Há poucos dias, ao sair do trabalho, me deparei com um
metrô abarrotado, mais que o normal, mesmo para as 6 e pouco da tarde. Chegar em casa, passando pela Sé foi um sufoco!
Chegando em casa imaginei ter encontrado a resposta: Marcha do
MST na Paulista.
Pensei comigo mesmo: "Se soubesse teria ido para lá e não
direto para casa".
OK, a raiva passou e fui ler a
notícia completa do
UOL sobre o protesto.
Me surpreendi, sem juízo de valor, sem nenhuma crítica ácida,
indireta, velada ao
MST, até estranhei! Estaria parte do
PIG tentando, pelo menos, parecer decente uma vez na vida?
Não. Não estava.
Reparem no pequeno quadro no canto direito, logo abaixo do título da notícia.

"As passeatas são viáveis na cidade de São Paulo?" lê-se na caixa, discreta,
despretensiosa...
Na verdade, uma crítica
direta ao ato em si, ao direito à livre manifestação, ao
MST, à demonstrações públicas de
caráter social. Será que o
UOL não sabe da Grande Marcha de sexta? Será que são tão inocentes e o quadro era apenas uma pesquisa simples, nada demais, nenhuma tentativa de se fazer qualquer juízo de valor?
Não, qualquer pessoa com o mínimo discernimento captou a mensagem - subliminar até? -, o recado dado pelo
UOL. Belo protesto,
ok mas... Será que eles deveriam acontecer?
A
criminalização aos protestos e ao Movimento Social não vem de hoje.
Inegavelmente Lula tem segurado as pontas, durante o Governo
FHC a
criminalização beirou o absurdo, o governo do PT pode não estar fazendo muito pelos Movimentos Sociais no geral mas, ao menos, não tem pago com violência, apenas moderada traição e inércia.
Já no Rio Grande do Sul, o assunto é diferente,
O
MST foi vítima de
cruel perseguição no Rio Grande de Sul da comandante
Yeda, as escolas itinerantes do
MST foram fechadas e o movimento
ameaçado por um capanga da governadora, o procurador e fascista Gilberto
Thums. Este indivíduo chegou à cara de pau máxima de
chamar o movimento de grupo paramilitar. Se assim o fosse, penso, este senhor já não estaria entre nós.
Pois bem, não surpreende a
indireta do
UOL hoje contra o
MST, já espero manchetes excelentes no dia 14, durante a grande marcha dos movimentos sociais pelo Brasil.

Ainda sobre as perseguições aos movimentos sociais e ao direito de livre manifestação, cabe lembrar do recente episódio no Rio Grande do Sul onde a governadora
Yeda mandou outro de seus capangas processar os manifestantes que cercaram sua casa, foram ameaçados e agredidos pela polícia.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou nesta terça-feira a presidente do Cpers (Centro de Professores do Estado), Rejane de Oliveira, a vice, Neida de Oliveira, e a vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) pela manifestação feita em frente à casa da governadora Yeda Crusius (PSDB), no dia 16 de julho.
Elas são acusadas de injúria, difamação, dano ao patrimônio e tentativa de cárcere privado. Elas negam as acusações.
Na torpe noção de justiça da governadora e da "justiça" gaúcha, os manifestantes agredidos é que foram, vejam só, os agressores!
No caso o instrumento da governadora foi a Polícia Civil, conhecida pela sua gentileza no
trto aos cidadãos do país e, mais especificamente, a delegada
Silvia Souza.
""A governadora foi chamada de ladra, corrupta", diz Souza, sobre as acusações de injúria e difamação. "É normal que critiquem os governantes, mas dentro daquilo que a lei permite. No momento em que uma residência é invadida, eles descumprem um direito constitucional do homem", afirma. "
Imagino que, em uma futura marcha, os manifestantes devam se limitar a chamar a governadora de boba, feia e chata, para não correrem o perigo de serem processados!
Aliás, talvez seja hora de abrir uma série brasileira para o "
Na Espanha: Condenação por dizer a verdade!". Será um sucesso e exemplos são infinitos por estas bandas onde corruptos, coronéis e canalhas proliferam como em nenhum outro lugar!

Aliás, a imagem acima é interessante, será que a delegada não reparou, passou despercebido pela gloriosa figura? Chamar os professores do estado de torturadores de criança não seria uma... ofensa, injúria, difamação?
Para
coroar o dia, dois funcionários do
PSOL na Câmara dos Deputados foram algemados e presos por... protestar!
Dois funcionários ligados ao PSOL na Câmara dos Deputados foram algemados e levados à Polícia Legislativa do Senado. Eles participavam de uma manifestação contra o presidente José Sarney (PMDB-AP) na parte superior do Congresso Nacional.
O coronel não permite que se manifestem contra sua vontade, recado claro.
Flagrante
desrespeito ao direito de manifestação, à democracia. Mas, quem disse que senador sabe ou quer saber o que é democracia? O pai de
Collor é um assassino que nunca foi condenado,
Sarney é um coronel, o próprio
Collor é um criminoso que foi expulso da presidência e os demais senadores são iguais ou piores em sua maioria. O que esperar?
Ao tentar estender uma faixa com o dizer "Fora Sarney" e o desenho de um bigode, cerca de 30 manifestantes foram retirados por policiais do Senado, por seguranças de uma empresa tercerizada que presta serviços ao Senado e por policiais militares.

O mais engraçado, precisa alguém acusar seguranças privados e
PM de truculência? Truculência é basicamente a única coisa que estes elementos conhecem! Pior ainda é a negativa de que houve qualquer truculência e, vejam só, Chico Alencar acabou atacado! Realmente, apenas uma resposta à altura pelo crime de se manifestar.
Houve uma pequena confusão no local. Segundo manifestantes que não quiseram se identificar, alguns seguranças agiram com "truculência" ao tentar retirar a faixa dos manifestantes. A polícia negou que houve qualquer tipo de agressão por partes dos seus funcionários.
Um segurança tercerizado deu uma "gravata" no deputado Chico Alencar, que não estava identificado como parlamentar. Chico disse que reclamará formalmente.
O que se vê é um processo - aparentemente irreversível - de
criminalização e perseguição aos Movimentos Sociais, além de uma truculência absurda contra as liberdades do povo, contra o direito de protestar, reclamar e se manifestar. Abusos são
constamentente cometidos pelas "forças de segurança", provadas ou estatais, e nada nunca é feito.
Se o
MST invade uma plantação da Monsanto, o que é
corretíssimo, ou um grupo de professores exige a saída de
Yeda do governo usando argumentos completamente coerentes viram inimigo públicos, são processados, espancados... Mas se a polícia violenta, espanca e abusa de membros do Movimento Social, então estão
corretos, cumpriram com seu dever.
A ditadura acabou quando mesmo?