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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Dilma joga "por engano" pá de cal na educação: A prioridade é a educação, mas não a qualidade

Disse no Twitter o @M_caleiro: "Governo aprova, "por engano", lei que impede universidades federais de exigirem pós-graduação em concursos para professor".
A nova legislação equipara a contratação de professores a das demais carreiras do funcionalismo. Ou seja, de agora em diante, as universidades têm de seguir as mesmas regras nacionais de contratação do serviço público.
Com isso, ficam proibidas de exigir pós-graduação dos candidatos e o ingresso na carreira docente passa a se dar como professor auxiliar, que exige apenas o diploma de curso superior. Hoje, cerca de 90% dos professores das universidades federais possuem mestrado ou doutorado, segundo dados do MEC.
Trata-se basicamente de uma lei aprovada e já valendo ha pelo menos um mês que PROÍBE universidades federais de exigirem diploma maior que o de graduação em seus concursos para professor.

Não se trata de PERMITIR que graduados dêem aula - o que já acontece em alguns casos excepcionais e devem continuar a ser assim - mas de PROIBIR a exigência de diplomas de mestrado e doutorado.

Depois de descoberta a sacanagem (que provavelmente foi referendada pelos sindicatos pelegos ligados ao PT), o MEC fingiu que tudo não passava de um engano - nem sabiam! -, que iam rever a lei.

Das duas umas, ou o governo aprovou uma lei péssima achando que ninguém ia notar, precarizando ainda mais a já problemática educação brasileira, ou simplesmente não se importam com a educação, aprovando uma lei péssima sem ligar pra isso.

E uma não elimina a outra, a canalhice do governo é a mesma e a preocupação com a educação é nenhuma.

O sonho do governo é a total precarização da força de trabalho. Já se fala (há tempos) em "flexibilizar" a CLT, o governo PRIVATIZOU a previdência dos funcionários públicos (morra de inveja, FHC), e agora dá o passo final para acabar com o ensino público federal.

Com o ProUni, o governo já abriu as portas para a precarização, incentivando universidades péssimas a expandirem com dinheiro governamental (e nosso dinheiro) ao invés de concentrar investimentos/isenções nas universidades de qualidade, e agora resolve colocar a pá de cal final no ensino público, com o potencial de transoformar nossas universidades em verdadeiras Unibans.

A única intenção do governo é baratear a mão de obra e piorar os já péssimos salários e criar mais barreiras para o crescimento na carreira, pois junto à piada da PROIBIÇÃO de exigência de diplomas de pós, o governo ainda forçará os professores recém-ingressados a iniciar suas carreiras como auxiliares, não importando se graduados ou doutores, ou seja, no ponto mais baixo da escala.

É claro que você não pode pagar 2 mil reais a um doutor - como pode a um graduado -, mas pode dificultar ao máximo que ele cresça na carreira e efetivamente ganhe um salário minimamante compatível (decente).

Outro ponto que demonstra que não há "engano" algum na lei aprovada e vigente é que não há forma melhor de esvaziar greves e passar por cima do direito constituicional de qualquer trabalhador. Em termos simples, o governo pode, frente a uma greve persistente, realizar concursos emergenciais onde qualquer graduado pode participare substituir os grevistas.

É o sonho do governo Dilma que já se recusou a negociar com a maior greve da história, ano passado.

Nem FHC foi tão intransigente e cínico.

E, vale lembrar, tudo isso com UniEsquinas pipocando e o número de graduados (ainda que sem a mínima qualidade) se multiplicando; Não faltará mão-de-obra para preencher vagas "ociosas".

Eu venho dizendo a anos que o PT é nocivo à educação. Mercadante como ministro, pelo jeito, não foi a prova final, conseguiram descer mais ainda e cavar um buraco no fundo do poço.

O governo Dilma e o PT não tem o menor interesse na educação, nada além de propaganda, nada além de números vazios. O que importa é que todo o país tenha diploma, ainda que de universidades com qualidade MENOR que escolas primárias, e agora qualquer graduado pode dar aula. Dentro em pouco Dilma permitirá secundaristas dando aula? Não duvidaria (ironia inclusa).

Já vejo a propaganda governamental:
Você não encontra um emprego? Que tal virar professor?

Ganhar "bem" - para quem não ganharia nada, 1 é bom no raciocínio de pão e circo de Dilma e do PT -, trabalhar "pouco" (cada dia mais o governo dificulta a pesquisa, dificulta o financiamento via agências) e, oras, qualquer um pode ser professor! Não precisa "perder tempo" fazendo mestrado ou doutorado. E quem já fez, que pena, são trouxas!
Era difícil encontrar governo mais privatista e canalha que o FHC, mas o governo Dilma e o PT estão comprovando que SEMPE é possível piorar. Dilma está conseguindo destruir de vez a educação brasileira e não importa que a lei mude, como diz o MEC, as intenções estão claras e basta uma brecha para que o governo consiga o que quer.

O Brasil vem se notabiliando por ser o país onde as coisas devem ser feitas, não importa se nas coxas, na verdade quanto menos qualidade e mais barato possível, melhor.

Afinal, o governo tem maioria. Para direitos humanos e progresso de verdade a "Base Aliada" não é aliada. Para precarizar, privatizar e retirar direitos, é pau pra toda obra.
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Atualização:

Vejam o link enviado pela @Annabel_Lee, via Twitter, com a lista de candidatos a professor na UniRio em concurso já dentro da regra petista de "só graduado". É uma lista imensa! Absurda!
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segunda-feira, 11 de junho de 2012

A Educação é prioridade para o PT?

Já são mais de 50 51 universidades federais em greve. Não apenas professores, mas em muitas delas também alunos e funcionários administrativos. E a greve ainda irá crescer.

Do outro lado, o governo não negocia. Mercadante se limita a pedir para que os professores voltem às aulas de mão abanando e sem que nenhuma das promessas - por mais pífias - anteriores sejam cumpridas em sua totalidade. Frente à greve certa uma MP para dar míseros 4% aos professores que, hoje, ganham um salário vergonhoso.

Dilma tem o estilo de simplesmente não ceder. Geisel de saias ou Stálin tupiniquim são apelidos carinhosos e corretos. A educação brasileira é uma lástima. Educação básica não existe e a federal está sucateada até não poder mais.

O REUNI, programa Lulista que já elogiei antes, se mostrou um engodo. Universidades no interior, em locais onde não existiam antes, mas precárias, incompletas e com professores sendo contratados em regime temporário, com péssimos salários. Em outras palavras, o professor é forçado a se deslocar até regiões distantes da sua e encontra uma estrutura precária e não recebe o suficiente para sobreviver com dignidade.

Salários baixíssimos afastam os melhores professores, restando só heróis dedicados ou então aqueles com pior formação (o Marcos Bagno, em artigo para a Caros Amigos há alguns meses, analisou bem o drama dos professores que não tem boa formação). Isto sem falar na falta de condições básicas que vão além da formação do professor, como falta de merenda, estrutura e até mesmo de giz! No caso de São Paulo os professores ainda recebem apostilas com erros grotescos.

Na universidade, ainda, temos o ProUni que, por um lado permite a estudantes que muitas vezes vem de uma educação deficitária (ainda que, felizmente, consigam notas superiores a dos não-bolsistas, o que é maravilhoso) tenham acesso à universidades de elite.

Infelizmente, o ProUni também dá acesso a UniEsquinas, que apenas perpetuam a péssima qualidade do ensino. Faculdades péssimas que não conseguem formar devidamente professores para o futuro. São os dois lados do ProUni, um projeto excelente em sua concepção, mas de execução muitas vezes duvidosa.

Não seria mais inteligente investir os milhões que vão para Anhangueras da vida no reuni? Em qualificação e salário de professores e na expansão das federais?

Para quem quer seguir a carreira acadêmica há também enormes impedimentos. As bolsas de mestrado e doutorado, em geral, não dão nem pra pagar as contas básicas, que o diga se dedicar exclusivamente à atividade, comprar livros, pagar transporte...

Somos um país em que o salário mínimo ainda é muito baixo, e cujas bolsas de mestrado e doutourado são igualmente péssimas, ainda que bem maiores que o mínimo. São insuficientes, risíveis se esperamos por uma formação decente. Aliás, segundo dados governamentais que parecem, mas não são piada, um bolsista, hoje, faz parte da classe alta!

Como escrevi antes:
Como muitos dos meus leitores sabem, sou bolsista de mestrado - por mais um ou dois meses, acredito - e ganho algo em torno de 1500 reais. Se eu não pagasse praticamente o mesmo (um pouco mais, na verdade) para a Cásper Líbero eu teria de viver com este exato valor. Por sorte recebo ajuda da família e vivo com minha namorada, que banca algumas despesas e ganha bem mais que isso.

Mas vejamos, com 1500 reais eu deveria poder pagar meu transporte (com passagens a 3 reais), comprar livros (comprei pelo menos 60 livros durante o mestrado, pois é praticamente impossível encontrar livros sobre o que eu estudo no Brasil, em bibliotecas acessíveis), me vestir, comer todos os dias (de preferência), fazer compras, pagar aluguel/prestação, condomínio, luz, telefone, internet, água, gás...

Lazer? Bem, esqueça, mestrando em geral não tem dinheiro para lazer.

Enfim, teria de manter uma casa com o valor irrisório de 1500 reais.

Mas, segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, eu que ganho 1500 dilmas por mês sou... RICO! Tudo bem, eu seria da "baixa classe alta", mas ainda assim, rico!
Hoje, para Dilma, quem ganha 291 reais é classe média, e acima de 1019 reais, logo, todos nós, bolsistas, somos ricos! Um professor, então, é podre de rico com seu salário de, às vezes, pouco mais de 2 mil reais.

