terça-feira, 12 de abril de 2011

Massacre de Realengo e o eterno oportunismo dos fanáticos cristãos - Parte 2

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Quando há uma desgraça os evangélicos fanáticos agem como urubus atrás de carniça, envergonhando aqueles que não são adeptos deste fanatismo. Mais absurdo e sensacionalista que qualquer matéria da grande mídia, o portal Gnotícias destaca: "Atirador que matou crianças em Realengo seria radical islâmico. Este seria primeiro atentado terrorista no Brasil".
Selecionando apenas as primeiras linhas da carta, de forma vergonhosa e oportunista, escondem a referência do atirador a Jesus, reforçando o boato absurdo de que ele seria muçulmano e que sua ação foi típico terrorismo islâmico!
O jovem atirador, Wellington Menezes de Oliveira de 24 anos, teria conhecido o islamismo através da internet e estava desaparecido a oito meses. Dentre as vítimas a maioria eram meninas, assassinadas com um tiro na cabeça. As mulheres são consideradas por alguns fundamentalista islâmicos como sujas e abaixo dos homens.
Estudiosos afirmam que possivelmente Wellington era novo convertido ao Islamismo, já que em outros pontos da carta misturaria coisas relacionadas ao cristianismo, sua religião anterior. Seu desaparecimento teria sido para ser treinado por alguma célula radical islâmica no Rio de Janeiro, fato ainda não confirmado.
Populares acreditam que o jovem tinha problemas comportamentas e mentais.
A matéria é de um primor jornalístico. A idade de Wellington está errada. Ele não estava "desaparecido" há 8 meses, sua irmão é que não o via ha 7, diz o Uol, o veículo que também informa como 24 anos a idade de Wellington (coincidência?). Como alguém que fica na internet, mantendo contato virtual com outros internautas, pode ser considerado desaparecido?

Não há a informação de que as meninas tenham sido mortas "com um tiro na cabeça", e sim que muitas das vítimas morreram com tiros na cabeça e no tórax.

Estes "estudiosos" que afirmam o islamismo de Wellington não existem, isto é a mais pura invenção do portal. Apenas a irmã da figura fez esta "acusação" e o excelente jornalismo brasileiro comprou sem questionar.

Logo depois, o portal tenta justificar de forma tosca o porque da citação a Jesus na carta e, por tudo que é mais sagrado, célula islâmica no Rio de Janeiro????

Pra coroar, a importante opinião de "populares" que nunca haviam visto o rapaz na vida!

Este tipo de "notícia" covarde, mentirosa e desrespeitosa deveria ser crime. Além de plagio, pois a parte final, em que reproduz fala de líder da comunidade muçulmana, foi retirada da Agência Brasil sem qualquer crédito.

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Proponho repassar o link deste post via Twitter, assim como tuítes indignados ao @gospelmais, responsável por esta calhordice! E, se algum advogado se dispuser, vale um processo.
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Nojo é pouco frente a tantos absurdos juntos. Fanáticos que querem construir um Estado medieval baseado na bíblia, impondo o ensino religioso nas escolas, impondo leis esdrúxulas que servem apenas aos seus propósitos e se opondo aos direitos das minorias, dos gays, das mulheres, sem nenhum respeito pela diversidade, pelos que pensam diferente. Agora incitam abertamente o ódio a outras religiões. Aonde vamos parar?

E, infelizmente, o que antes parecia teoria da conspiração, o documento da embaixada dos EUA vazado pelo WikiLeaks no qual havia a determinação de "engajar o Brasil na difamação de religiões", se torna cada vez mais real. Durante as eleições Serra insistiu em impor a discussão em termos religiosos dos mais fundamentalistas, e agora isto.

A mídia tem sua imensa parcela de responsabilidade. Agem na mesma lógica que os fanáticos ao não apurar e acreditar piamente em tudo que surge pela frente. Ao entrevistar a irmã do assassino, que deixou claro não o ver há meses, fizeram o possível para que ela soltasse alguma informação escandalosa - mesmo que falsa. E conseguiram, ele é muçulmano!

Sem nenhuma apuração, sem procurarem alguma mesquita na região ou qualquer liderança religiosa, ou mesmo vasculharem os traços do assassino na rede, decidiram que era verdade e criaram uma farsa que, mesmo com sua carta divulgada citando claramente jesus, martírio e deus, não cede, não cai.

Segundo fanáticos cristãos, o martírio é tipicamente muçulmano, oras, então os mártires cristãos eram espiões de Maomé? Mesmo aqueles mortos pelo Império Romano antes de existir um muçulmano sequer na terra?
Os islâmicos respeitam e acreditam em jesus, fato, mas daí a citá-lo em uma carta de suicídio e não mencionar nem de raspão Maomé? Usar "deus" e não "Alá"? Este último até podemos discutir, mas não faz sentido um muçulmano colocar a figura de jesus não como profeta, mas como alguém que vai retornar para levá-lo é totalmente cristão.

Não importa a verdade, os fanáticos da mídia criaram seu factóide e os fanáticos da igreja adotaram o discurso e nada os fará recuar. No máximo dirão que ele ainda era gay, tinha HIV e que era ateu ao mesmo tempo... opa, mas disseram tudo isso!

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Com vocês, Julio Severo:
E os pais e mães que estão sofrendo nunca mais poderão recuperar seus filhos queridos. Não porque simplesmente a escola estava sem proteção, mas porque o Brasil está entregue a uma covarde ideologia politicamente correta, que ordena a saída das escolas de Deus e seus valores e introduz uma tolerância que traz homossexualismo, em nome da diversidade sexual; islamismo, em nome da diversidade religiosa; e bruxaria africana, em nome da diversidade cultural. Tira-se Deus, e entra todo tipo de ideologia de tolerância para o mal. Entra o próprio demônio. 
Dispensa comentários.

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