O vídeo acima é da chapa "Reconquista USP" que concorre ao DCE da instituição e, ao que tudo indica, tem fortes chances de vencer.
Ouçam a música, vejam os chamados e tentem não enjoar.
Vejam os absurdos da chapa no Twitter e em seu site.
Dentre as propostas, coisas tão sérias e importantes para a comunidade Uspiana quanto a instalação de telões para que sejam assistidos os jogos do Brasil na copa de 2010 ou a odiosa defesa da presença ostensiva da PM no Campus universitário.
O ponto central da defesa da chapa passa pelas greves e manifestações na USP: São contra. Defendem a inação, a inércia ou a mera compactuação com a direção. Grevista é marginal e ponto final.
Não surpreende que os membros da chapa se declarem apartidários, mesmo tendo o apóio dos Tucanos da USP explícito e declarado.
Vejam que todo grupelho proto-fascista se vale dos mesmos argumentos de apartidarismo mas, no fim, costumam se alinhar ideologicamente com DemoTucanos e afins - quando não algo pior.
É batata, se alguém declarar que sua chapa é totalmente apartidária, observe bem as propostas e propagandas e logo qualquer um chegará à conclusão de que tal grupo é fascista e, obviamente, tem medo de se declarar abertamente.
Mas, e quanto às causas que levam tal grupo às portas da vitória?
Em um primeiro momento ficamos apavorados com a possibilidade de um grupo de forte viés fascista ter a real possibilidade de vencer em eleições que costumam ser levadas pela Esquerda - seja pelo forte apóio ou simplesmente pela falta de interesse da maior parte dos estudantes em votar -, mas em uma análise mais profunda vemos que, na verdade, o que existe na USP - e pelas universidades afora - é o sectarismo franco e aberto das alas à esquerda e um desânimo gritante da maior parte dos estudantes em sempre se verem num joguinho de chapas e partidos que nunca os levam à nada.
A chapa em questão, a "Reconquista", não vencerá porque os alunos acreditam em seu programa de extrema-direita ou em seus slogans. A possível vitória se deve, por outro lado, à falta de idéias novas do lado da esquerda.
Mas eu iria além, se deve não só pela falta de idéias, mas pela constante repetição de slogans pseudo-revolucionários por grupos que não conseguem agregar nem 500 pessoas e acreditam piamente que irão conseguir fazer a revolução e tomar o poder no Brasil.
Falta pé no chão e propostas que realmente digam algo para a USP. A falência das correntes de Esquerda e o consequênte desânimo dos estudantes são a força que precisa uma chapa fascista, mas que traz algo novo, por pior que este "novo" possa ser.
Não basta querer barrar esta chapa nociva para a USP, para o ambiente acadêmico e para o país, é preciso barrá-la com argumentos, unidade e propostas sérias e não a velha ladainha pseudo-revolucionária de que vamos resolver todos os problemas do mundo se votarmos na chapa do PCdoB ou na do PT.
Enquanto a Esquerda se degladia e mingua, a direita se fortalece e ameaça.
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Para mais informações sobre o assunto, vale a visita ao Blog do João Villaverde que trata da divisão das esquerdas na USP.