Na verdade, um professor auxiliar, graduado, com 20 horas de dedicação, hoje, ganha pouco mais de 1.500 reais. Por sua vez, um mestre com dedicação exclusiva (40h) hoje ganha menos de 5 mil reais!

Vejam abaixo as tabelas com os pífios salários de professores federais com 20h e dedicação exclusiva:


Lula construiu dezenas de novas universidades, mas não investiu em meios para que futuros professores se mantenham em seus cursos e possam renovar o professorado. Investiu em acesso à universidade, mas não fez distinção entre universidades e UniEsquinas. E apenas "esqueceu" de investir nos professores! Iniciativa do governo, o Ciência Sem Fronteiras, paga bolsas baixas para a formação de professores.

Sejamos honestos, não somos um país de primeiro mundo, nem perto disso apesar das ufanistas propagandas governamentais, mas se queremos sequer aspirar uma melhor posição mundial não podemos deixar de investir PESADO em educação. Ao invés disso o governo garante incentivos à que parece ser a única indústria do país - a de carros -, taxa e dificulta improtações e fica feliz que o consumo está crescendo, sem prestar atenção no tipo de consumo e no que isto tudo resultará.

Quantos bilhões serão investidos em dezenas de UHE's pela Amazônia?

Como esperar que o Brasil tenha nível acadêmico se não há investimentos sérios tanto em educação básica quanto em formação de professores e de uma academia forte e consistente?

Só tivemos investimentos no centro da cadeia, na metade da formação, na graduação. E olhe lá! Sem qualquer continuidade ou preocupação com a continuidade, dando a entender que o objetivo era a formação de mão de obra para a ampliação do poder de compra baseado no consumo (carro-chefe do governo) e não de acadêmicos para a reprodução do ciclo virtuoso do ensino.

Vejam o que propõem os professores em uma reestruturação de carreira:
É o mínimo.
Para quem acha que é muito, especialmente frente ao mínimo, lembre-se: É a educação que transforma, que pode melhorar a vida do país e, além disso, um professor não apenas ensina, mas também pesquisa, também trabalha quando está em casa, se recicla, encontra alunos, orienta e tem que comprar dezenas de livros, pagar assinatura em portais de periódicos, enfim, não sai de graça e nem é barato.

Hoje um professor do ensino básico luta para ganhar um piso ridículo de pouco mais de 1400 reais, e tem governador do PT se recusando a pagar. A situação das universidades é igualmente péssima, assim como as bolsas para estudantes. E é dessa forma que Dilma, Lula e o PT esperam que o Brasil se torne potência?

São mais de 50 universidades em greve, milhares de professores parados frente a um governo intransigente, mentiroso e que não tem a intenção de acatar as justas reivindicações de um dos setores mais importantes do país. Bem, para um governo que corta pela metade os salários dos médicos dos sistema já precarizado de saúde, o que esperar da educação que, parece, não tem qualquer importância?
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sábado, 7 de janeiro de 2012

O que a CAPES fez com as bolsas dos mestrandos?

ProUni, Ciência Sem Fronteiras, ampliação de bolsas... Nada mais que instrumentos de propaganda do governo federal que, no fim, são belos engodos.

Os valores das bolsas são irrisórios, de fome, não se exige qualidade para nada, a educação básica é uma sucata a espera de encontrar o primeiro lixão que aparecer, a estrutura de muitas federais é capenga, os salários dos professores são ridículos - para não soltar um palavrão merecido ...

Enfim, como já disse antes e não me canso de repetir, educação não é prioridade deste governo. Nem nunca será.

Serve para propaganda apenas, é cosmético. O governo finge que investe, finge que paga decentemente, finge que dá reais oportunidades, e nós engolimos. Não porque acreditamos - ao menos não nós, mestrandos e doutorandos e mesmo graduandos - mas porque não há outra opção.
Enfim, recebi de uma amiga mestranda, no dia 6 de janeiro, a informação de que a CAPES não tinha lhe depositado sua bolsa. Atrasos são comuns, mas nem por isso aceitáveis.

Fui ao Twitter questionar meus seguidores, mestrandos, se estariam em situação semelhante.
Estavam (estão).

Todas as agências estaduais (FAPESP, FAPERJ, FAPESPE, etc) e o CNPq pagaram em dia (5) as bolsas, e apenas a CAPES falhou em sua obrigação. Eu sou bolsista FAPESP e recebi, Doutorandos CAPES também receberam, mas os mestrandos não receberam nada.

O engraçado é que se nós, mestrandos, deixamos de cumprir com uma obrigação, qualquer uma, por um dia sequer, corremos o riso de perdermos a bolsa e até de termos de pagar de volta tudo que recebemos . Mas a Capes tem o direito de falir quem depende dela e nada acontece, nem uma multa, nem um singelo pedido de desculpas.

Nada. Apenas a promessa - por vezes vazia - de que pagará quando der.

Tenho confirmação de mestrandos sem receber o pagamento na UFPE, UFJF, UFV, UFRGS, PUCSP e, aparentemente, o problema é geral.

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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Lugar de PM é no Campus?

Eu parto do princípio de que não.

Mas é preciso pensar em alternativas.

A ação da PM ao prender 3 alunos que fumavam maconha foi, infelizmente, correta. Fumar maconha é crime, por mais que eu, pessoalmente, defenda a legalização das drogas. Obrigação da polícia é fazer cumprir a lei.

Agora, dado o estilo truculento da PM, dificilmente iriam fazer vista-grossa, pois sentem prazer em criar confusão e aparecer, especialmente se puderem dar porrada ou levar pra delegacia quem eles consideram "vagabundo riquinho" (basicamente qualquer universitário).

Mas concordar com a legalidade da ação policial ao prender quem fuma maconha é diferente de concordar com seus métodos. Não faço idéia do tom e da força usada pela PM para prender os rapazes, e isto pode pesar. Aliás, eu acho estúpido prender quem fuma maconha, isto não altera em anda o comportamento de nenhuma das partes, mas apenas faz o PM se sentir poderoso. Da mesma forma que muito maconheiro se acha "bozão" por achar que está contestando o mundo ao fumar.

A questão principal, porém, vai além, e passa pela própria presença ostensiva da PM dentro do campus universitário.

O campus é um lugar de contestação por natureza. Assim é a universidade. USP, PUC, não importa, universidade é um espaço de contestação, de rebeldia, de festas e, claro, de aprendizagem, mas de todo tipo de aprendizagem e não apenas aquela das salas de aula.

E fumar maconha faz parte. Beber faz parte. Contestar faz parte. Há uma clara oposição entre a lei e as práticas (oras, entra-se na universidade com 17 anos e é proibido beber até os 18, mas alguém se importa?) dentro dos muros da universidade, dentro dos limites do campus.

A presença da PM é uma provocação clara tanto da Reitoria, abertamente conservadora e ilegítima, quanto do governo, igualmente conservador. é uma forma de tentar "acalmar" os ânimos e a contestação estudantil.

E é um tiro no pé, estupidez pura. Uma provocação perigosa contra a comunidade universitária.

E não falo apenas da questão da maconha e nem apenas como forma de "proteger" os alunos da amada e odiada FFLCH, e sim de forma geral. A PM se coloca como uma força reacionária de controle social, acostumada a tratar a todos com violência e desprezo. São soldados despreparados, raivosos e sem treinamento que colocam em perigo os estudantes da USP.

Basta ver os índices de criminalidade e contar quantos são cometidos por policiais militares, com sua conivência ou seu silêncio cúmplice.

Polícia Militar não traz segurança e, no campus (me atendo só a aquele local) traz insegurança.

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terça-feira, 12 de julho de 2011

Combate à Miséria: A Equivocada política correta do PT

O título do post parece contraditório, mas não é.

O combate à miséria é uma bandeira importantíssima, e a primeira que alçou Lula ao panteão dos grandes estadistas, e o fez ser respeitado em todo mundo.

Não se constrói um país onde o povo passa fome e não tem condições de viver e não sabe se estará vivo no dia seguinte (claro que com a violência das polícias o favelado, em geral negro, continua vítima de sua condição, mas é outro assunto), mas da mesma forma, não se constrói um país APENAS com a bandeira do combate à miséria, deixando pra lá políticas de inclusão efetivas para quem SUPEROU a situação de miséria.

Este é o retrato do governo do PT.

Políticas efetivas de combate à miséria mas que, no fim, acabam se voltando contra o próprio partido quando consideramos que a população agora come, mas continua conservadora, sem educação e refém de Marginais da Fé e enganadores semelhantes. Não se emancipou.

O caso do Salário Mínimo no começo do ano é emblemático. Amplia-se o Bolsa Família mas achata-se o salário de quem conseguiu caminhar para o patamar acima.

O ProUni, um bom programa, peca em aceitar toda e qualquer UniEsquina, formando profissionais de má qualidade que, muitas vezes, já chegaram nessas universidades em estado de quase analfabetismo funcional, pois não houve nenhum investimento sério em educação básica.

Os investimentos são feitos quase que exclusivamente na etapa final do processo educacional, abandonando as primeiras etapas onde o jovem, a criança, aprende a pensar, forma sua identidade e adquire pensamento crítica. A idéia é apenas formar para o mercado. Não é emancipar, não é efetivamente educar, mas formar mão de obra (nem tão) qualificada.

Outra ferramenta importante para a emancipação do povo, hoje, é a internet.

