*Este texto é uma atualização e ampliação do "Mal maior": O petismo saindo do armário (de novo e outra vez)
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Não se vota no menos pior, busca-se construir alternativas. Voto deve ou
deveria ser algo consciente, feito com a intenção de melhorar o país e
não na base do medo, na base do "não tem tu, vai tu mesmo".
Se não há uma opção viável, temos de nos preparar para a luta contra
quem quer que vença e não FAZER CAMPANHA para alguém ruim apenas pelo
medo de outros.
Nós não temos que escolher quem será nosso algoz. Temos de lutar contra quem quer que o encarne.
Claro, podemos entender o papo do "mal maior" se
estivéssemos, por exemplo, frente ao perigo de uma Frente Nacional ou
algum partido abertamente fascista ou neonazista vencer. Não é o caso.
Oras, Bolsonaro, um legítimo fascista é inclusive da base do PT (pode odiar o partido, votar contra, mas continua sendo do PP, da base aliada)! Há
fascistas para todos os gostos e em todos os lados.
Genocídio indígena, aliança carnal com ruralistas, com evangélicos
fundamentalistas (Dilma chegou a revogar decreto regulando o aborto
apenas por exigência dos fundamentalistas aliados, sem falar nos
programas do Ministério da Saúde que Padilha cancelou pela mesma razão), cooptação de movimentos sociais, brutalidade
nas ruas e, é sempre bom lembrar, com uma militância (sic) fanatizada
nas redes.
Na prática, o PT e o PSDB são idênticos. A tese do "mal maior" não se aplica.
Se por um lado o PSDB é mais feroz nas privatizações (ainda que o PT
também privatize), por outro o PT é voraz na cooptação e criminalização
de lutas sociais. Dilma assentou MENOS que FHC. Demarcou MENOS que FHC. E
FHC é um canalha que dispensa comentários, quem viveu durante seu
governo sabe bem o que digo.
Se por um lado o PSDB é visto de forma mais simpática pela mídia
comercial (apesar de ser hoje o PT quem a financia), o PT tem sua mídia
pessoal, tem seus "progressistas" e sua "militância" virtual
absolutamente fanatizada.
Agora, é fato que cada pessoa tem formas diferentes de pensar e ver o
mundo, até compreendo quem chegue na urna e, num momento de desespero,
faça sua escolha e vote em Dilma. Mas fazer campanha? Tentar convencer
outros de que um dos governos mais lamentáveis dos últimos tempos é bom?
É muita falta de noção e de coerência.
Cadafalso, pelotão de fuzilamento ou guilhotina. Faz
diferença? É uma falsa
opção, vamos morrer de maneira horrível de qualquer forma. Nos cabe
denunciar a situação e buscar construir alternativas e não ficar
eternamente sustentando uma delas porque enquanto existir essa
sustentação esse partido e esse candidato não irá ver razão para
repensar como faz as coisas. O PT SABE que muita gente acaba votando
nele, não importa o que façam, pela tese do "mal maior".
É exatamente este o grande problema. Votar no PT em segundo turno apenas o faz se acomodar. Porque mudar, porque fazer autocrítica se na hora do "vamos ver" o pessoal vai votar no PT de qualquer forma? O PSDB será eternamente o "mal maior" e o PT não importa o quão enfiado na direita esteja será sempre a opção.
Que me desculpem, mas vocês estão dando carta branca para o PT continuar a ir para a direita sem culpa, sem preocupações. Não adianta falar que vai votar criticamente, o que importa pro PT é teu voto, mais um número, e não o que você pensa ou deixa de pensar nele.
Então porque
fariam qualquer tipo de autocrítica se na hora que importa conseguem os
votos?
De que adianta passar 4 anos fazendo oposição para, na hora do voto, apoiar quem você combate ou combateu?
Blog de comentários sobre política, relações internacionais, direitos humanos, nacionalismo basco e divagações em geral... Nome descaradamente baseado no The Angry Arab
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quarta-feira, 8 de outubro de 2014
A tese do "mal maior" prejudica a todos e mantém o PT acomodado
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quarta-feira, 18 de junho de 2014
"Mal maior": O petismo saindo do armário (de novo e outra vez)
Vem chegando o período eleitoral e, com ele, petistas enrustidos começam a sair do armário.
Aquele seu amigo que passou os últimos (quase) quatro anos denunciando a violência contra os povos indígenas, denunciando a insistência do governo em não apenas não demarcar terras, como virar refém por opção de ruralistas para lidar com a questão, de repente começa a fazer campanha para.... o PT!
