricos e dos pobres. Mas podemos com segurança falar do candidato da criminalização, da mentira e da farsa, do sanitarismo, da violência, da barbárie, da intolerância e do atraso. Serra e Marina disputam as classificações.
Afinal, se há alguma receita testada e aprovada contra a pobreza, uma feliz receita que salvou milhões de pessoas da miséria nas últimas décadas, é aquela que considera a melhor ajuda aos pobres a atitude de facilitar a vida dos criadores de riqueza.
Já sei, aquela receita neoliberal aplicada por FHC que tirou os pobres..... hmmmm, não, não tiro não, só os afundou no buraco. Ou talvez aquela, também neoliberal, que resgatou a Argentina... opa, também não. A Argentina faliu... Ou a do FMI pra Coréia do Sul! Ah essa... eita, também não, a Coréia do Sul se recusou a seguir o FMI, por isso cresceu....

É o caso do Chile e de Cingapura, onde a abertura da economia e a extinção de taxas e impostos fizeram bem tanto aos ricos quanto aos pobres. Não é o caso da Venezuela e da Bolívia.
Pois é, países com população ínfima comparada ao Brasil... Cingapura nem vale comentar, é um colosso!


Mas, bem, vamos entrar na discussão de ditaduras? Porque o Chile teve de matar mais de 30 mil pra ter o crescimento que o Narloch admira. Cingapura também nunca foi bem ma democracia. Pena que o Brasil "só" matou uns 300 ou 400. Se tivesse matado um milhão, quem sabe?


Mas, realmente, Chile é bom exemplo, a população Mapuche que o diga! Estão em festa.


Já Venezuela e Bolívia, realmente, terrível! Ao invés de caminhar rumo ao consumismo, à noção de acumulação acima de tudo, passaram a impor leis democráticas de respeito aos povos originários, garantiram educação universal a todos, erradicaram o analfabetismo, melhoraram os indicadores sociais....Besteira.
Por fim, eu nutro um declarado e saboroso preconceito contra quem insiste em pregar o orgulho de sua origem. Uma das atitudes mais nobres que alguém pode tomar é negar suas próprias raízes e reavaliá-las com equilíbrio, percebendo o que há nelas de louvável e perverso. Quem precisa de raiz é árvore.
A declaração final da elite racista e entreguista. Dispensa grandes comentários. A declaração em si representa tudo aquilo de mais repudiável, de uma elite disposta a abrir mão da história do país, a negar sua origem.


Que vendam tudo, que matem todos, mas a elite permanecerá. O resto é resto.

Este artigo da/na não vem do nada, mas é reflexo e uma campanha suja em que a direita mais racista, os fascistas dormentes, despertaram e ganharam a mídia. Mayara Petruso, Leandro Narloch, Augusto Nunes e tantos outros são apenas o reflexo do nível do debate político nacional, em que a mídia e a direita, completamente desesperados e esvaziados de idéias, partem para os ataques mais toscos e absurdos, criando e perpetuando ódio, preconceito e racismo.



Mas, de fato, Narloch, nós (sic) somos mesmo preconceituosos e racistas.

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Comentários (44)

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EXCELENTE! Parabéns!
1 resposta · ativo menos de 1 minuto atrás
...
Sem palavras.

Creio que preciso reduzir o número de visitas ao seu blog. Posts sobre situações e pessoas que.... puta merda. Difícil demais.
Meu ouvido sangrou quando vi a entrevista dele. É pedancia demais numa criatura só...
1 resposta · ativo 755 semanas atrás
Raphael,

Excelente texto, como sempre! Mas desta vez para tratar de um sujeito asqueroso.
Como tenho nojo de pessoas como este. Viva a pluralidade, mas abrir espaço para
um cara como este é no mínimo irresponsável. Mas é esta a mídia que temos no Brasil.
De qualquer forma, este é o Brasil que perdeu. Não podemos deixá-lo ressurgir.
Parabéns pelo texto e liberdade a mente destes pobres ignorantes e cegos da direita.

:)
1 resposta · ativo 755 semanas atrás
Normalmente, discordo de muita coisa nos seus textos. Neste, não. Foi perfeito. Sem tirar nem pôr. Assino embaixo. Aplaudo. Reverencio. Parabéns.

Como dá vontade de vomitar quando leio esse Augusto Nunes e seus amiguinhos. É sério: tenho mais nojo do Nunes do que do Reinaldo Azevedo.
1 resposta · ativo menos de 1 minuto atrás
no blog (http://guiapoliticamenteincorreto.wordpress.com/), o Narloch num post intitulado "mimimi" reclama que quem critica o artigo "entendeu errado".

Respondi o que segue .
Será que ele publica?

dizer que as críticas (mimimi) vêm de quem não entendeu é uma saída fácil.
o fato é que as bases da sua opinião estão mal fundamentadas.

1) "nordestinos, grupo que garantiu a vitória da candidata petista nas eleições".
sem o Nordeste, como já foi dito, repetido e comprovado, Dilma se elegeria da mesma forma.