Inclusão digital, desde que feita com método e acompanhamento (novamente, educação) é uma forma impressionante de empoderar a população, mas na hora de criar um plano para levar internet ao povo o governo me sai com a piada do PNBL entregue para as teles, sem qualidade e feito quase como forma de humilhar o pobre, como se este não merecesse respeito e um serviço digno.

Como dar dignidade ao povo se enfiam uma Ana de Hollanda no MinC? Uma figura que quer afastar ainda mais a cultura do povo, dificultando acesso e compartilhamento?

Mas, além disso, é preciso também lembrar qual é a base social história do PT e também compreender os efeitos do crescimento da classe C.

O PT é historicamente um partido de classes médias urbanas, de intelectuais, de operários qualificados que, com Lula, conseguiu atrair o "povão" mas, nem de longe, conseguiu(e) controlá-lo ideologicamente, ou mesmo seuduzí-lo ideologicamente.

O faz pelo bolso.

Enquanto houver dinheiro entrando, enquanto for possível consumir, votarão nos candidatos do PT, mas nem isso somente é garantia, vide o sufoco de Dilma quando o discurso conservador entrou em campo e a configuração absolutamente conservadora do congresso nacional (que em grande parte é culpa do próprio PT e de suas alianças com figuras deploráveis, Marginais da Fé e afins).

Hoje, com a maior parte dos brasileiros na Classe C, ou seja, na Classe Média, a insistência na quase exclusividade de políticas contra a Miséria (ao menos políticas sérias e efetivas, coisa que o PNBL não é, por exemplo), que não atingem mais esta Classe C, são um tiro no pé.

Não, não falo que devamos abolir estas políticas, jamais, a questão é tê-las como prioridade, mas não como exclusividade. É preciso recuperar o tempo perdido e buscar conquistar a nova classe não só pelo bolso, pelo consumo, mas buscando meios de reformá-la, de dotá-la de identidade.

É preciso uma política cultural que permita o acesso livre à cultura em todas as camadas. O MinC dificultando a vida dos Pontões de Cultura é um exemplo do que não deve/pode ser feito.

Uma política de inclusão digital é mais que necessária, mas o PNBL é lastimável. Uma política de acesso universal à educação é talvez o mais necessário, mas não investe-se em educação básica, apenas no final do processo, visando exclusivamente a formação de mão de obra mais ou menos qualificada e uma sensação ilusória de inclusão através do diploma, o que efetivamente não existe.

O processo de retirada do povo da miséria, enfim, não se deu pelas vias da inclusão, mas do consumo. E aí está o grande erro do governo Lula, perpetuado e até ampliado por Dilma, que conseguiu destruir até mesmo as boas políticas iniciadas ou incitadas por ele.

O combate à miséria é uma bandeira essencial, sem isso não se pode dar dignidade ao povo e construir uma nação, mas ao mesmo tempo o modelo de desenvolvimento escolhido pelo PT é completamente equivocado.

Privilegiar os excluídos é diferente de praticamente abandonar aqueles que não estão exatamente incluídos, mas ascenderam socialmente. E tampouco dar migalhas (como o PNBL) achando que se estáplantando as sementes da revolução.











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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Casa ou quartel? Reitoria da UFRGS tenta empurrar goela abaixo regimento que retira direitos dos moradores

Por Alexandre Haubrich, jornalista e editor do Jornalismo B

Os resíduos bolsonarianos chegaram a Casa do Estudante Universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEU-UFRGS). Em silêncio, sem ampla divulgação na comunidade acadêmica, a Reitoria da UFRGS caminha para impor um novo regimento na CEU. “Casa” é um conceito que parece um tanto controverso no tal regimento. Ou você, leitor, não pode andar sem camisa dentro de sua casa? E consumir bebidas alcoólicas em casa, você pode? Mesmo que o local onde você mora seja alugado? “Que escândalo!”, urrariam os redatores do novo regimento.

Pois é, os estudantes maiores de idade que moram na Casa do Estudante da UFRGS podem ser impedidos de circular sem camisa ou beber nas dependências. Um moralismo antiquado que chega a ditatorial quando consideramos que nada disso foi – nem a Reitoria tenciona que seja – debatido com os moradores. Se o atual regimento nem existe legalmente – há anos a CEU é organizada através de regras regimentais não formalizadas – a proposta de mudança que a Reitoria tenta emplacar retira direitos até de participação dos estudantes na gestão da Casa. Segundo o blog Megafonadores,

Este novo regimento, além de ter sido elaborado sem a participação dos estudantes, é um retrocesso no que tange a gestão da casa. Se aprovado, a CEU não possuirá um conselho gestor com participação dos moradores. Tirando o direito dos alunos de, de forma representativa, deliberarem sobre questões de sua própria moradia.

Os moradores reclamam também de expulsões arbitrárias e de vigilância excessiva, que, para eles, configura a tentativa de “implementação de uma política de controle e repressão sobre os estudantes que necessitam de políticas de promoção social e não da criminalização e exclusão”. Outra questão prejudicial aos moradores se refere às novas regras para a permanência na Casa após a graduação. Hoje, é permitido que os formados continuem ali por até seis meses, prazo que pode ser reduzido para 60 dias. A política de estímulo à permanência na universidade, defendida pela Reitoria, também seria esvaziada, com o fim da permissão para alunos de pós-graduação morarem na CEU.

Localizada na avenida João Pessoa, uma das principais vias de Porto Alegre, a Casa do Estudante da UFRGS é, atualmente, o lar doce lar de 400 estudantes. Mas a doçura pouco tem a ver com a estrutura oferecida pela universidade. A quantidade de pias e fogões não supre a demanda, há infiltrações no oitavo andar e a segurança contra incêndios é criticada pelos moradores. Além disso, o segundo andar, antes ocupado por moradias, foi transformado em espaço da administração, para departamentos que antes ficavam no prédio da Secretaria de Assistência Estudantil. Essa medida, obviamente, reduz a quantidade de vagas oferecidas para moradia.

Esses e outros problemas estruturais, somados à tentativa de retirada de direitos e de imposição antidemocrática de um novo regimento, levaram os estudantes ao Campus Central da universidade, para protestar e propor um regimento alternativo. Ainda segundo o Megafonadores, “o Secretário de Assistência Estudantil, Edilson Nabarro, resolveu sair para conversar com os estudantes. Recebeu as reivindicações, mas não se comprometeu com nada. Disse não estar impondo esse novo regimento, mas também não quis saber do regimento elaborado e proposto pelos moradores da casa”.

O regimento informalmente em vigor pode ser lido AQUI.

A “proposta” da Reitoria pode ser lida AQUI.

A contra-proposta dos estudantes / moradores pode ser lida AQUI.

Mais informações no blog da CEU.
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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Movimento Estudantil Brasileiro através da leitura das Eleições para DCE da UFRGS

Atas Rasgadas
Segue trechos da entrevista com o estudante de jornalismo Rodolfo Mohr, candidato à suplente de coordenação pela Chapa 3 e acusado de agressão pelo presidente da Comissão Eleitoral, Adrio de Oliveira Dias, vídeo comprovando a fraude no DCE e fotos. Por Alexandre Haubrich, editor do blog Jornalismo B:


O que exatamente aconteceu na manifestação de sexta-feira?
Nós entramos na SAE, com a mobilização, cantando palavras de ordem, com as nossas faixas. Solicitamos a presença do secretário Edilson Navarro para poder entregar nosso documento. Antes de o Edilson chegar, o Ádrio sai da sala reservada do secretário, passa pela mobilização, sendo que ele era citado no documento como um dos responsáveis por não viabilizar as urnas eletrônicas. Ele não gostou, se sentiu ofendido, e passou a ofender de maneira desproporcional os membros da nossa chapa, nos difamando, nos caluniando, nos ameaçando. Nós imediatamente nos afastamos dele, porque tínhamos uma orientação clara de não aceitar provocações, justamente para evitar qualquer tipo de factóide que pudesse promover retaliações à nossa chapa.
Momentos antes do roubo de atas
Quais as providências que a Chapa 3 pretende tomar?
O Adrio manifestou publicamente contrariedade à nossa chapa, o que é vedado pelo artigo 40 do Estatuto do DCE, que diz claramente que é vedada manifestação a favor ou contrária a alguma das chapas por membro da Comissão Eleitoral. Feriu o Estatuto do DCE, e feriu o ambiente democrático. Ao provocar nossa chapa e, pior, ter ido depois a uma delegacia, forjado uma agressão, mentido escancaradamente que teria sido agredido por um membro da Chapa 3, criou um ambiente onde ele já está totalmente comprometido, parcializado, contra uma das chapas, não tendo mais legitimidade para ser presidente da Comissão Eleitoral. Por isso nós protocolamos junto à Comissão Eleitoral o afastamento do Adrio de suas funções para que ele não atrapalhe o funcionamento do pleito. Achamos de baixo nível a tentativa de judicializar as eleições do DCE.

E com relação à possibilidade de impugnação da candidatura?
Não fomos notificados oficialmente, nem por email, nem por escrito, nem verbalmente por qualquer membro da Comissão Eleitoral. Vários veículos de comunicação estão repercutindo informações distribuídas pelo próprio Adrio e pela Claudia Thompson, vice-presidente do DCE, dizendo que eu, Rodolfo Mohr, candidato a suplente de coordenação pela nossa chapa, o Gabriel Zatt, estudante de pedagogia, nosso candidato a primeiro tesoureiro, e a Jéssica Nucci, da Geografia, candidata à coordenação geral, estamos impugnados da chapa. Esse é um fato que nos veio pela imprensa, e ao qual nós respondemos que não recebemos notificação formal e que, assim que chegar a nossa chapa, vamos recorrer junto à Comissão Eleitoral e a Justiça. Queremos, em última instância, garantir uma grande votação, chamar os colegas a votar massivamente na Chapa 3, para mostrar que nenhuma eleição na UFRGS vai ser decidida no tapetão, com sabotagem da Comissão Eleitoral a uma das chapas. Nós achamos que a eleição deve acontecer em ambiente livre, democrático.


