quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Telecomunicações: E tome mais monopólio!

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Quando pensamos que não podia mais piorar, quando a farsa de que a privatização da telefonia nos traria melhores preços e qualidade - enfim, competição - caiu por terra e ficou provado que o que existe é um cartel da pior espécie, eis que as coisas conseguem  piorar ainda mais.

Este é o legado de Hélio Costa no Ministério das Comunicações, o incentivo entusiasmado aos cartéis, ao monopólio, aos absurdos e distorções na telefonia, nos serviços de internet....

Serra, enquanto governador, também não ficava parado e buscava dar sua contribuição às teles.

Primeiro tivemos o absurdo da BrOi, que o Paulo Henrique Amorim tanto denunciou e bateu, depois a compra da Vivo pela Telefônica (sem falar na TVA e Ajato que já operavam no guarda-chuva da Telefônica) e, finalmente, agora, a notícia de que Embratel, Net e Claro virarão uma única empresa.
O mercado de telecomunicações brasileira anda bastante badalado com as últimas movimentações da Vivo/Telefônica e da Oi, mas o próximo grupo que promete uma reviravolta é o de Carlos Slim. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, já está em processo de desenvolvimento uma unificação entre três gigantes brasileiras: a operadora de celular Claro, a operadora de telefonia fixa Embratel e a NET, que oferece TV paga e banda larga. As três são controladas pela América Móvilles, de Slim. O negócio ainda não foi anunciado oficialmente.
Por pouco não escapamos de uma concentração ainda maior do mercado, com a tentativa - felizmente - fracassada da Telefônica comprar a GVT, que ficou com a francesa Vivendi - que já prepara TV a cabo, claro.
 
O cenário que temos é o de uma empresa controlando de Telefonia fixa, à celular, passando por TV a cabo e internet. E praticando o preço que lhes interessar, venda casada (que é ilegal, mas se depender da Anatel para fiscalizar....), oferecendo o mesmo serviço medíocre que resultou até na suspensão da venda do Speedy por parte da Telefônica (que não resultou em qualquer melhoria do serviço, diga-se de passagem), desrespeitando sistematicamente os clientes e nos deixando sem qualquer opção, sem ter como escapar.

Ou aceitamos o contrato abusivo da empresa "A" que oferece basicamente todos os itens possíveis em telefonia, internet e TV mas com uma qualidade sofrível, ou vamos pra empresa "B" que oferece a mesma coisa e dentro das mesmas condições.

A diferença entre elas será o brinde no fim do ano ou alguma condiçãozinha aqui ou ali. Mas nem pensar em ter um serviço da empresa "A" e outro da empresa "B", porque a venda é casada e o preço sobe até a estratosfera nestes casos!

Alguém tem ainda alguma esperança na ANATEL?

Me lembro, no período de suspensão da venda do Sppedy, uma conselheira da ANATEL soltou a incrível pérola de que deveria ser incentivada a entrada de pequenas empresas para criar concorrência no mercado.
Relatora do processo administrativo que obrigou a Telefônica a interromper as vendas do Speedy, a conselheira da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Emília Ribeiro, solicitou à área técnica da agência que desenvolvesse duas regulamentações para a banda larga.

Uma delas pode obrigar que as “teles” assegurem, em contrato, uma velocidade mínima de conexão, entre outras medidas para proteger a qualidade do serviço prestado ao consumidor. A outra deve estimular a entrada de novas operadoras de pequeno porte no mercado.
Falar é fácil, fazer são outros 500.


E agora, Dilma, o que você vai fazer?
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