quinta-feira, 14 de junho de 2012

Últimos textos: Vadias, Síria, Impostos e Lula no Ratinho

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Escrevi recentemente 4 textos para diferentes blogs e veículos de imprensa que gostaria de compartilhar aqui (trechos) e convido meus leitores avisitarem as páginas linkadas para poder ler todo o conteúdo.

Primeiro, o texto mais antigo deles, publicado na Revista Bula sobre a Marcha das Vadias, feminismo e o papel do homem nisso tudo - "Vadias, putas: E a liberdade da mulher?":
Mulheres ainda recebem menos que os homens e nosso governo não teve a coragem de manter uma proposta igualando os salários por força de lei. E isto porque temos uma presidente mulher, uma presidentA, mas que até agora não deu um passo sequer no caminho dos direitos das mulheres. Pelo contrário, aprovou medida provisória que torna ainda mais complicado o aborto, ao tentar dar direitos a um feto, como se fosse um ser humano, dentre outras medidas.

Enfim, em pleno século 21 mulheres, milhares, são forçadas a sair às ruas e se manifestar pelo simples direito de serem livres. De terem direitos sobre seus corpos, de se vestirem como quiser e de poder decidir suas vidas sem a imposição de um homem, de uma sociedade machista.

A marcha das vadias que aconteceu nos dias 26 e 27 de maio é uma demonstração da crescente insatisfação das mulheres com o tratamento que recebem. Devem seguir um padrão único de beleza, se vestir sempre da forma “correta” para cada momento, ou seja, devem se vestir para serem desejadas quando o homem quiser, quando a mídia ditar, e devem se esconder se fogem do padrão ou em momentos específicos.

Não podem decidir sobre suas vidas, sobre como se vestir, sobre como e quem amar.
O texto seguinte foi publicado pelo blog Amálgama, onde critico o torpe protecionismo brasileiro e a política estilo-ditadura que se avizinha na substituição de importações - "Não é apenas o Preço Justo. São os impostos, o lucro e a má vontade governamental":
Não se trata “apenas” de querer barrar importações ilegais, pois é muito fácil verificar que aquela caixa onde está escrito conter um livro de fato contém um livro e não há sentido em demorar 3 meses para liberá-lo. É uma política deliberada e continuada de Dilma que faz ecos à ditadura, quando tínhamos a famigerada política de substituição de importações.

A diferença é que muito do que vem sendo barrado não é e nem tem a intenção de ser produzido no Brasil. Querendo ou não, existe um Direito do Consumidor que, em tese, tem validade nacional, mas como fazemos para processar o governo por sua ineficiência em um área que alguns vão considerar desimportante frente, por exemplo, ao caos na saúde, educação…?

É pirraça pura.

Além do que, a política da ditadura foi um fracasso, atrasando em décadas o avanço da indústria nacional que, até hoje, tem seu bastião na fabricação de carros – setor onde mais Dilma investe, em detrimento de diversificação da indústria e do transporte público.
Mais recentemente publiquei artigo na página online do jornal Brasil de Fato que é uma atualização de artigo meu anterior sobre o conflito na Síria. Desta vez tento desmistificar a guerrilha midiática onde um lado é sempre msotrado como santo e o outro como bandido sanguinário e que a situação é muito mais profunda que isso - "Síria, uma guerra de propagandas":
A mídia comercial insiste em retratar os insurgentes sírios como um grupo homogêneo de lutadores pela liberdade, ao passo que Assad e toda a “situação” síria, pró-governamental é mostrada como sanguinária e apenas interessada no poder. Esta visão é datada e carregada de interesses.

Os opositores de Assad são vários e nem de longe unificados. Pequenas facções divididas não apenas em cores religiosas, mas também divididas em tribos e clãs e com os mais diversos interesses. A franca maioria dos insurgentes é da maioria sunita, que é marginalizada por Assad, um alauíta, mas também é possível encontrar alguns poucos cristãos junto a eles. Há grupos laicos e militantes islâmicos, grupos com cristãos e grupos anticristãos, além de grupos financiados pelos EUA, outros vindo do Líbano e grupos independentes, enfim, uma salada indigesta sob todos os pontos de vista.

Ao lado do governo luta não apenas o exército, mas a milícia Shabbiha, cuja influência governamental é incerta, e outros grupos menores, especialmente cristãos e drusos.
Por fim, meu último artigo, publicano do Observatório da Imprensa, sobre a visita do Lula ao sensacionalista programa do Ratinho, acompanhado de Haddad, onde discuto a problemática da visita de uma figura emblemática que, por seus próprios esforços, caminha para virar ídolo, ao passo que se vale de um programa vagabundo e apelativo para, também, tentar colar sua imagem, sem qualque noção de ética, ao Haddad - "A propaganda e o mito":
Lula, aos poucos, se torna um mito, uma figura central na política brasileira, como foi Vargas, com a diferença que Lula sabe se manter por cima, vivo, como eminência parda, ao mesmo tempo em que escapa das piores críticas feitas à sua sucessora. O termo “Pai dos Pobres” não cabe mais em Vargas, que ganhou um sucessor.

Ao fazer sua primeira grande aparição, sua primeira grande entrevista pós-câncer em um programa popular ou mesmo popularesco, manda diversas mensagens a seus aliados e inimigos. Aos amigos se mostra forte, atuante, pronto para futuras batalhas, enfim, recuperado. O fato de ter ido a um programa de “variedades” e não a um jornal como o Nacional, da Globo, ou qualquer outro das principais redes de TV, pode ser encarado como um golpe nas grandes redes de TV que insistem em criticar seu legado e também como uma forma de agradar sua militância que, apesar da total ausência de ação ou mesmo vontade do governo (o seu e o atual de Dilma) em regular a mídia, democratizar as comunicações, há esperanças.
Espero que apreciem a leitura.
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