Em um dos debates entre as chapas, foi denunciado que estudantes do DCE da PUCRS estariam presentes em volta das urnas para intimidar os votantes. Existe preocupação com a segurança no dia da votação?
Já sofri algumas ameaças, já fui cercado e hostilizado por integrantes da Chapa 1, colando cartazes da Chapa 1, com camisetas da Chapa 1. Não dei vazão judicial, apenas notifiquei a coordenação de segurança da UFRGS. São estudantes que não tem vinculação com a universidade, foram orientados a provocar membros da nossa chapa, a arrancar cartazes da Chapa 3. Esse é um temor real. Sabemos que o DCE da PUCRS já entrou na UFRGS em 2008 para ajudar a chapa da qual a atual gestão e candidata como Chapa 1 era parte. Naquele momento houve uma grande mobilização de Centros Acadêmicos, da Comissão Eleitoral e das chapas, eles foram repelidos, rechaçados. Porém, desde que a atual gestão assumiu, em dezembro de 2009, é freqüente a presença, nos ambientes do movimento estudantil da UFRGS, de membros do DCE da PUCRS. Isso assusta porque sabemos que eles têm um histórico bastante pesado. Nós já tomamos as medidas cabíveis junto à coordenação de segurança da Universidade, e temos a orientação de solicitar, e isso está no regimento eleitoral, o nome do estudante, o curso e o número do cartão da UFRGS. Tirando os observadores oficiais e a imprensa, que nós queremos que estejam presentes para fiscalizar o processo, não vamos aceitar que estejam presentes pessoas estranhas ao processo, que se identifiquem com uma das chapas  para intimidar e hostilizar outras.

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Eleições para DCE da UFRGS ameaçadas por gestão atual e comentários sobre Democracia Universitária

No espírito do #eblog e da fraternidade entre blogueiros, publico este interessante e importante artigo de Alex Haubrich, editor do blog Jornalismo B, sobre as eleições para o DCE da UFRGS.

O que se vê no texto não difere muito de outras eleições de DA's, CA's e DCE's pelo país, onde estudantes com interesses nem sempre de garantir a democracia na universidade/faculdade usam e abusam das piores táticas possíveis, emulando, no ambiente universitário, aquilo que há de pior na política nacional.

Corrupção, fraudes, ameaças, intimidação, compra de votos, coleguismo, clientelismo, são todas práticas comuns às eleições universitárias, onde chapas e grupos se degladiam, buscando vencer sem, porém, se preocupar em convencer e em efetivamente realizar uma getão minimamente transparente, democrática e, acima de tudo, respeitando os interesses dos estudantes que os elegeram.

Mudem nomes e local, histórias semelhantes estão por toda parte. E, sejamos honestos, episódios semelhantes independem de posição ideológica dos envolvidos. Os métodos da UJS muitas vezes não diferem das do PSDB/DEM, assim como por vezes o ódio entre a esquerda é tão grande quanto o ódio à direita, o que acaba por resultar em eleições aberrantes onde a direita se une em uma chapa e a esquerda se divide em 5 ou 6.

Tudo isto ainda contribui para o cenário de total apatia e desinteresse por parte dos alunos que, se já apáticos e desinteressados, tornam-se ainda mais avessos à um processo eleitoral longe de limpo e honesto.

Da mesma forma que grupos integristas ou de extrema-direita nem de longe representam os anseios dos estudantes, ou mesmo membros de partidos conhecidos por mandar a polícia invadir campus universitários, grupos viajantes que pregam a revolução através da mobilização de meia dúzia de estudantes soam igualmente ridículos.

Em ambos os casos, perdem os estudantes.
Eleições para DCE da UFRGS ameaçadas por gestão atual
Chapa da situação ameaça processo eleitoral com seguidas tentativas de impugnação e
Alexandre Haubrich, editor do blog Jornalismo B

Se a campanha presidencial de 2010 foi marcada pela baixaria e por polêmicas, a eleição para o Diretório Central dos Estudantes de uma das maiores universidades do sul do país vai no mesmo caminho. Depois de sofrer sucessivas denúncias de corrupção, ameaçar impugnar a candidatura da principal chapa de oposição, a Chapa 3 – UFRGS Pública e Popular, a gestão atual do DCE da Universidade Federal do Rio Grande do Sul tenta agora impugnar o próprio pleito. As eleições começaram nesta segunda-feira, com votações nos dias 22, 23 e 24.

Circulou na imprensa local a informação de que, em uma reunião na noite da última sexta-feira, a Comissão Eleitoral teria aprovado a impugnação da Chapa 3, pois alguns de seus membros teriam agredido o presidente da Comissão, Adrio de Oliveria Dias, durante manifestação na manhã de sexta.

Adrio afirma que foi agredido por integrantes da Chapa 3 com socos e pontapés, tendo registrado, inclusive, Boletim de Ocorrência. Porém, os vídeos da manifestação mostram a saída do estudante com grande tensão, mas sem agressões. O estudante de jornalismo e integrante da Chapa 3, Rodolfo Mohr, um dos acusados de agredir Adrio, garante que o presidente da Comissão não foi agredido, apesar de ter passado hostilizando os manifestantes.

Mais tarde, confirmou-se que a impugnação na verdade não chegou a oficializar-se. Porém, a imprensa local já havia divulgado amplamente a “notícia”, contribuindo para causar confusão entre os estudantes aptos a votar.

Votação começa com confusões, agressões e novas ameaças

O primeiro dia de votação foi tenso. Qualquer pessoa estranha nos entornos das urnas causava expectativa. Mesmo assim, uma grande quantidade de estudantes já compareceu às urnas. Para votar, é preciso apenas o cartão da UFRGS e a senha correspondente.

Dois episódios, porém, tentaram macular o ambiente democrático buscado por três das chapas, a 2, a 3 e a 4. Ligados à Chapa 1, os ex integrantes da Comissão Eleitoral Adrio de Oliveria Dias, Claudia Thompson e Leonardo Pereira teriam ido ao Ministério Público tentar impugnar a eleição. Nenhuma notificação foi recebida por qualquer das chapas concorrentes.

Na urna em frente à Faculdade de Educação (FACED), outro problema. Segundo Nina Becker, estudante de Ciências Sociais e apoiadora da Chapa 3, uma integrante desta mesma chapa foi agredida com um soco por Cleber A. G. Machado, integrante da Comissão Eleitoral indicado pelo Diretório Acadêmico da Computação, ligado à situação. Além disso, ainda de acordo com Nina Becker, Cleber teria quebrado um vidro e rasgado as atas de votação, antes de sair do local preso pela segurança da UFRGS.

Formação da Comissão Eleitoral cercada de manobras

No dia 16 de setembro, os Centros Acadêmicos, responsáveis por garantir as eleições, formaram uma Comissão Eleitoral, que lançou um edital. Duas semanas depois, o DCE chamou nova reunião, na qual a proposta era retificar o calendário acertado no dia 16. Com a presença de 26 CA’s, o DCE se retirou da reunião, para, uma semana mais tarde, lançar um novo edital. Esse edital trazia novas regras, que subiriam os custos da campanha e dificultariam a inscrição de chapas maiores, como a 3. Por exemplo, a necessidade da presença de todos os integrantes das chapas no momento da inscrição e a obrigação de registrar todos os documentos de identidade dos apoiadores em cartório.

Mas o ponto mais polêmico defendido pela atual gestão do DCE era a votação pelo site da UFRGS, considerada insegura pela própria Reitoria da Universidade, por permitir que qualquer estudante votasse com a senha de outro. Além disso, o Estatuto do DCE prevê que o votante precisa apresentar um documento e assinar lista presencial. Caso a eleição ocorresse via internet, o temor é de que qualquer estudante vinculado a UFRGS poderia recorrer a Justiça e impugnar o pleito. Um acordo, por fim, uniu as duas comissões eleitorais e definiu a eleição por urna eletrônica, como na disputa pelo cargo de reitor.

A gestão do DCE, porém, mudou de ideia, e voltou a defender que o processo se realizasse via internet. A Reitoria da Universidade se demorava a liberar as listas de estudantes matriculados, impreterível para que a eleição fosse realizada, e uma manifestação foi convocada pela Chapa 3 para a última sexta-feira, na Secretaria de Atendimento Estudantil. O protesto reuniu cerca de 100 estudantes. Confirmada, enfim, a liberação das listas, Adrio, citado como um dos obstáculos para o processo eleitoral em um relatório que os estudantes pretendiam entregar, saiu pelo meio dos manifestantes.

Impugnação não foi comunicada oficialmente

Já no sábado, Rodolfo afirmava que a notícia da impugnação da candidatura poderia ser apenas um factóide, apenas mais uma manobra. A medida não foi comunicada oficialmente a Chapa 3, foi apenas vazada para a imprensa local. Para Rodolfo, seria mais uma forma de confundir os estudantes. “Mais uma” porque, no site da Comissão Eleitoral, os números das chapas 2 e 3 estão invertidos, segundo Rodolfo, deliberadamente.

Iur Priebe de Souza, um dos coordenadores da campanha da Chapa 2, critica as atitudes da Comissão Eleitoral e da atual gestão: “Estão querendo impugnar uma chapa por fatos que nem foram apurados. Isso é um abuso. Essa judicialização do processo é ruim para os estudantes. Precisam ganhar com programas e projetos, é isso o que tem que ser discutido”, afirma.