Aquele seu outro amigo, que você tem o maior respeito e que já deixou claro detestar Dilma e, como é do Rio, detestar também o PMDB, já começou na campanha de Lindbergh, como se ele (e o PT) não fossem aliados até ontem do PMDB "higienista, canalha, ladrão, etc".
Vários amigos simplesmente saindo do armário e se declarando eleitores de Dilma e de outros petistas pese terem passado anos os atacando. De repente estão todos limpos. Lavou, tá novo.
Cheguei a questionar alguns deles, perguntando o que achavam de Aécio, Marina, Eduardo Campos e... Que surpresa!
Concordo obviamente com todas as críticas feitas a Aécio, um desqualificado, censurador e... tucano. Dispensa comentários, não se vota em tucano.
Mas quanta surpresa quando ouço que Marina é uma canalha, uma "traíra"... E, pior, que Dudu Campos também o é, logo ele que até nem bem 6 meses era um querido aliado do PT! Os humores dos petistas e petistas enrustidos muda como o vento. Hoje você é aliado, amanhã é inimigo e, especialmente, o contrário.
Alguns não são tão abertos em sua defesa do petismo redescoberto, então investem na tese antiga do "mal maior".
O PSDB é o mal maior. Tudo é o mal maior. Logo, vamos todos votar no PT.
Concordei com essa tese na última eleição e acabei, no segundo turno, votando em Dilma. Se arrependimento matasse!
Não se vota no menos pior, busca-se construir alternativas. Voto deve ou deveria ser algo consciente, feito com a intenção de melhorar o país e não na base do medo, na base do "não tem tu, vai tu mesmo".
Se não há uma opção viável, temos de nos preparar para a luta contra quem quer que vença e não FAZER CAMPANHA para alguém ruim apenas pelo medo de outros. Claro, podemos entender o papo do "mal maior" se estivéssemos, por exemplo, frente ao perigo de uma Frente Nacional ou algum partido abertamente fascista ou neonazista vencer. Não é o caso. Oras, Bolsonaro, um legítimo fascista é inclusive da base do PT! Há fascistas para todos os gostos e em todos os lados.
Estamos, na verdade, diante de três candidatos principais que em praticamente nada se diferenciam. Dudu Campos governou com o PT por anos a fio, é praticamente igual. Aécio é terrível, mas Dilma é diferente?
Genocídio indígena, aliança carnal com ruralistas, com evangélicos fundamentalistas (Dilma chegou a revogar decreto regulando o aborto apenas por exigência dos fundamentalistas aliados, sem falar nos programas do Ministério da Saúde que Padilha cancelou pela mesma razão - e Padilha é candidato!), cooptação de movimentos sociais, brutalidade nas ruas e, é sempre bom lembrar, com uma militância (sic) fanatizada nas redes.
Na prática, o PT e o PSDB são idênticos. Assim como o PSB. A tese do "mal maior" não se aplica.
Se por um lado o PSDB é mais feroz nas privatizações (ainda que o PT também privatize), por outro o PT é voraz na cooptação e criminalização de lutas sociais. Dilma assentou MENOS que FHC. Demarcou MENOS que FHC. E FHC é um canalha que dispensa comentários, quem viveu durante seu governo sabe bem o que digo.
Se por um lado o PSDB é visto de forma mais simpática pela mídia comercial (apesar de ser hoje o PT quem a financia), o PT tem sua mídia pessoal, tem seus "progressistas" e sua "militância" virtual absolutamente fanatizada.
Já o PSB oscila entre os dois campos. Segue, não é líder.
Agora, é fato que cada pessoa tem formas diferentes de pensar e ver o mundo, até compreendo quem chegue na urna e, num momento de desespero, faça sua escolha e vote em Dilma. Mas fazer campanha? Tentar convencer outros de que um dos governos mais lamentáveis dos últimos tempos é bom?
É muita falta de noção e de coerência.
Cadafalso, pelotão de fuzilamento ou guilhotina. Faz diferença? É uma falsa opção, vamos morrer de maneira horrível de qualquer forma. Nos cabe denunciar a situação e buscar construir alternativas e não ficar eternamente sustentando uma delas porque enquanto existir essa sustentação esse partido e esse candidato não irá ver razão para repensar como faz as coisas. O PT SABE que muita gente acaba votando nele, não importa o que façam, pela tese do "mal maior".
Então porque fariam qualquer tipo de autocrítica se na hora que importa conseguem os votos?
Aquele seu amigo que passou os últimos (quase) quatro anos denunciando a violência contra os povos indígenas, denunciando a insistência do governo em não apenas não demarcar terras, como virar refém por opção de ruralistas para lidar com a questão, de repente começa a fazer campanha para.... o PT!
