quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Kassab ainda está vivo: Resposta de Alexandre Schneider

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Alexandre Schneider, Secretário de Educação do Kassab leu meu post "Kassab ainda está vivo" e enviou uma resposta, que reproduzo abaixo em respeito à democracia, rebatendo as denúncias da Rede Extremo Sul. Entrei em contato com a Rede Extremo Sul para que estes pudessem igualmente aproveitar o espaço e responder, fico no aguardo da resposta da Rede.

Prezado:

Escrevo a você, como faço com todos os que me procuram no twitter ou por outros meios em que me faço disponível, por entender que esta é minha obrigação como gestor público, e para reparar o que considero um erro de sua parte.

Entendo que você tenha uma posição crítica com relação ao nosso governo, bem como não se identifique ideologicamente com ele. Faz parte da democracia e isto é muito bom. Mas não acho razoável que você escreva um texto nos acusando de fechar creches em uma determinada região por "higienismo".

Basta entrar em contato com qualquer sindicato ligado aos trabalhadores da educação, vereador, ou membro da comunidade que utiliza a educação pública municipal para que você veja que, desde que assumi, não fico sentado na mesa passando ordens por telefone ou email.

Com relação às creches, no geral, nossos números são incontestes: recebi a rede com cerca de 60 mil crianças matriculadas em creche, hoje, são quase 130 mil, como atesta o site da Secretaria de Educação, que pode ser cnsultado aqui: http://eolgerenciamento.prefeitura.sp.gov.br/frmgerencial/NumerosCoordenadoria.aspx?Cod=000000 . A Secretaria de Educação é a única no Brasil a colocar estes números na internet, sem manipulação, pois saem direto do BD que é preenchido pelas escolas.

Também é a Secretaria da Educação a única a publicar a demanda e a fila de creche na internet. Com isto, as mães sabem a ordem de seus filhos na fila. Melhor: ninguém pode passar uma criança na frente, pois temos as mães como fiscais. Antes, além de ser impossível saber a demanda, era possível que políticos manipulassem a fila.

Vale lembrar que crecemos o atendimento em 70 mil crianças em 4,5 anos. Para que você tenha a idéia do que significa isto, a rede do RJ, segunda maior do país, é menor do que o que este aumento. Para que se compare com o que foi feito na gestão anterior - coisa que não costumo fazer, pois o Secretário da Educação hoje sou eu - em 4 anos foram 9 mil vagas, quase 8 vezes menos.

O valor repassado às entidades era de R$ 192,00 por criança e nem todos os gêneros alimentícios eram fornecidos a elas. A partir de amanhã, será de R$ 449,00 compraticamente todo o conjunto de alimentos perecíveis e não perecíveis de consumo sendo entregues.

O piso salarial dos educadores das unidades conveniadas era de R$ 521,00. A partir de amanhã sobe para R$ 1200, um aumento de 130%, frente a uma inflação que não deve ter chegado a nem metade disto. Ainda não chega perto dos salários da Prefeitura. Mas estes hoje estão acima do que pagam a maioria das escolas privadas da cidade. Graças aos aumentos dados também na minha gestão.

Não me parecem políticas higienistas. Todo o crescimento da rede e nossos investimentos se deram em áreas da periferia, ou em lugares como Heliópolis, que tinha pouco mais de 400 crianças matriculadas e hoje tem mais de 2000, só nas creches.

Vamos ao caso específico. Infelizmente a entidade não cumpriu o disposto no convênio. Utilizou, segundo os supervisores da região da Capela do Socorro, fundos de forma inadequada, não prestou contas, não pagou os funcionários (que entraram em greve por tempo indeterminado) e atendeu crianças com funcionários não habilitados para tal. Vale procurar o SINTRAEMFA, sindicato que representa a categoria e é filiado à CUT, para procurar mais informações.

Não nos restou outra saída que não a de encerrar o convênio e procurar outras entidades para assumir o atendimento. O que foi feito. E só atrasou pois a entidade com a qual rompemos o convênio se recusou a entregar o prédio, entrando inclusive na justiça para não fazê-lo. Hoje, das 1.200 crianças que eram atendidadas, 1000 já são atendidas por outras entidades na região. As demais serão atendidas em breve.

Não havia outro jeito que não cumprir a lei. No setor público é assim que funciona.

Por fim, me coloco à sua disposção para novos esclarecimentos que se fizerem necessários. Como lhe disse, não acho que você nem ninguém tem que se alinhar ideologicamente ou deixar de cobrar que este ou qualquer governo cumpra com sua obrigação. Mas se é meu dever respondê-lo e à qualquer cidadão, também é meu dever defender a verdade.

Um abraço,

Alexandre Schneider
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