Acho engraçado os EUA perseguirem o Irã pelo seu direito de possuir armas nucleares (notem que só os amigos dos EUA tem, vide Índia, Paquistão, França, etc ou então a intocável China e a Rússia) ou ainda a Coréia do Norte - salvas as disparidades, jamais seria possível uma defesa sã da Coréia do Norte e seu ditador aloprado - mas fazem total vista grossa ao fato de Israel ter, sem qualquer sombra de dúvida, armas nucleares em seu arsenal, Mordechai Vanunu que o diga!
Vale lembrar que Israel NÃO é signatária do Tratado de Não Proliferação Nuclear, ou seja, não está nem aí para o mundo, tem suas armas e não acha que deve qualquer explicação.
Não vejo o Irã invadindo qualquer nação estrangeira, não vejo o Irã escravizando qualquer povo além de suas fronteiras e tampouco vejo o Irã cometer qualquer genocídio contra outro povo.
Claro, isso não quer dizer que os iranianos sejam bonzinhos ou coisa do tipo, mas serve apenas para ilustrar onde está o real perigo, se no Irã ou em Israel.
O Irã financia o Hezbollah, que por sua vez foi criado para defender o Líbano dos abusos Israelenses. O Irã financia ainda o Hamas, criado para, também, defender os Palestinos dos abusos de Israel.
Qual o denominador comum? Não é preciso nem comentar.
Mas, para os EUA e seus micos amestrados europeus, o Irã é o perigo. Pouco importa que a Índia e o Paquistão vivam à beira de uma guerra potencialmente catastrófica, não importam as ameaças de Israel de invadir meio mundo que não vai com sua cara - sua política genocida e cruel - só importa que o Irã é um perigo para a humanidade!
Claro, esquecem de dizer ao mundo que o Irã como potência tornaria mais difícil a vida das grandes corporações "ocidentais", que o Irã potência dificultaria a vida das potências "ocidentais" no que tange o acesso às reservas petrolíferas, que o Irã poderoso seria menos sucetível às ameaças de Israel, que o Irã forte seria o mesmo que fortalecer a resistência Palestina, dentre outros elementos não menos relevantes ma sque não caberiam ser citados um por um.
Enfim, o interesse em deslegitimar o Irã, em tentar proibir seu direto - se Israel tem porque os Iranianos não podem? - não tem qualquer relação com defesa da humanidade, defesa do mundo, evitar proliferação nuclear e outras balelas, e sim a intenção de evitar que surja, no Oriente Médio, potência com capacidade de concorrer com Israel, país que não tema e que possa responder à altura os abusos de Israel e país que possa conter o Estado Genocida de Israel.
Uma rápida leitura dos jornais de hoje já me deparo com:
"Exército de Israel rejeita denúncia "difamatória" de ONG sobre ação em Gaza"Se Israel nega, é porque é verdade. E o mundo sabe, mas Obama faz vista grossa.
O Exército israelense chamou de "difamatório e calunioso" o relatório da ONG Rompendo o Silêncio que o acusa de violar os direitos humanos e ter usado civis como escudos humanos na grande ofensiva contra o grupo radical islâmico Hamas, na faixa de Gaza, que deixou cerca de 1.400 mortos, a maioria civis, no começo do ano.
"Israel viola fronteira e explode paiol do Hezbollah no Líbano"Nenhuma condenação internacional, nenhum pio da ONU, nenhuma "condenação enérgica" de lugar algum frente ao flagrante desrespeito à lei internacional, à soberania do Líbano... Israel cospe nas leis internacionais mas seus amigos poderosos afagam o Estado Genocida.O exército israelense informou hoje que explodiu um paiol da milícia xiita libanesa Hezbollah no sul do Líbano, a poucos metros da fronteira com o país.
A operação, feita na terça-feira, foi informada por fontes do próprio exército, que pediram anonimato. A munição estava em uma casa na cidade de Khirbet Selm, ao sul do rio Litani, e a cerca de 20 km da fronteira com Israel.
Vejam que o Exército de Israel ao invés de esconder o desrespeito e a quebra da lei, anuncia com orgulho a operação ilegal.
"Brutalizing Palestinian children:Members of Israeli Security Forces admit that soldiers routinely commit brutality against Palestinians, including children"Esta vale ser lida inteira no site, em inglês, ou em espanhol (link, via boltxe). Brutalidade contra crianças, tortura de menores, intimidação, violência... Nenhuma ilegalidade, não?