Aquele seu outro amigo, que você tem o maior respeito e que já deixou claro detestar Dilma e, como é do Rio, detestar também o PMDB, já começou na campanha de Lindbergh, como se ele (e o PT) não fossem aliados até ontem do PMDB "higienista, canalha, ladrão, etc".
Vários amigos simplesmente saindo do armário e se declarando eleitores de Dilma e de outros petistas pese terem passado anos os atacando. De repente estão todos limpos. Lavou, tá novo.
Cheguei a questionar alguns deles, perguntando o que achavam de Aécio, Marina, Eduardo Campos e... Que surpresa!
Concordo obviamente com todas as críticas feitas a Aécio, um desqualificado, censurador e... tucano. Dispensa comentários, não se vota em tucano.
Mas quanta surpresa quando ouço que Marina é uma canalha, uma "traíra"... E, pior, que Dudu Campos também o é, logo ele que até nem bem 6 meses era um querido aliado do PT! Os humores dos petistas e petistas enrustidos muda como o vento. Hoje você é aliado, amanhã é inimigo e, especialmente, o contrário.
Alguns não são tão abertos em sua defesa do petismo redescoberto, então investem na tese antiga do "mal maior".
O PSDB é o mal maior. Tudo é o mal maior. Logo, vamos todos votar no PT.
Concordei com essa tese na última eleição e acabei, no segundo turno, votando em Dilma. Se arrependimento matasse!
Não se vota no menos pior, busca-se construir alternativas. Voto deve ou deveria ser algo consciente, feito com a intenção de melhorar o país e não na base do medo, na base do "não tem tu, vai tu mesmo".
Se não há uma opção viável, temos de nos preparar para a luta contra quem quer que vença e não FAZER CAMPANHA para alguém ruim apenas pelo medo de outros. Claro, podemos entender o papo do "mal maior" se estivéssemos, por exemplo, frente ao perigo de uma Frente Nacional ou algum partido abertamente fascista ou neonazista vencer. Não é o caso. Oras, Bolsonaro, um legítimo fascista é inclusive da base do PT! Há fascistas para todos os gostos e em todos os lados.
Estamos, na verdade, diante de três candidatos principais que em praticamente nada se diferenciam. Dudu Campos governou com o PT por anos a fio, é praticamente igual. Aécio é terrível, mas Dilma é diferente?
Genocídio indígena, aliança carnal com ruralistas, com evangélicos fundamentalistas (Dilma chegou a revogar decreto regulando o aborto apenas por exigência dos fundamentalistas aliados, sem falar nos programas do Ministério da Saúde que Padilha cancelou pela mesma razão - e Padilha é candidato!), cooptação de movimentos sociais, brutalidade nas ruas e, é sempre bom lembrar, com uma militância (sic) fanatizada nas redes.
Na prática, o PT e o PSDB são idênticos. Assim como o PSB. A tese do "mal maior" não se aplica.
Se por um lado o PSDB é mais feroz nas privatizações (ainda que o PT também privatize), por outro o PT é voraz na cooptação e criminalização de lutas sociais. Dilma assentou MENOS que FHC. Demarcou MENOS que FHC. E FHC é um canalha que dispensa comentários, quem viveu durante seu governo sabe bem o que digo.
Se por um lado o PSDB é visto de forma mais simpática pela mídia comercial (apesar de ser hoje o PT quem a financia), o PT tem sua mídia pessoal, tem seus "progressistas" e sua "militância" virtual absolutamente fanatizada.
Já o PSB oscila entre os dois campos. Segue, não é líder.
Agora, é fato que cada pessoa tem formas diferentes de pensar e ver o mundo, até compreendo quem chegue na urna e, num momento de desespero, faça sua escolha e vote em Dilma. Mas fazer campanha? Tentar convencer outros de que um dos governos mais lamentáveis dos últimos tempos é bom?
É muita falta de noção e de coerência.
Cadafalso, pelotão de fuzilamento ou guilhotina. Faz diferença? É uma falsa opção, vamos morrer de maneira horrível de qualquer forma. Nos cabe denunciar a situação e buscar construir alternativas e não ficar eternamente sustentando uma delas porque enquanto existir essa sustentação esse partido e esse candidato não irá ver razão para repensar como faz as coisas. O PT SABE que muita gente acaba votando nele, não importa o que façam, pela tese do "mal maior".
Então porque fariam qualquer tipo de autocrítica se na hora que importa conseguem os votos?
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Postado por
Raphael Tsavkko Garcia
às
11:00
"Mal maior": O petismo saindo do armário (de novo e outra vez)
2014-06-18T11:00:00-03:00
Raphael Tsavkko Garcia
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