terça-feira, 17 de maio de 2011

A Direita ataca, é hora de reagir! Racismo, Homofobia e a necessidade de mudanças - Parte 2

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Segunda parte da postagem sobre os ataques da extrema direita às minorias e ao Brasil como um todo.

Homofobia

Cabe uma rápida menção ao crescimento dos crimes homofóbicos. O Global Voices iniciou uma série de postagens sobre o tema, que também trata da ligação de políticos aos crimes homofóbicos, chegando até a comemoração pela vitória do movimento LGBT em garantir o direito à União Homoafetiva. Vale a leitura.

Nesse tema entre o Bolsonaro (ideólogo dos extremistas e saudado pelos neonazistas), entra o criminoso Pastor Marco Feliciano , a Bancada Evangélica como um todo...
No início de 2011, diversos casos de ataques a homossexuais foram vistos na Av. Paulista, principal avenida da cidade de São Paulo. Grupos de gays foram atacados com lâmpadas fluorescentes e espancados pelo único crime de serem gays e, em alguns casos, andarem de mãos dadas.
Segundo dados do Governo Federal e de ONGs que trabalham com a causa LGBT, a cada ano os crimes ditos homofóbicos tem vindo a crescer de maneira assustadora. Nos últimos 5 anos, o número de assassinatos motivados pelo ódio a esta minoria teve um crescimento de 113%, com o ano de 2010 vendo a morte de pelo menos 260 gays, travestis e lésbicas.
Em 2009, foram 198 homicídios com motivação homofóbica, segundo o jornalista Renato Rovai, citando a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais.
Sobre o ano de 2010, o Grupo Gay da Bahia (GGB), uma das maiores organizações em defesa da comunidade LGBT, denuncia:
Dentre os mortos, 140 gays (54%), 110 travestis (42%) e 10 lésbicas (4%). O Brasil confirma sua posição de campeão mundial de assassinatos de homossexuais: nos Estados Unidos, com 100 milhões a mais de habitantes que nosso país, foram registrados 14 assassinatos de travestis em 2010, enquanto no Brasil, foram 110 homicídios.O risco de um homossexual ser assassinado no Brasil é 785% maior que nos Estados Unidos.
Os números da violência homofóbica, porém, possivelmente são maiores do que apontam os dados, pois muitas vítimas de violência mantém o silêncio e jamais informam à polícia sobre o que sofreram.
Reformas e mudança efetiva

O Brasil precisa, na verdade, é de uma mudança efetiva. De mentalidade, de consciência. Não adianta punir um, mas também não adiantaria punir 120 mil (ainda que seja preciso punir). É preciso mover as estruturas. Dar inclusão social a quem precisa (e não apenas incentivar o consumismo), educação a todos (e de qualidade, não essa piada de ensino público atual) com salários dignos para professores.

Para isto é preciso também FORMAR bons professores, ou seja, garantir bolsas com valores decentes para a graduação e a pós-graduação (as bolsas no Brasil de mestrado, por exemplo, são risíveis).

Quantidade não é qualidade. Uniban não é qualidade, 500 mestres e doutores que tiveram de sofrer pra conseguir sobreviver durante o curso, fazendo bicos, sem poder se dedicar como gostariam ao estudo é quantidade, não qualidade. É isto que queremos perpetuar?

Mas educação apenas também não resolve.

É preciso reformar a mídia.

Responsabilizar a mídia e seus donos pelos seus atos, pelas suas palavras, imagens... Sem uma ampla reforma da mídia, sem uma regulação e regulamentação, que além de forçar aos jornais, rádios e TV's a entrarem nos eixos, precisa garantir e promover a mídia alternativa, a mídia livre (jornais, revistas, sites, blogs) e assegurar a pluralidade de idéias e opiniões. É preciso haver um espaço público plural, onde idéias possam ser debatidas e isto é impossível com a mídia hoje.

Aí também entre o PNBL, a garantia de acesso irrestrito e amplo a todos e todas. A criação de um espaço público verdadeiramente plural e livre do controle de corporações ou do Estado (onde se insere a luta contra o Controle da Rede e o AI5Digital).

Juntando educação e regulação da mídia nós podemos COMEÇAR a pensar em uma geração futura mais crítica, pensante. Com INCLUSÃO, que vai além mas também inclui renda, podemos esperar que esta juventude terá chances de mudar alguma coisa. Terá forças para estudar, para trabalhar e para se sentir parte da sociedade, e não apenas massa de manobra.

Precisamos de inclusão, de renda, se trabalho e de educação, e é urgente que tenhamos os MEIOS para tal.

Não nos esqueçamos da Cultura. De promover o acesso à cultura, seja ela digital ou a tradicional. Temos de criar meios de garantir que estudantes possam ter acesso a livros ou xérox sem serem criminalizados, que possamos ter acesso à cultura de forma livre: Músicas, Filmes, Livros e etc, garantindo ao autor sua parte, mas não permitindo que a indústria controle nossas vidas.

Infelizmente, nos oito anos de governo Lula nós tivemos renda, mas não inclusão, tivemos acesso à universidade, mas sem garantia de qualidade, tivemos a ampliação de bolsas, mas com valores irrisórios.

Não tivemos qualquer tentativa real de regulação da mídia. O projeto que poderia vir a ser discutido, de Franklin Martins, foi jogado no lixo por Dilma. O PNBL será entregue às teles, as mesmas que, hoje, nos tratam como lixo, oferecendo um serviço medíocre e mais caro do mundo.

O que falar da cultura? A ministra de Dilma, Ana de Hollanda não conhece e nem quer saber do que se trata a Cultura Digital. A visita de Obama ao Brasil serviu apenas para promover um encontro do ministério da cultura com representantes dos EUA, o que significa nos impor a ACTA. O Ministério da cultura, hoje, promove a indústria, defende o ECAD e se opõe ao livre compartilhamento de conhecimento.

Quanto aos professores, basta dar uma olhada no ridículo piso nacional para a categoria. Nos salários absurdos pagos a eles. Às condições das escolas, ao acesso ao material didático...

Como garantir que algo mude, se as bases para a mudança são negadas ao povo brasileiro? Se mesmo os avanços conquistados (com Lula o MinC era um modelo e exemplo) estão sendo jogados no lixo?

Aliás, impossível esquecer, sem a abertura dos arquivos da Ditadura e a punição dos criminosos que foram ídolos de Bolsonaro e ainda são da corja que o elege, como podemos pensar em um país justo e humano?

Falamos em Direitos Humanos para o Irã, pisoteando na política externa de Celso Amorim e Lula (outro marco), mas sequer temos a decência de respeitar os direitos humanos mais básicos das vítimas da Ditadura e seus familiares, direitos que são negados ha 26 anos!

Hipocrisia pouca é bobagem.

É hora de abrir o olho! Estamos diante do que pode ser o começo da reorganização da direita e da extrema-direita no país. Enquanto o PT caminha para o Centro e flerta com parte da direita (PSD, PP, PR, cia), a esquerda fica perdida, se batendo, sem ação.
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