quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

De que esquerda falamos? Que esquerda queremos?

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Depois de toda a crise com o Nassif, com sua falta de capacidade de fazer autocrítica, notei que a discussão tomou um viés interessante.

Falamos em "Blogueiros Progressistas", nome que achei péssimo desde o começo - eu e muita gente - e que abre para termos uma gama imensa de concepções e frentes.

Mas, afinal, são os Progressistas de esquerda? Tod@s? E de que esquerda são?

Muitos tuitaram que estávamos "batendo" no inimigo errado. Que esquerda não deve brigar, que a direita é tão decadente que brigamos entre nós mesmos...

Mas pergunto, quem somos "nós"?

Será que eu sou da mesma "esquerda" que o Aldo Rebelo? Da mesma esquerda que o Paulinho da Força?

Não, eu não sou dessa esquerda. Da esquerda amiga de patrão, amiga da Kátia Abreu. Esta não é, definitivamente a "minha esquerda".

Agora, muitos de nós falam (e eu também falo) em integrar a esquerda, em aproximar. Oras, não escondo minha simpatia pelo PSOL, mas ao mesmo tempo tenho grandes amigos e admiro setores do PT. Assim como tenho semelhanças pontuais com PCB e até com o PCdoB ou PDT.

A questão central não é a esquerda, ou melhor, as esquerdas brigarem. Isso é normal. temos um projeto - a maioria, ou ao menos os sérios - de sociedade, de vida, de mudanças. A direita está quase sempre unida pois se limita a ter projeto de poder. A direita se compromete a lucrar e a sugar [o povo] e nisto se unem perfeitamente.

Mas nós temos diferentes concepções de método, de prática, de objetivos.

Sou partidário do diálogo, de discutir diferenças, de tentar nos aproximar. Mas não a todo custo.

Que me desculpem os que colocam grandes blogueiros acima de críticas, mas quem coaduna com termos como Feminazi, quem censura, quem trata de forma desrespeitosa, fazendo piada, a outros militantes não faz parte da esquerda que eu tomo como "minha", como aquela que eu defendo.

Vamos sim buscar pontos de contato, semelhanças, unificar lutas, mas tudo tem limite.
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