Gestão marcada por acusações de corrupção

No meio do ano, o advogado da atual gestão do DCE, Regis Coimbra, denunciou apropriação indébita de R$ 5 mil da entidade, pelo presidente Renan Pretto e o diretor de Relações Institucionais, Marcel van Haten. A investigação dos Centros e Diretórios Acadêmicos que se seguiu à denúncia apontou ainda outras irregularidades, como o favorecimento de amigos e familiares dos membros da gestão e remuneração desses mesmos membros, o que é vedado pelo Estatuto do DCE.
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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Skaf e o Socialismo Empresarial ou Porque Pagar pela USP

Político brasileiros costumam procurar caminhos mais fáceis para tudo. Raramente atacam problemas, mas dão a volta, esperando que o problema se resolva "naturalmente" ou, ao menos, que este seja esquecido.

Medidas paliativas são diferentes de medidas que visam apenas esconder as desigualdades.

Cotas para negros são paliativos emergenciais que devem ter prazo de validade, o problema real é a exclusão social. Outro problema é o da educação de base, é um paliativo garantir aos poucos que conseguiram terminar a escola um lugar na universidade, mas o problema principal está na escola básica.

Deve-se, no longo prazo, investir no ensino básico, em política de inclusão desde a infância, em inclusão social, em renda... De fato, o governo atual vem dando alguns passos - ainda que tímidos - nesta direção.

No geral, o governo Lula já fez mais do que qualquer outro governo anterior. Mas é pouco. Falta ainda um projeto de longo prazo que busque efetivamente diminuir as desigualdades mais profundas.

Não deveria surpreender à ninguém que um empresário voraz como Paulo Skaf defenda que até mesmo uma universidade pública seja paga. Os DemoTucanos defendem o mesmo desde sempre. Assim é a direita, só estuda quem pode pagar. Aos pobres cabe a resignação. Que trabalhem duro para saírem da merda!

Como Skaf está no PSB, um partido que, ao menos no nome, é Socialista - o que não quer dizer muita coisa, vide o PPS -, resolveu amenizar o discurso: Tem que pagar pra estudar, mas só quem pode pagar.
O empresário Paulo Skaf disse, na convenção do PSB paulista que oficializa sua candidatura ao governo de São Paulo, que pretende fazer com que alunos da USP (Universidade de São Paulo) que tiverem condição financeira, paguem para cursar a universidade.

"Na hora de entrar na USP, quem estuda? Filho de rico ou filho de pobre? Quem pode pagar, deve pagar sim", afirmou.
A idéia inicial é ridícula, mas denuncia uma característica comum nas universidades públicas: De fato, a maior parte dos que nela estudam são os que vieram de escolas particulares, são da classe média e, em teoria, poderiam pagar por uma universidade particular. Salvo algumas exceções, as públicas são, de fato, as melhores.

Mas, Skaf ataca apenas o problema momentâneo, o agora. E, obviamente, não resolve problema algum.

Se é verdade que os mais ricos por vezes são os que tem maior acesso às universidades públicas, também é verdade que cobrá-los não vai fazer diferença ALGUMA aos que não tiveram condições de chegar lá. No que cobrar quem pode pagar fará com que quem não pode chegue até a universidade?

Fazer com que os ricos e os nem tão ricos paguem - já temos outro problema, quem irá pagar? Qual o critério? - apenas resolve o problema posto por um capitalista voraz: O de teoricamente fazer o Estado não ter "prejuízos" ao dar algo de graça: Educação. É o Estado mínimo de uma forma ou de outra.

No fim das contas, os filhos dos ricos continuam no mesmo lugar, os pobres idem. Os pobres continuam fora da universidade, mas os ricos passam a pagar por ela. É a mais pura lógica capitalista: Manutenção das eternas desigualdades e Estado sem qualquer responsabilidade, sem qualquer presença. É o primeiro passo para a privatização final do ensino.

Os ricos permanecem usufruindo da qualidade superior de ensino, não dão "prejuízo" ao Estado, e os pobres continuam no limbo, de onde jamais deveriam ter saído. Mas, quem sabe, não ganhem uma vaguinha cativa nas empresas ligadas à FIESP?

Uma idéia tão inteligente só poderia ter vindo do mais novo socialista da praça, o mais novo adepto do Socialismo Empresarial, algo tão tosco que só poderia ter vindo do casamento entre um líder do empresariado e um partido cujo "Socialismo", pelo visto, fica só no nome.

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terça-feira, 15 de junho de 2010

O inferno da "experiência", ou a exigência impossível

Imagino que todos já tenham passado por isto, especialmente quando se busca o primeiro emprego, um estágio ou simplesmente um emprego ao sair da faculdade (não necessariamente o primeiro, mas o definitivo, o relevante).

Falo da "Experiência", a maldita experiência que algumas empresas e ONGs adoram exigir e que muitas vezes não conseguimos acreditar que algum ser humano possa ter as qualificações desejadas.

Das duas uma, ou a empresa não quer contratar ninguém e abre a vaga só de pirraça, molecagem, ou então usa esta exigência absurda como filtro - apenas quem esteja perto do exigido se candidatará.

Em ambos os casos temos, pelo menos, uma tremenda falta de respeito, especialmente com quem está saindo da faculdade ou está me busca do primeiro emprego, de um bom estágio.

Vale, antes de mais nada, lembrar que exigir mais de 6 meses de experiência é ilegal! Mais uma das leis que não "pegam" no Brasil.

Como em tantos setores no Brasil, no mercado de trabalho existem leis que não pegam. A que proíbe exigir mais de seis meses de experiência é um exemplo.

“A empresa vai contratar a mesma pessoa que ela iria contratar anteriormente. Alguém que provavelmente tem cinco, seis ou sete anos de experiência”, diz Max Gehringer.
Aliás, o cúmulo da falta de noção e empresa oferecer estágio pedindo experiência! Gente, "comofas"? O objetivo do estágio não é exatamente o de aprender, de começar do zero, de dar chance à um universitário começar?

Eu não coloco aqui exemplos de empresas e suas esdrúxulas exigências para não ser processado mas já encontrei oferta de estágio exigindo 1 a 2 ano de experiência em determinada área.

Vejamos, o universitário então deveria ter trabalhado quando criança para conseguir chegar ao padrão exigido por esta magnífica e socialmente interessada companhia! Apologia do trabalho infantil, talvez?

Não é incomum encontrar exigências de até mais que 4 ou 5 anos de experiência em determinada áre, isto quando não pedem Doutorado, PhD e o escambau! Campeãs nestes tipos de exigências estão as agências da ONU, como Acnur e afins, que jamais sonhariam em exigir menos que meia vida de um indivíduo como experiência.

Neste ponto eu me pergunto, será que uma pessoa com 500 anos de experiência, mas uma cabeça feita, um padrão de ações, uma mentalidade formada e dificilmente maleável é realmente melhor para uma empresa - ou uma ONG - que alguém novo, recém-saído da Universidade, com novas idéias, uma nova cabeça e que será moldado por esta empresa (ONG), trabalhará exatamente como ela quer, pois não terá qualquer modelo anterior?

Qual é o grande problema em se tomar um mês, dois meses quiçá, ensinando alguém novo e entusiasmado numa função? Qual a grande dificuldade em ensinar, integrar, dar oportunidades?

Outra coisa que surpreende bastante é que boa parte das instituições mais exigentes, mais difíceis de se entrar e de se estar à altura do exigido para os cargos são as ONG's! Exatamente àquelas que lutam por igualdade, integração social e etc são as que mais discriminam na hora de contratar.

As ONG's, por si só, são difíceis de entrar, são uma panela, vale o "quem indica" mais do que a qualidade do candidato. É como um grupo fechado onde só os que tem bons contatos, amigos em comum ou indicação "de cima" são aceitos.

Chego a pensar que as exigências absurdas são apenas uma maneira de manter o grupo fechado, ou seja, entra quem é indicado, para os de fora valem as regras draconianas e quase sempre impossíveis.

Enfim, não surpreende que no mundo das ONG's muitos se conheçam, migrem de uma para outra e os mesmos rostos sejam frequentes. Difícil você lançar 5 nomes num grupo de ongueiros e estes não conhecerem pelo menos 2 ou 3... ou até todos!

Mas o problema da "experiência" é geral. As empresas, Ong's, enfim, o mercado de trabalho, prefere dar espaço para quem já está há anos e fecha as portas para quem está começando, não surpreende que a taxa de desemprego seja muito maior entre jovens que querem entrar no mercado de trabalho do que entre quem já está ha algum tempo na estrada, e a taxa continua a crescer!

Não seria hora de repensar o modelo? Não seria hora do governo começar a efetivamente fiscalizar esta exigência absurda de larga e longa experiência? Não seria hora, enfim, do governo incentivar, seja pelos meios que forem, a contratação de jovens que querem se inserir no mercado de trabalho mas encontram as portas fechadas até para simples estágios?

Aliás, é hora, sem sombra de dúvida, para as empresas repensarem sua maneira de contratar e agir. Não há qualquer sentido na constante troca de cadeiras entre as mesmas pessoas, o nomadismo de meia dúzia de indivíduos qualificados enquanto todo o resto do mercado de trabalho luta lá embaixo para conseguir ao menos se inserir.
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domingo, 29 de novembro de 2009

Eleições DCE-USP, falência da Esquerda e o Fascismo: Resultados [Update]

Me chega por e-mail o provável resultado das eleições para o DCE da USP. Eis que ao menos tivemos uma boa notícia, a Chapa Fascista conhecida como "Reconquista" perdeu para a chapa comandada pelo PSOL por uma diferença de 55 votos.

