segunda-feira, 25 de março de 2013

GV - Aldeia Maracanã se atravessa no caminho da Copa: Indígenas expulsos com violência

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O acampamento indígena da Aldeia Maracanã, no antigo Museu do Índio no Rio de Janeiro, foi desocupado com violência por policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar no dia 22 de março. Situado ao lado do famoso estádio do Maracanã, o edifício se atravessa no caminho das obras para a Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016.

O cerco do Batalhão de Choque aos indígenas e seus apoiantes na área da Aldeia Maracanã começou na madrugada de 21 para 22 de março. Os indígenas montaram barricadas durante a madrugada para resistir, mas a invasão acabou por acontecer por volta do meio dia.

A ativista Paula Kossatz postou um vídeo no Facebook mostrando agressões mesmo antes da invasão, pela manhã, e o coletivo Diário Liberdade informou que os cerca de cem elementos da polícia entraram equipados “com balas de borracha, gás de pimenta e cacetetes”:
Ao que parece, segundo as primeiras informações, houve moradores da Aldeia Maracanã feridos na sequência da invasão. Entre eles, um menino de quatro anos que sofreu as consequências do gás pimenta policial. Ainda, uma mulher grávida foi reprimida violentamente e presa.
Foto de Norbert Suchanek. Usada com permissão.
Foto de Norbert Suchanek. Usada com permissão.
O Global Voices cobriu a primeira tentativa de expulsão, a 12 de janeiro, das cerca de vinte e três famílias que ocupam há 6 anos o prédio de grande importância histórica no Brasil. A altura, o cerco ao “museu vivo” do índio, como a Aldeia Maracanã é hoje chamada por muitos, foi feito sem aviso prévio nem mandado judicial pela polícia militar, reforçada com tropas de choque, e mobilizou indígenas e manifestantes que conseguiriam evitar a demolição.

Pouco mais de um mês depois, o Governador do Rio, Sérgio Cabral, anunciou que o edifício viraria museu do Comitê Olímpico Brasileiro. Eliomar Coelho, vereador do PSOL no Rio, propôs o tombamento da área, porém a proposta foi derrotada a 14 de março em votação na Câmara dos Vereadores da cidade.

Artigo completo no Global Voices Online
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