Apenas para completar:
Do El País:
"No había inocentes en Gaza"Do Terra:
26 soldados que participaron en la guerra explican a una ONG israelí las atrocidades perpetradas durante 22 días de contienda
"Soldados israelenses denunciam brutalidade a civis em Gaza"Da BBC:
"Israel soldiers speak out on Gaza"Tudo isto apenas ONTEM! Em apenas UM DIA o Estado Genocida de Israel é desmascarado, denunciado mas, o Eixo do Mal? É o Irã.
A group of soldiers who took part in Israel's assault in Gaza say widespread abuses were committed against civilians under "permissive" rules of engagement.
O Conselho de Segurança não hesita em condenar o Irã, em impor sanções (aliás, razão provável pela qual aconteceu o último acidente aéreo no país, falta de peças de reposição graças às sanções), em achincalhar com o país pelo programa nuclear. Sem qualquer prova acusa o programa de ser para fins bélicos - os Iranianos afirmam ser apra fins pacíficos, como o do Brasil, por exemplo - e mesmo com declarações do ex-Inspetor Chefe da AIEA, El Baradei, de que não há provas de uso militar do programa, continuam a pressão, a violência contra o Irã.
Contra Israel, por outro lado, nada.
Não importa que grupos de Direitos Humanos acusem Israel de abusar de mulheres palestinas nas suas prisões. Quem se importa com os Palestinos? Não a ONU, não o Conselho de Segurança, não os EUA.
"Pregnant detainees "do not enjoy preferential treatment in terms of diet, living space or transfer to hospitals," it said. "Pregnant prisoners are also chained to their beds until they enter delivery rooms and shackled once again after giving birth."
Tampouco importa a prisão cruel de Ahmad Sa'adat, líder da FPLP, sequestrado por Israel e preso ha anos, constantemnete mandado para a solitária por lutar contra a ocupação. O sequestro de indivíduos, a invasão de fronteiras, o assassinato e genocídio de Palestinos não é suficiente para uma condenação séria.
Aliás, veio em boa hora o artigo reproduzido pelo Estado Anarquista, com uma entrevisca com Mordechai Vanunu.
Nos cálculos feitos pelo engenheiro Vanunu, a quantidade de material radioativo produzido somente até 1986, já era suficiente para a produção de 200 ogivas nucleares;• Cerca de 180 países são signatários do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, inclusive todos os países árabes, menos Israel;
• Todos os países árabes, vizinhos de Israel, permitem as inspeções dos técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica, órgão da ONU encarregado do controle das armas nucleares. Israel nunca permitiu que esses técnicos fiscalizassem suas instalações e nunca nenhuma sanção foi adotada contra esse país;
• As grandes potências não só não adotam nenhuma medida contra Israel, como, secretamente, ajudam o programa nuclear israelense, como uma série de acordos e convênios existentes com os EUA, França e Grã Bretanha;
• O programa nuclear iraniano, amplamente conhecido pelos especialistas em armas nucleares, não oferece perigo algum ao mundo e tem sido fiscalizado pela AIEA, completamente diferente do programa israelense, voltado para a produção de armas atômicas;
• A União Européia segue num silêncio criminoso, cúmplice, pois nada fala e nunca condenou publicamente o programa nuclear israelense. A comunidade cientifica sabe que Israel pesquisa e pode ter armas nucleares há mais de 40 anos;
• O apoio da França e da Inglaterra vem desde que Israel ajudou a ambos os países na guerra de 1956 (liderada por Gamal Abdel Nasser, pela retomada do controle do Canal de Suez, no Egito);
• A África do Sul, até 1991, quando ainda do regime do Apartheid, quem ajudou muito Israel em seu programa nuclear, tanto que os primeiros testes nucleares ocorreram nesse país;
• Keneddy foi o primeiro e único presidente americano que pediu formalmente inspeções nucleares por parte da AIEA nas instalações de Dimona ainda no início da década de 1960 e talvez por isso, entre outras razões, possa ter sido assassinado; os que o sucederam, Johnson e Nixon, nunca pediram inspeções nucleares em Israel;
• A política atômica e belicista de Israel é típica de uma época que não existe mais, a da guerra fria; hoje se Israel quer mesmo a paz, deve demonstrar isso com transparência e abrir ao mundo as sua instalações nucleares e cessar a produção de material radiativo para a produção da bomba atômica;
• Na guerra de 1973, Israel estudou e considerou a real possibilidade de usar armas nucleares contra a Síria e contra o Egito;
• O estado de Israel não é uma democracia. Isso é um mito, uma falsidade. Israel é um estado racista e pratica contra os palestinos uma política do Apartheid; somente os que professam o judaísmo tem algum direito nesse país; chega a ser um estado fascista.