Os resultados finais foram:

"Pra transformar o tédio em melodia" (Romper o Dia[PSOL] e independentes) -2500
"Reconquista" (direita antigreve) - 2445
"Nada será como antes" (PSTU) - 1868
"Todo Carnaval tem seu fim" (PCB) - 1608 (outras fonte dão 1602 votos)
"Poder Estudantil" (MNN e POR) - 389 (outras fonte dão 390 votos)
"Respeitável Público!" (alguns estudantes da EACH) - 171 (outras fonte dão 172 votos)
"Amanhã vai ser outro dia" (PT e PCdoB) - 109 (outras fonte dão 121 votos)
"AJR" (PCO) - 50 (outras fonte dão 49 votos)

Brancos - 41 votos 
Nulos - 126 votos


O resultado, ainda que favorável à democracia Uspiana, demonstra a completa fragmentação das esquerdas e o fortalecimento da direita fascista, ligada ao Tucanato, aos Democratas e anti movimentos de apóio às reivindicações legítimas dos trabalhadores da USP e estudantes.

Pipocaram denúncias de fraudes, de violação de urnas, especialmente me São Carlos, mas no fim a contagem e recontagem foram feitas e o resultado final coloca um ponto final na tentativa da direita de tomar a USP.

Aguarda-se agora apenas o anuncio oficial da chapa vencedora.

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Cabe um adendo: Em momento algum defendi ou defendo fraudes para se vencer uma eleição. Este modus operandi, aliás, é típico da USJ/PCdoB e eu mesmo já fui vítima deste tipo de tática stalinista.

A situação da USP é terrível, de um lado a possível fraude - negada pela chapa vencedora - e do outro a possibilidade de fascistas ganharem as eleições e tornarem o ambiente Uspiano ainda mais inaceitável.

Ambas as escolhas são péssimas. Fraude e sectarismo estúpido da Esquerda versus chapa fascista entreguista.
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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Eleições DCE-USP, falência da Esquerda e o Fascismo



O vídeo acima é da chapa "Reconquista USP" que concorre ao DCE da instituição e, ao que tudo indica, tem fortes chances de vencer.

Ouçam a música, vejam os chamados e tentem não enjoar.

Vejam os absurdos da chapa no Twitter e em seu site.

Dentre as propostas, coisas tão sérias e importantes para a comunidade Uspiana quanto a instalação de telões para que sejam assistidos os jogos do Brasil na copa de 2010 ou a odiosa defesa da presença ostensiva da PM no Campus universitário.

O ponto central da defesa da chapa passa pelas greves e manifestações na USP: São contra. Defendem a inação, a inércia ou a mera compactuação com a direção. Grevista é marginal e ponto final.

Não surpreende que os membros da chapa se declarem apartidários, mesmo tendo o apóio dos Tucanos da USP explícito e declarado.

Vejam que todo grupelho proto-fascista se vale dos mesmos argumentos de apartidarismo mas, no fim, costumam se alinhar ideologicamente com DemoTucanos e afins - quando não algo pior.

É batata, se alguém declarar que sua chapa é totalmente apartidária, observe bem as propostas e propagandas e logo qualquer um chegará à conclusão de que tal grupo é fascista e, obviamente, tem medo de se declarar abertamente.

Mas, e quanto às causas que levam tal grupo às portas da vitória?

Em um primeiro momento ficamos apavorados com a possibilidade de um grupo de forte viés fascista ter a real possibilidade de vencer em eleições que costumam ser levadas pela Esquerda - seja pelo forte apóio ou simplesmente pela falta de interesse da maior parte dos estudantes em votar -, mas em uma análise mais profunda vemos que, na verdade, o que existe na USP - e pelas universidades afora - é o sectarismo franco e aberto das alas à esquerda e um desânimo gritante da maior parte dos estudantes em sempre se verem num joguinho de chapas e partidos que nunca os levam à nada.

A chapa em questão, a "Reconquista", não vencerá porque os alunos acreditam em seu programa de extrema-direita ou em seus slogans. A possível vitória se deve, por outro lado, à falta de idéias novas do lado da esquerda.

Mas eu iria além, se deve não só pela falta de idéias, mas pela constante repetição de slogans pseudo-revolucionários por grupos que não conseguem agregar nem 500 pessoas e acreditam piamente que irão conseguir fazer a revolução e tomar o poder no Brasil.

Falta pé no chão e propostas que realmente digam algo para a USP. A falência das correntes de Esquerda e o consequênte desânimo dos estudantes são a força que precisa uma chapa fascista, mas que traz algo novo, por pior que este "novo" possa ser.

Não basta querer barrar esta chapa nociva para a USP, para o ambiente acadêmico e para o país, é preciso barrá-la com argumentos, unidade e propostas sérias e não a velha ladainha pseudo-revolucionária de que vamos resolver todos os problemas do mundo se votarmos na chapa do PCdoB ou na do PT.

Enquanto a Esquerda se degladia e mingua, a direita se fortalece e ameaça.

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Para mais informações sobre o assunto, vale a visita ao Blog do João Villaverde que trata da divisão das esquerdas na USP.
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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Protesto contra a UniTaleban



Protesto realizado em frente a Universidade Bandeirante de São Paulo em São Bernardo do Campo por entidades de classe, repudiando a expulsão da estudante Geisy Arruda após o episódio de hostilidade promovido por centenas de estudantes em decorrência da roupa utilizada pela aluna.

Vejam fotos do protesto no CMI: LINK

Estavam presentes organizações Feministas, a Marcha Mundial das Mulheres, a UNE, ANEL, partidos políticos e organizações classistas, além de jovens, idosos e estudantes, todos demonstrando seu repúdio contra a Universidade (sic) fascista, intolerante e machista.

Pior de tudo são os "estudantes" defendendo a UniBan, uma das 10 piores universidades do país, se dizendo preocupados com seus diplomas e seus futuros... Como se um diploma da UniBan valesse de alguma coisa e houvesse futuro em meio à tanta intolerância.

Se estes imbecis representam o futuro do país, continuaremos por mais 500 anos esperando chegar o futuro prometido, que nunca vem.

Doloroso ver mulheres defendendo a instituição, defendendo o ataque contra outra mulher, as ameaças de estupro, a violência de gênero.

Vídeo da Folha de São Paulo:




Vídeos amadores:








Por fim, segue link da minha entrevista sobre a UniBan para a France 24h (em inglês).
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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

UniEsquina - UniBando - UniTaleban - UniBan


O que vimos na UniBan, a perseguição, as ameaças de estupro, a humilhação, a violência cometida contra uma estudante pelo tamanho do seu vestido - muito mais comportado do que muitos que já vi na PUC ou USP, por exemplo - não é algo típico do Brasil, ou não deveria ser. Mas, no Afeganistão, Arábia Saudita ou na Europa Medieval, seriam lugar-comum.

Basciamente, nos equiparamos ao atraso, ao fanatismo e à intolerância.

Vemos claramente a diferença entre ambientes genuinamente acadêmicos - de tolerância, concordância, de debates e troca de idéias, por mais que hajam seus percalços naturais -e o ambiente de uma empresa que se diz escola.

Artigo completo no Trezentos
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sábado, 7 de novembro de 2009

UniEsquina - UniBando [Update]



Contra toda a decência, honestidade e respeito à digniddade humana, a UniEsquina Uniban, retrato da educação (ou da falta de educação) de péssima qualidade e da privataria do setor, EXPULSOU a aluna Geisy Arruda, a mesma que foi atacada, agredida, torturada e quase violentada por marginais travestidos de alunos da Universidade (sic) Bandeirantes que, até em seu nome, transpira a desonestidade e o viés criminoso.

Até mesmo a UNE, conhecida por seu descaramento, descompromisso com a verdade e inércia - agem apenas na hora de fraudar eleições e manter o PCdoB/UJS no poder -  se mostrou escandalizada com o episódio de violência animalesca na UniBan contra uma estudante que cometeu o crime de desagradar aos Talibans de plantão com seu vestido.








Mas eu iria além, não se trata apenas de "violência sexista", os ataques à estudante, mas de um crime contra a humanidade, contra a pessoa humana. A estudante foi ameaçada de estupro, foi perseguida, humilhada e psicologicamente torturada em um ambiente que, em um país decente e não sucateado, seria de concordância, discussão, debate de idéias e, acima de tudo, de respeito.

Como no país, educação é uma mercadoria - UniBan, Uninove, Unip, Anhanguera, Universo e outras maravilhas por aí comprovam - e do mais baixo valor agregado, não surpreende que a expulsão da estudante tenha virado peça publicitária. É desta forma, agindo como uma instituição tipicamente fascista, que a UniBan espera se promover e atrair mais oficiais da SS, ops, estudantes.


No anúncio publicitário, entitulado ' A educação se faz com atitude e não com complacência' a universidade diz que tomou a decisão após uma sindicância interna constatar que a aluna teve uma postura incompatível com o ambiente da universidade, frequentando as dependências da unidade em trajes inadequados. Para a Uniban, Geisy provocou os colegas ao fazer um percurso maior que o habitual, desrespeitando princípios éticos, a dignidade acadêmica e a moralidade.
A postura incompatível foi... Se vestir como qualquer brasileira o faz, com um vestido que, para os Talebans, parecia curto. Estes mesmos Talebans são os mesmos que, senão virgens incapazes, babam pelas mulheres que dançam com roupas sumárias nos programas da TV aberta. Na verdade, estamos falando de criminosos que ameaçaram uma mulher por sua escolha de como se vestir, que demonstraram o caráter da sociedade brasileira, machista, ultrapassada.