2) "No fim de julho, antes de o horário eleitoral começar, as pesquisas espontâneas tinham percentual de acerto de 45%. Os outros 55% não sabiam dizer o nome dos concorrentes. (...) Foi gente assim, de todas as regiões do país, que decidiu a eleição."
Na pesquisa espontânea de julho, Dilma já aparecia com 10 pontos à frente de Serra - uma tendência que foi se confirmando nos meses seguintes. Dizer que os 55% que não sabiam os nomes dos candidatos decidiram a eleição é, no mínimo, descuidado, para não dizer falacioso.

3) "São sujeitos que não se dão conta de contradições básicas de raciocínio: são a favor do corte de impostos e do aumento dos gastos do Estado"
Opa! Vejo que a ignorância aqui é do analista e não do analisado. Corte de impostos e aumento de gastos do Estado só é contraditório a quem não conhece o que diz. Cortar certos impostos incentiva o consumo que se reflete em aumento na arrecadação. Foi exatamente o que houve qdo o governo cortou o IPI dos carros e da linha branca - uma das medidas que o pouco escolarizado tomou, foi criticado por Serra, e nos salvou do agravamento da crise, que já ameaçava a indústria.

4) "Para gente assim, a vergonha é uma característica redentora; o orgulho é patético."
Devolvo para você.

5) "Afinal, se há alguma receita testada e aprovada contra a pobreza, uma feliz receita que salvou milhões de pessoas da miséria nas últimas décadas, é aquela que considera a melhor ajuda aos pobres a atitude de facilitar a vida dos criadores de riqueza."
Então você acha que os 26 milhões que saíram da miséria no país e os outros 37 milhões que entraram para a classe média - todos eles - conseguiram isso só com o Bolsa Família? Não foi resultado de nenhuma política para incentivar a formação de riqueza? Nenhum investimento em infraestrutura? Nenhum esforço regulatório para destravar investimentos e desburocratizar o crédito? Nenhuma empresa está lucrando no país? Nenhum investimento produtivo? Nenhum setor industrial bateu recorde de produção na crise? Nenhum avanço para simplificar a formalização de pequenas empresas? Vc não notou nenhuma das duas correções da tabela do IR? Nenhuma melhoria no poder de compra?
1 resposta · ativo menos de 1 minuto atrás
Que verve esse texto tem. A verve da lucidez passional de quem rasga o couro no que fala. Sangue na escrita. Meu estômago foi revirado durante a leitura. Reviração de martelo enferrujado na testa da ignorância e da vulgaridade dessas peças que servem, vejam só que patifaria!, de "mentores intelectuais" de uma pseudoelite ressentida.

Esses caras não passam de Tartufos.

E eu canto Bob Dylan:

Come gather 'round people
Wherever you roam
And admit that the waters
Around you have grown
And accept it that soon
You'll be drenched to the bone.
If your time to you
Is worth savin'
Then you better start swimmin'
Or you'll sink like a stone
For the times they are a-changin'.

Come writers and critics
Who prophesize with your pen
And keep your eyes wide
The chance won't come again
And don't speak too soon
For the wheel's still in spin
And there's no tellin' who
That it's namin'.
For the loser now
Will be later to win
For the times they are a-changin'.
Muito bom, remeteu-me a um artigo da Folha de São Paulo da década de 80 (se não me falha a memória) que traçava o perfil do eleitor, defensor e seguidor de Maluf. Bons tempos aqueles em que a Folha de São Paulo não tinha baixado tanto o nível.
O artigo "A reluzente juventude malufista", não consegui encontrar ainda. Valeria a pena procurá-lo para ter idéia de como as Folha de S.Paulo mudou nos últimos anos, mas como os descoladnos da Vila Madalena e Oscar Freire continuam os mesmos.
1 resposta · ativo menos de 1 minuto atrás
Ei, onde foi essa entrevista? Tem na web?
1 resposta · ativo menos de 1 minuto atrás
Rapha, eu só acho que você às vezes é tão radical em suas críticas quanto aqueles a quem critica. Pense nisso. E não generalize o "outro" criticando que o "outro" generaliza quem você defende. Não li seu texto até o final, porque eu não concordo muito com o radicalismo da sua opinião, acho você extremado demais, mas respeito o que diz e ponto. Não era necessário ler tudo pra sacar o que você queria dizer. Sei que a ideia é ser "angry", mas cuidado com os exageros. Era isso. :)
3 respostas · ativo 744 semanas atrás
Como sempre o amigo "destroi" a playboyzada".
Mas o que realmente me preocupa é que a quantidade de "colunistas" deste tipo vem crescendo e suas opiniões largamente difundidas.
Com absoluta certeza as opiniões mais a esquerda não tem , e nem terão este espaço.
Nossa tarefa, passada a elição é denunciar estes proto-facistas e exigir ação do MP em nome da democracia e dos direitos humanos, estes mesmos que eles detestam...
1 resposta · ativo menos de 1 minuto atrás
"A referência à Cuba é a cereja do bolo. Sempre."
Observação perfeita. É justamente na hora de ir embora do bar, da festa, da reunião de família, etc.
Análise excelente!
Confesso que fiquei bem irritada com o artigo do Narloch, mas fiquei mais irritada por nenhum amigo ou conhecido (que têm acesso a Folha) ter se manifestado!
eee, fiquei mais feliz hoje..obrigada!
1 resposta · ativo menos de 1 minuto atrás
Já ouviu falar da Lei de Godwin? Seu post encaixa direitinho!
5 respostas · ativo 659 semanas atrás
o que seria desses fascistas se eles não ficassem se promovendo na base do elogio mútuo e da recomendação cruzada nos muitos meios de que dispõem? Sempre haverá um trouxa para consumi-los e, se não se prestarem às suas masturbações pseudointelectuais, ainda restará a chance de descartá-los no final.
Cara, Rafael, a cada dia que passa sou mais fã dos teus posts. Você vai direto ao ponto, sem perdão, e não deixa escapar nada, nenhum detalhe. Perfis como o teu (angry) são normalmente perseguidos e tratados com preconceito porque, em geral, na discussão de ideias, as pessoas de quem discordamos se sentem agredidas. No Brasil ainda falta muita aprendizagem em debates, e sua postura radical, frontal, sem rodeios, favorece, na marra, essa aprendizagem.
1 resposta · ativo 755 semanas atrás
narloch,vc se acha culto(mas somente vc pensa isto),vc escreveu ou melhor ajuntou alguns papeis e escreveu uima merda de livro.vc é pessimo nem copiar vc sabe,eu nao consegui ler aquela porcaria inteira(guia politicamento incorreto etc)lixo,eu joguei fora para nao contaminar minha biblioteca---vc é um babaca,querendo ser intelectual--------------------------se tiver um pouquinho de humildade e 1% de talento daqui ha cem anos vc chega la-----------------psdbesta
Excelente! Desconstrução perfeita do catatau de ideias imbecis do tal Leandro Narloch.

