O objetivo não é, agora, analisar as causas, o que já fiz exaustivamente neste blog desde que o golpe teve início, há mais de dois meses, e sim tentar enxergar algum futuro ou desenvolvimento da situação.
Zelaya está na embaixada brasileira de Honduras, a água e a luz foram cortadas e o local está cercado. Inicialmente centenas de manifestates estavam nos arredores da embaixada demonstrando seu apóio ao presidente legítimo e foram atacados pela polícia com tiros e bombas de gás. O país está sob Estado de Sítio e a tensão é visível.
Zelaya, por enquanto está seguro na Embaixada do Brasil, mas até quando? Atiradores cercam o local, o exército está à postos, a energia elétrica de toda Honduras corre perigo de ser cortada e a única coisa que impede os golpistas de invadirem a embaixada é o Direito Internacional. Algo extremamente frágil, especialmente para um governo que só existe pelo desrespeito às leis.
Centenas de manifestantes estão sendo atacados em San Pedro Sula, inclusive crianças, o Movimento de Resistência ao Golpe informa que mais de 400 foram presos e de que há luta armada no país contra o golpe. PElo menos dois já foram mortos no entorno da embaixada.
Muitos pedem uma intervenção armada brasileira, um envio de tropas, mas é uma idéia vaga, as nossas forças armadas chegam a dar pena da precariedade em que se encontram e a Marinha levaria eras para chegar até Honduras. A situação pede uma ação rápida e só Chavez e Obama podem intervir com força e efetividade neste momento.
O problema é que Obama dificilmente intervirá, apesar de decisão da OEA a favor de Zelaya e de sua volta, Hillary ainda continua com a ladainha de que Zelaya deve aceitar o acordo proposto por Oscar Árias, algo inaceitável dada a situação atual. Os EUA já estão enterrados no Afeganistão e acabaram de se livrar do problema Iraquiano. Se sequer se sujeitaram a se sujar no Haiti - sobrou para o Brasil - imagina se irão sujar as mãos e intervir em mais um país na atual situação. Não há a desculpa do Terrorismo para tal intervenção nem o Eixo do Mal sofrerá nada caso Honduras continue como está.
Do outro lado Chavez tem a capacidade de intervir, mas sua ação não seria legítima aos olhos da comunidade internacional - por mais que isto se baseie na análise PIGiana.
Sobra o Brasil como único possível agente capaz de acalmar a situação, mas até onde vai a real vontade do país em intervir? A abertura da embaixada é um indicador animador, mas daí a usar tropas, vai uma distância enorme. O Brasil já está concentrado na intervenção no Haiti, fora o sucateamento das tropas restantes, a distância até Honduras para uma intervenção rápida e, por fim, a vontade política e o custo interno que traria uma intervenção tão fortemente condenada pelo PIG e pelas elites nacionais.
Resta, enfim, a OEA. Esta deveria convocar tropas em caráter de urgência mas quanto tempo levaria até que algo efetivo fosse discutido e votado? Quem estaria disposto a ceder tropas e em caráter urgente?
A situação é desesperadora, nas ruas o povo é atacado, violentado; a embaixada está cercada e Zelaya isolado, fora o perigo de claro desrespeito às leis internacionais iminente.
Resta a nós observar e torcer para que a situação se resolva mas, diferente das últimas tentativas de Zelaya de entrar no país, desta vez ele está em seu centro e não existe mais a possibilidade de acordos em que Zelaya não retome seu lugar de direito, a presidência, nos braços do povo Hondurenho.
É isto ou sua morte.
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Dentro do Brasil, o PIG e o PSDB já deram o recado, o Brasil deveria ter deixado Zelaya ser preso ou morto pela ditadura. Não cabe ao Brasil o papel de líder ou de defensor da Democracia na América Latina. Micheletti afirma que responsabilizará Zelaya e o Brasil por qualquer derramamento de sangue - que já teve início com o assassinato pelos Golpistas de dois manifestantes no entorno da Embaixada Brasileira - e o PIG brasileiro adota o mesmo discurso, de não intervenção e de não influência ou interferência brasileira na situação.
O PIG não tolera que seus aliados golpistas de Honduras tenham prejuízo e sejam questionados, cabe ao Governo Brasileiro sentar e olhar enquanto o povo Hondurenho é violentado. Já o PSDB, bem, são tucanos realizando seu trabalho de sempre: Entreguismo, covardia e despeito.
Hoje, ao assistir ao Bom Dia (sic) Brasil, era difícil não gorfar. Míriam Leitão desfilava todo o seu conhecimento (sic) de Política Externa e Relações Internacionais ao afirmar que o Brasil errou em ajudar Zelaya e ao afirmar ainda que a culpa de tudo é de Chavez, que quer só arrumar confusão.
Uma análise primorosa, típica do PIG e que grita pela morte de Zelaya (condena o golpe mas, por debaixo dos panos dá gritos de alegria pela oportunidade de novos negócios) e pela inação Brasileira.
Lula, que asiste en Nueva York a la reunión de Naciones Unidas sobre el cambio climático, ha afirmado que Brasil está garantizando el derecho del presidente Zelaya de buscar refugio en su embajada y ha hecho un llamamiento al gobierno presidido por Roberto Micheletti para que abra la vía de la negociación y buscar una salida a la crisis. Hacemos "lo que cualquier país democrático haría", ha dicho Lula a los periodistas.Para desespero do PIG, Lula, da ONU, pede que os golpistas não toquem na embaixada brasileira e que é decisão soberana de qualquer país democrático oferecer refúgio.
A invasão da embaixada significaria uma declaração de guerra, o que o Brasil faria?
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