A desculpa da "moralidade" usada pela UniBan acaba por desmascarar seu caráter de instituição incapaz de ser chamada de "educacional". Trata de uma "dignidade acadêmica" que não possui e jamais possuirá. O nível ou desnível educacional de suas instalações, agora, casa perfeitamente com suas atitudes e a de seus delinquentes.
A universidade afirma ainda que foi constatado que "a atitude provocativa da aluna resultou numa reação coletiva de defesa do ambiente escolar". Ainda assim, o conselho superior declarou na nota que suspendeu temporariamente os alunos envolvidos e identificados no incidente. A Uniban também criticou o comportamento da imprensa na cobertura do caso. Segundo a universidade, a mídia perdeu a oportunidade de contribuir para um debate 'sério e equilibrado' sobra ética, juventude e universidade.
Quase não dá para comentar o parágrafo acima sem engasgar ou sentir vontade de processar até o último dos criminosos, tanto os que atacaram Geisy quanto os criminosos travestidos de professores e diretores da instituição pseudo-educacional.

Geisy provocou a reação violênta e desproporcional por estar com um vestido curto, tão pouco comum no Brasil. Comum, na verdade, é a atitude criminosa dos estudantes que a atacaram para "defender o ambiente escolar" (sic).

Em minha humilde opinião, a UniBan deveria ser imediatamente fechada pelo governo brasileiro e paulista, sua direção deveria ser criminalmente processada pelo episódio absurdo de violência contra uma aluna e por concordar com as atitudes criminosas, por ser conivente com o crime e todos os que participaram do ato de quase linchamento e humilhação da estudante deveriam ser presos por cometer crimes contra a dignidade humana.

A Uniban deve sumir do mapa. Sue ensino já não existe - nunca existiu - e sua instalação física deveria ser demolida.

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Abaixo-Assinado contra a Uniban:

To:  UNIBAN (Universidade Bandeirantes)
Os subscritores abaixo vem manifestar total repúdio à postura da UNIBAN, unidade São Bernardo do Campo/SP, ao optar pela expulsão da estudante Geisy Arruda por ela ter, supostamente, usado vestimenta que atentou à moral e bons costumes (veja reportagem sobre o assunto em http://bit.ly/I2OX2 e http://bit.ly/2UJsS)

Não obstante a autonomia da entidade de ensino em elaborar regras disciplinares para o corpo discente, a postura da entidade demonstra perfil autoritário e contrário às conquistas dos Direitos e Garantias Individuais do cidadão, o que não coaduna com a atitude esperada de entidade privada que possui a delegação de obrigação de serviços públicos, devendo, portanto, estar sujeita aos mesmos compromissos éticos da Administração Pública.

O ambiente universitário deve pautar-se pela debate amplo e defesa incondicional da liberdade de seus alunos, obrigando-se a repelir de forma imediata qualquer intenção de atentado à dignidade da pessoa ou outras formas de humilhação, como é o caso em que se viu envolvida a aluna Geisy. Ademais, a nota de esclarecimento sobre a infeliz expulsão somente confirma a conduta preconceituosa da universidade que, no mínimo, está ausente de moralidade.

A expulsão envergonha os subscritores desse manifesto, e coloca em cheque os princípios basilares do Estado Democrático de Direito. Portanto, deve ser registrado que a opção da Uniban é fato isolado e contraria a todos nós.

Desejamos que fatos como esse sejam sempre lembrados como exemplos de involução cultural da sociedade, para que nunca mais se repitam.
Sincerely,
The Undersigned

ASSINEM! 
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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A animalidade na UniEsquina [Update]

O Nassif deu a deixa e, como não poderia deixar de ser, dou meus pitacos e acrescento minha revolta.




Por mais que eu tenha ficado revoltado, não fico surpreso. Não sei se a culpa é do país, por ser uma vergonha, ter um ensino indecente e uma falsa moralidade absurda e deturpada, ou se a culpa é da UniEsquina, conhecida como Uniban que, por sua qualidade (sic) não poderia ter nada além de vândalos e animais em seu interior.
Em pleno Século 21 uma mulher é tratada desta forma dentro de uma universidade. Xingada e escorraçada, apenas por estar vestindo uma roupa curta, precisando de proteção policial para não ser agredida fisicamente.
Eu diria mais, em pleno século XXI, com todas as obviedades já explicitadas pelo Nassif e, ainda mais, em um país onde a TV faz aberta apologia à nudez feminina, é simplesmente inaceitável - e o seria mesmo sem a super-exposição e abusos cometidos pela TV contra as mulheres - que uma mulher seja tratada de forma animalesca, sendo humilhada e ofendida pela roupa que usava, que alguns puritanos consideraram "imprópria", "curta".

É direito de qualquer um achar ou deixar de achar uma roupa imprópria, a questão é ofender, agredir alguém pelo seu jeito de se vestir e cometer os atos de selvageria como vimos dentro da Uniban.

Para piorar, o PIG faz coro, estampa em suas manchetes o machismo e o preconceito típicos da elite que criaram um monstro. No G1, a manchete: "Aluna com pouca roupa provoca tumulto em universidade e vídeo cai na web". O puritanismo e a falta de noção de afirmar que a aluna estava com "pouca roupa". O que seria isto, quem decidiu o que é muito ou pouca roupa? E, o pior, é ainda afirmar que a aluna foi a responsável pelo tumulto e não os vândalos da UniEsquina que a atacaram covardemente.

Culpa-se a vítima enquanto escapam os animais. A culpa é de quem usa roupa curta, como se no Brasil isto fosse um crime ou incomum ou, para piorar, como se alguém tivesse o direito de apontar o dedo! Estes mesmos moralistas devem ser os que assistem o "Caldeirão do Huck" ou o tosco "Brothers" e sonham com as mulheres que se mostram nos programas ou, ainda, as mulheres devem ser as mesmas que sonham em ter aqueles corpos para usar as roupas sumárias das "ajudantes de palco". Enfim, são falsos.

A UniEsquina, além de não se retratar pelo comportamento animal de seus alunos (sic), ainda faz uma cruzada para proibir a circulação dos vídeos, não porque isto seria uma forma de defender a aluna ofendida, e sim para defender a reputação (sic) da instituição de ensino (sic).

Para piorar, vejam uma coleção de absurdos ditos por dois alunos (sic) da douta instituição:
- A roupa era inadequada ao local. Ela sAbia que estava em ambiente educacional - disse Cláudia Cristina dos Santos, estudante de Educação Física, 37 anos.

O estudante de Educação Física, Elias Alves, 19 anos, criticou a atitude da menina.
- Não foi uma decisão sábia e, pelo que eu me lembre, nem fazia calor. Ela poderia ter evitado toda a confusão.

Os moralistas de plantão assumiram que a roupa era inadequada, logo, era justificado humilhar a garota.

Ela merecia ser xingada, humilhada e ser praticamente  expulsa de sua faculdade porque sua roupa desagradava à meia dúzia de pseudo-moralistas que se sentiam no direito da fazer o que bem entendessem.

Por fim ainda a culpam, a causa da confusão; Foi sua escolha, seu guarda-roupa e não a animalidade dos presentes que, sem ter o que fazer - compreensível em uma UniEsquina como a Uniban - , resolveram atacar alguém que estava somente no lugar errado e na hora errada - ou melhor, apenas alguém que estava passando sem qualquer problema e foi pega para cristo.

São estes estudantes (sic) o nosso futuro. São estas UniEsquinas que ensinam (sic) os nossos filhos. E é isto que nos ensinam. Intolerância, desrespeito, animalidade.

Simplesmente vergonhoso e lamentável, mas o nível educacional e cultural do país não escondem nossas mazelas, nossa realidade; Não surpreende. A baixíssima qualidade da TV e dos meios de comunicação em geral não surpreendem. É algo simplesmente esperado, uma explosão de falso-moralismo que é lamentável, repreensível... mas jamais inesperado.

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Eu não havia lido a matéria da Folha de são Paulo - finalmente uma que se salva - sob o incrível e irretocável título de "Taleban na Faculdade" e não posso deixar de me impressionar. O nível das ofensas, de todos os lados, foi absurdo. Professores (sic), o coordenador do curso, os demais alunos (sic) tratando uma garota como puta, ameaçando estuprá-la! Seguranças da faculdade atacando a garota que cometeu o crime de usar um vestido para sair em um ambiente repleto de marginais, de debilóides virgens que nunca viram uma mulher - e esero que jamais vejam.
Foi aí que todos os alunos abandonaram as aulas e se aglomeraram numa multidão que ameaçava invadir a sala onde a garota havia se escondido, aos gritos de "puta, puta!". Homens e mulheres se juntaram para xingá-la. Foi preciso que um grupo de policiais militares entrasse no prédio para evitar que a menina se tornasse a protagonista de um gang bang forçado.

Vandalismo puro com porta sendo arrombada, com PM precisando usar spray de pimenta para afastar os marginais que queriam atacá-la.

Isto demonstra o lixo que é a educação no nosso país, o nosso (des)nível cultural, nossa inveja escancarada da Arábia Saudita - sim, pois o episódio lamentável da Uniban não deixa a desejar frente ao que acontece na Arábia Saudita.

Resta à Uniban ser processada pelo descontrole de alunos e, especialmente, funcionários, e estes devem ser duramente punidos pelas ameaças, pela tortura psicológica e pela violência com a qual trataram uma aluna inocente, violentada, humilhada, abusada.

