quarta-feira, 11 de maio de 2011

Mais do mesmo: A Audiência com Ana de Hollanda na ALESP #ForaanadeHollanda #mobilizacultura

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Um encontro tenso - ao menos pelo que foi possível acompanhar pelo péssimo streaming da TV ALESP - em que a Ministra Ana de Hollanda buscou escapar das perguntas incômodas e se fazer de desentendida.

Duramente questionada por muitos, Ana de Hollanda falou, mas não disse nada. Sobre falta de pagamento dos pontos de cultura se limitou a dizer que o orçamento do ministério está comprometido e que não pagou porque não tinha dinheiro.

Ponto.

Oras, fico me perguntando, se eu estiver sem dinheiro e não pagar minhas contas corro o risco de ficar sem luz, água, telefone e posso até perder meu imóvel, não é mesmo?Mas se o MinC não paga suas contas, o que acontece? Nada. A Ministra pede desculpas - ou nem isso, pois ela se justificou, mas não se desculpou, coisas diferentes - e fica tudo bem.... pra ela! Porque quem precisa pagar as contas fica no prejuízo sem nem a promessa de que será pago.

Sobre burocracia, Ana de Hollanda bateu de frente com o grande Zé Celso Martinez, que por várias vezes a interrompeu para criticá-la pelas besteiras, absurdos e mentiras que contava. O mesmo Zé Celso fez um excelente discurso, questionando a gestão da ministra e sua falta de realizações ou mesmo de interesse me ouvir a classe artística (segundo ele forma 4 meses tentando contato e nada de resposta).

Zé Celso ainda criticou o encontro da Ministra com um emissário dos EUA para discutir copyright (os EUA defendem uma lei ainda mais rígida na proteção dos direitos autorais e na máxima criminalização de quem quer apenas ter acesso à cultura), ao que ela desconversou afirmando ser o Brasil país soberano.

Esta visita se deu ao mesmo tempo que a de Obama, que resultou na vergonhosa prisão de 13 militantes e no pedido - acatado - de Obama a Dilma para que o Brasil condenasse o Irã.

A certeza é a de que a ministra teve uma excelente conversa com o representante dos EUA, mas podemos apenas conjecturar se foi esta conversa que motivou o abandono completo dos anos de discussão sobre a reforma da LDA (Lei de Direitos autorais) e a re-criação da mesma reforma de forma analógica e anti-democrática.

No evento de ontem Ana de Hollanda disse que a razão da nova consulta (e abandono da anterior) vem da reclamação de alguns "grupos" insatisfeitos, que não se sentiram contemplados. Nenhuma palavra sobre QUAIS grupos e quais foram as reclamações. Se pudesse apostar eu diria: Gravadoras, distribuidoras e EUA. Além dos medalhões da música que ganham alto e não querem compartilhar.

O IDEC questionou a nossa atual LDA, a quarta pior do mundo, e a resposta única foi a de que o MinC está preocupado com a questão. A proposta do MinC, aparentemente, é a de querer sair do quarto para o primeiro lugar.

Questionada sobre o ECAD, Ana de Hollanda falou que seria uma boa idéia e que é estudada uma "supervisão" ao organismo, mas, claro, disse que é preciso ter em mente os limites legais. Tradução: não faremos nada, mas vamos fingir que trabalhamos.

Confrontada com a carta do Mobiliza Cultura, com várias críticas à gestão do MinC, a ministra preferiu dizer que não era com ela - mas direcionadas à Dilma - e escapar do incômodo de responder. Zé Celso, mais uma vez, criticou a ministra duramente por isto. Não fez nenhuma diferença, a carta foi ignorada.

Um exemplo de democracia,a  reunião garantia dois minutos de fala para os críticos, mas deputados como Ênio Tatto e Telma de Souza falavam livremente - e puxavam o saco da Ministra.

Telma de souza, democrata nata que ameaçou processar o Eleitor 2010 por uma denúncia de que seu material de campanha atrapalhava o trânsito em Santos ao invés de dialogar e resolver o problema, tomou o microfone para usar e abusar de retórica stalinista, ameaçando claramente os críticos de Ana de Hollanda oa dizer que criticar a gestão do MinC é fazer coro à mídia e ir contra o governo.

Este expediente é antigo, usado mesmo por blogueiros fanáticos seja em períodos eleitorais ou apenas por costume, para calar a oposição. Coisas como "ou você está com Dilma ou com Serra" ou "não é hora de criticar pois a direita é forte" são faces do mesmo stalinismo que busca limitar o debate.

Minha cara Telma de Souza, criticar o MinC é criticar o... MinC e sua gestão desastrosa. Mas, se Dilma está efetivamente bancando esta gestão vergonhosa então sim, é criticar com toda propriedade a presidente que está dando um tiro no pé e contribuindo não só para afastar parte da militância como também contribuindo para destruir a cultura brasileira.

O que Telma de Souza tenta fazer é algo já conhecido, é o velho "cala-boca" stalinista internalizado por parte da esquerda - e da dita esquerda - brasileira.

Uma coisa é fato, Ana de Hollanda conta - ao menos publicamente - com total apoio das lideranças do PT. Desde o presidente do PT Rui Falcão até a presidente Dilma. Estes aparentemente não se importam com as críticas da militância, de muitos artistas e de quem está ligado à cultura digital.

Preferem continuar bancando uma figura que defende apenas os interesses de uma elite ligada à cultura e, pior, de gravadoras e grandes empresários, contra o grosso da população, que permanece alheia aos benefícios de uma cultura livre.

Não podemos compartilhar músicas, vídeos porque é crime, não podemos copiar livros para estudar porque é crime, não podemos nem cantar musicas em festinhas de aniversário, porque se não pagarmos ao ECAD, é crime. Todas as práticas culturais livres, o compartilhamento e a troca de cultura são consideradas ilegais e o MinC não dá mostras de que tentará mudar a situação.

Pelo contrário, a intenção é criminalizar ainda mais.
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"Uma bolinha de papel me acertou!"

Para completar, Ana de Hollanda - segundo o excelente blog Maria da Penha Neles - deve ter feito estágio com o Serra  no caso da Bolinha de Papel.

Ao se retirar do auditório da ALESP, Ana de Hollanda, sempre muito democrática, mandou a PM "afastar gentilmente" os jornalistas que esperavam do lado de fora e saiu com as mãos na cabeça, como se tivesse sido atingida por uma bolinha de papel ou simplesmente quisesse, como criminosa, esconder o rosto.

Mas, segundo fontes locais me informaram, não passou de um passarinho cantor que deu uma bela cagada defecada na cabeça da ministra, pois recebeu notificação do ECAD para só cantar suas músicas depois de pagar à organização mafiosa.
"Imprensa má, seus flashes me farão virar pó!"

Ana de Hollanda só permite fotos suas se passando por toda a burocracia do MinC e pagando direitos... Só pode!
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