Aliás, se há um aspecto, vamos dizer, "positivo" destas eleições é que muita gente da "imprensa grande" finalmente "saiu do armário". Por trás das câmeras, enfurnados nas redações tentavam passar a imagem de credibilidade e, veja só, "independência", até procuravam disfarçar um pouco. Agora, não: escancararam de vez, assumiram posições e ideologias.

E ainda tem a coragem de dizer que "Lula e Dilma dividiram o Brasil". hahahaha! Como se antes o Brasil fosse um paraíso de justiça e igualdade... minha nossa, deixem que apelem para Cuba mesmo, é o que lhes resta!

Quanto ao Narloch, folheei o livrinho dele por alguns minutos. Senti vergonha alheia do festival de bobagens. Sérgio "Stanislaw Ponte Preta" Porto, se vivo estivesse, o colocaria no FEBEAPA sem sombra de dúvidas!

abs
1 resposta · ativo menos de 1 minuto atrás
Ótimas considerações. Alguém tem que tratar sobre esse esgoto que paira em pantanos asquerosos no Brasil. Depois da vitória de Dilma, espero que esse esgoto se torne inerte e perca de vez sua capacidade de infecção.
Ah, Narloch é editor da "Superinteressante"??? Explicado. Só pelas capas, eu imaginava ser uma espécie de "Veja" da Ciência, tamanhas bobagens publicadas. Abs.
Caro Raphael
Muito interessante e esclarecedor o seu texto para aqueles que ainda pudessem ter alguma dúvida das reais intenções do pseudo-intelectual Narloch.
Lembro bem na eleição de 2003 de um representante dessa troupe que disse, indignado: "como é que pode esse tal de Lula vestir um terno Armani na posse!!! Vou queimar todos os meus Armanis!!!!"
Essa indignação contra o acesso daqueles que nunca deveriam ter o direito de vestir um Armani representa bem o tipo de sociedade em que essas pessoas "do bem" (esse slogan foi tenebroso!!!) acreditam.
Trincheiras como o seu blog e os vários citados aqui são a nossa esperança de que "aqueles" tempos não voltem jamais! Pra frente é que se anda!!! Parabéns!
Um abraço e disponha sempre!
Acho interessante fazer um adendo, antes que comecemos com estereótipos prolixos e comentários cegos em passionalidades cafonas: a 'elite' de hoje, tão insultada, foi a esquerda ativa do passado. Isso é um fato. E a sua opinião a respeito do sujeito é estruturada sobre achismos e descontextualizações - o que me faz pensar que o que você escreve é, ao menos neste texto, além de dramático, um tanto ficcional.

Ad hominem por ad hominem...

Também é cômico pensar que metade dos que elogiam o PT nos comentários provavelmente estão às ruas agora, indignadíssimos, protestando. Talvez o Leandro esteja mesmo certo quando fala dos politicamente incautos, que por comodidade você coloca como pobres; será que eu sou preconceituoso e supremacista por achar que quem fala muito e sabe pouco não deve ser exaltado intelectualmente?

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