"Esse episódio serviu pra mostrar a verdadeira face de boa parte da sociedade brasileira, extremamente machista, retrógrada, conservadora e hipócrita, e mostra como nossa sociedade precisa ainda de avanços para que as mulheres conquistem uma verdadeira igualdade, de direitos, de dignidade, de cidadania....

No Brasil muita coisa é velada, e esse episódio mostrou mais um grande problema social velado neste país." Mariana Parra
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quinta-feira, 23 de julho de 2009

UNE: A vergonha do Movimento Estudantil


Depois do meu artigo sobre a (o) ANEL, relutei em escrever algo sobre a UNE, imagino que minha posição já tenha ficado clara: Completo rechaço à esta organização controlada pelos vendidos da UJS/PCdoB.

Além disso o Hugo Albuquerque no Descurvo já havia escrito um artigo interessante sobre o assunto mas a nota que posto ao fim deste artigo me fez perceber que teria que escrever algo.

O Noblat causou polêmica ao chamar o novo presidente da UNE, o Augusto Chagas - claramente um "estudante profissional" e oportunista de primeira grandeza - de Néscio. Nada contra a crítica, na verdade, assino embaixo, o problema foi a origem da crítica, o Noblat, e o fato desta ter sido direcionada à "cara" do sujeito, ou seja, uma análise que, ainda correta, o é pelas razões erradas.

Obviamente o resto de seu post é descartável, me limito a analisar a parte relevante, a crítica ao novo presidente da UNE. Não há problema em receber verba do governo, da petrobrás ou outra estatal, O Globo, jornal do colunista também recebe e ai de quem falar qualquer coisa.

Tampouco se opor à CPI da petrobrás é problemático, é a posição correta! A coisa começa a complicar com Sarney, pela resposta evasiva e acaba de vez quando vem a questão da sucessão. Sou estudante e ninguém me perguntou se eu apóio a Dilma. A UNE diz que eu apóio.

Não se pode formar uma opinião sobre alguém meramente por olhar a cara, algo que o Noblat deveria ter em mente, especialmente depois de, no Twitter, ser chamado por um perfil fake da Nair Bello - mas deveras divertido - de Glória Menezes por sua foto.

Mas, voltando à UNE, a organização está falida. Este novo presidente é o décimo seguido que o PCdoB impõe e, o método de se perpetuar no poder todos do Movimento Estudantil conhecem bem: Fraudes, Intimidação, Ameaças e Roubo (de urnas, de votos, de listas, etc).

Uma organização que diz representar os estudantes, na verdade, não representa nem uma ínfima parcela ou melhor, não representaria, caso as votações fossem limpas e justas.

O Hugo deu a deixa:
"UNE deveria servir para a representação dos estudantes. Não está servindo. Ela representa os interesses de uma agremiação partidária."
E eu vou mais além, a UNE não só não representa os estudantes como ainda os prejudica.

Prejudica pois passa adiante a imagem de que todo estudante defende incondicionalmente o governo Lula, que todo estudante votará em Dilma, que todo estudante defende a reforma universitária e o ProUni (eu, por exemplo, sou contra a Reforma e defendo parcialmente o ProUni, que precisa ser modificado para não financiar UniEsquinas) e, finalmente, que todo estudante concorda com o aparelhamento completo da entidade com o governo.

A UNE se tornou acrítica, se tornou fio condutor das políticas governamentais. O problema não é a UNE concordar com algumas políticas e sim ter virado um braço do governo e declarar seu apóio incondicional, aliás, baseado em fraudes e numa liderança ilegítima.

Miguel do Rosário que me desculpe mas não são apenas os "anti-Lulistas" que criticam a UNE, como este afirma em seu artigo sobre a entidade.

Existe sim um problema, e um grande problema, que uma entidade estudantil defenda "sem hesitação" o governo Lula.

- Primeiro porque ela é ilegítima;
- Segundo porque adota um posicionamento acrítico e;
- Tterceiro porque não discute abertamente as propostas do governo, se limitando a repetir o mantra como se fosse braço, ministério ou secretaria governamental.

A desculpa da mídia, da perseguição, da propaganda contrária e tudo mais contra Lula não eximem a UNE de críticas, e duras críticas. Ambos, PIG e UNE são condenáveis em diversos aspectos.

Gostaria ainda de comentar outra parte da crítica do Miguel:
"Outra crítica recorrente é a de que o PcdoB “aparelharia” a UNE. Ora, essa é a que me irrita mais. Querem o quê? Que a UNE, uma entidade política, com fins políticos, contrate quadros “técnicos” para suas diretorias? Tenham dó! Se o PcdoB ganha as eleições, ele tem o direito, adquirido democraticamente, de nomear quem desejar para as funções"
Errado, meu amigo. O PCdoB não foi democraticamente eleito. E, mesmo que em um mundo paralelo as fraudes do partido fossem legais e corretas, aparelhar uma organização estudantil À um governo é criminoso. A UNE e qualquer outra organização deve ter liberdade de ação, deve pensar livremente e saber criticar tanto quanto elogiar. Aparelhar significa não ter crítica, não ter opinião e obrigatoriamente dizer "amém" à tudo que vem de cima. Isto não é a UNE. Ou melhor é a UNE do PCdoB.

Desde o começo dos anos 90 que a UNE é dominada por apenas um grupo, a UJS, juventude do PCdoB. Sempre usando as mesmas táticas lamentáveis, sempre impedindo que haja real democracia na organização.

Graças à este tipo de posicionamento que a UNE não só não representa mais os estudantes como também rachou. Por mais que a Conlute tenha sido sectária e a ANEL também o seja (além de piada pronta), é um indício preocupante de que algo está muito errado no Movimento Estudantil.

A ANEL é uma organização sectária mas conta com ao menos um grupo que sempre teve força dentro da UNE, o PSTU, e provavelmente ainda existam outros grupos menores por lá que, todos eles, não encontravam espaço na estrutura da UNE, não encontravam voz e eram constantemente intimidados e roubados.

A UNE vem paulatinamente cavando sua própria cova. Não é nem sombra do que foi um dia, da grande organização de combate à ditadura, de luta dos estudantes, de reivindicação e posições fortes. Hoje é fio condutor, responde à ordens vindas de cima, é controlada por patricinhas, estudantes profissionais, hipócritas, proto-políticos e fraudadores.

Rachou, faliu.

Abaixo, a nota que menciono no começo do post de quem conheceu o Chagas, estudante profissional. Antes de mais nada que fique claro que não faço parte ou apóio a LER-QI, organização do autor da nota.

A atual presidência da UNE expressa seu caráter anti-lutas

É de causar arrepios a quem estudou na UNESP entre 2003-2005 ver a eleição de Augusto Chagas para a presidência da UNE. Augusto foi coordenador- geral (o que equivale à presidência) do DCE “Helenira Rezende” da UNESP/FATEC em 2004, mas não completou sua gestão, pois foi expulso desta entidade pelos estudantes.

O movimento estudantil da Unesp tem um histórico de lutas em defesa da educação pública e em 2004 isso esteve presente na radicalizada greve estudantil que, em alguns campi, chegou a durar 81 dias junto a funcionários e docentes. Ao final de 2003 os estudantes faziam eleição para o seu DCE e foram surpreendidos na apuração em seu Conselho de Centros Acadêmicos (CEEUF) com a presença de novos centros acadêmicos que não costumavam participar. A apuração foi feita na marra mesmo com urnas constando mais votos nas urnas do que de votantes registrados e até de estudantes matriculados (!).

No entanto, em 2004 também tinha início as discussões sobre a reforma universitária do governo. Os estudantes votaram em seu congresso, conselhos e assembléias a posição contrária a Reforma Universitária do governo Lula, defendiam uma proposta que contra o PROUNI que beneficia os donos do ensino privado (do PROUNI) estas vagas deveriam ser criadas na rede pública de ensino.

Enquanto os estudantes votavam resoluções de oposição aos governos tanto o estadual tucano e o federal petista, éramos surpreendidos por falas de “nosso representante” da defesa incondicional do governo Lula. Isso enquanto os estudantes votavam a greve tendo na sua pauta claramente “contra a reforma universitária de Lula”.

Após uma série desses “deslizes” do DCE e particularmente de Augusto Chagas, os estudantes incorporaram em sua greve o “Fora Augusto” e o “Fora DCE”. Precisaram de um instrumento alternativo para organizar sua mobilização já que o DCE não os representava, formando um comando de greve com representantes eleitos nas assembléias que se enfrentava com o DCE. O rechaço ao DCE e a esta figura caricata chegou ao ponto de ter-se votado sua expulsão da ocupação da reitoria da Unicamp e uma moção de repúdio nominal no Encontro de Universidades Públicas durante a greve. O não reconhecimento do DCE era tão expressivo que o próprio CRUESP (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) teve que reconhecer o comando de greve como único representante, vetando a presença do DCE nas negociações e reconhecendo o comando de greve.

O resultado foi que em seu congresso de estudantes com cerca de 500 delegados votou-se praticamente uma única resolução: a destituição do DCE aprovada por cerca de 90% do plenário.

Desde antes mesmo dessa greve esses estudantes já sabiam que não podiam contar com a UNE para suas mobilizações. Mas nesse ano a situação passava a ser diferente, não mais faziam lutas “por fora da UNE”, passando a fazê-las contra a própria UNE. Assim, não é de causar espanto que 5 anos depois vejamos o estudante que foi expulso da greve das estaduais paulistas hoje esteja a frente dessa entidade.

Del

Representante do Comando da Greve da Unesp em 2004 e ex-diretor do DCE “Helenira Resende” pela oposição 2004-2005.

Movimento A Plenos [LER-QI e independentes]

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