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Nome descaradamente baseado no The Angry Arab
Protesto realizado em frente a Universidade Bandeirante de São Paulo em São Bernardo do Campo por entidades de classe, repudiando a expulsão da estudante Geisy Arruda após o episódio de hostilidade promovido por centenas de estudantes em decorrência da roupa utilizada pela aluna.
Estavam presentes organizações Feministas, a Marcha Mundial das Mulheres, a UNE, ANEL, partidos políticos e organizações classistas, além de jovens, idosos e estudantes, todos demonstrando seu repúdio contra a Universidade (sic) fascista, intolerante e machista.
Pior de tudo são os "estudantes" defendendo a UniBan, uma das 10 piores universidades do país, se dizendo preocupados com seus diplomas e seus futuros... Como se um diploma da UniBan valesse de alguma coisa e houvesse futuro em meio à tanta intolerância.
Se estes imbecis representam o futuro do país, continuaremos por mais 500 anos esperando chegar o futuro prometido, que nunca vem.
Doloroso ver mulheres defendendo a instituição, defendendo o ataque contra outra mulher, as ameaças de estupro, a violência de gênero.
Vídeo da Folha de São Paulo:
Vídeos amadores:
Por fim, seguelink da minha entrevista sobre a UniBan para a France 24h (em inglês).
O que vimos na UniBan, a perseguição, as ameaças de estupro, a humilhação, a violência cometida contra uma estudante pelo tamanho do seu vestido - muito mais comportado do que muitos que já vi na PUC ou USP, por exemplo - não é algo típico do Brasil, ou não deveria ser. Mas, no Afeganistão, Arábia Saudita ou na Europa Medieval, seriam lugar-comum.
Basciamente, nos equiparamos ao atraso, ao fanatismo e à intolerância.
Vemos claramente a diferença entre ambientes genuinamente acadêmicos - de tolerância, concordância, de debates e troca de idéias, por mais que hajam seus percalços naturais -e o ambiente de uma empresa que se diz escola.
Contra toda a decência, honestidade e respeito à digniddade humana, a UniEsquina Uniban, retrato da educação (ou da falta de educação) de péssima qualidade e da privataria do setor, EXPULSOU a aluna Geisy Arruda, a mesma que foi atacada, agredida, torturada e quase violentada por marginais travestidos de alunos da Universidade (sic) Bandeirantes que, até em seu nome, transpira a desonestidade e o viés criminoso.
Até mesmo a UNE, conhecida por seu descaramento, descompromisso com a verdade e inércia - agem apenas na hora de fraudar eleições e manter o PCdoB/UJS no poder - se mostrou escandalizada com o episódio de violência animalesca na UniBan contra uma estudante que cometeu o crime de desagradar aos Talibans de plantão com seu vestido.
Mas eu iria além, não se trata apenas de "violência sexista", os ataques à estudante, mas de um crime contra a humanidade, contra a pessoa humana. A estudante foi ameaçada de estupro, foi perseguida, humilhada e psicologicamente torturada em um ambiente que, em um país decente e não sucateado, seria de concordância, discussão, debate de idéias e, acima de tudo, de respeito.
Como no país, educação é uma mercadoria - UniBan, Uninove, Unip, Anhanguera, Universo e outras maravilhas por aí comprovam - e do mais baixo valor agregado, não surpreende que a expulsão da estudante tenha virado peça publicitária. É desta forma, agindo como uma instituição tipicamente fascista, que a UniBan espera se promover e atrair mais oficiais da SS, ops, estudantes.
No anúncio publicitário, entitulado ' A educação se faz com atitude e não com complacência' a universidade diz que tomou a decisão após uma sindicância interna constatar que a aluna teve uma postura incompatível com o ambiente da universidade, frequentando as dependências da unidade em trajes inadequados. Para a Uniban, Geisy provocou os colegas ao fazer um percurso maior que o habitual, desrespeitando princípios éticos, a dignidade acadêmica e a moralidade.
A postura incompatível foi... Se vestir como qualquer brasileira o faz, com um vestido que, para os Talebans, parecia curto. Estes mesmos Talebans são os mesmos que, senão virgens incapazes, babam pelas mulheres que dançam com roupas sumárias nos programas da TV aberta. Na verdade, estamos falando de criminosos que ameaçaram uma mulher por sua escolha de como se vestir, que demonstraram o caráter da sociedade brasileira, machista, ultrapassada.
A desculpa da "moralidade" usada pela UniBan acaba por desmascarar seu caráter de instituição incapaz de ser chamada de "educacional". Trata de uma "dignidade acadêmica" que não possui e jamais possuirá. O nível ou desnível educacional de suas instalações, agora, casa perfeitamente com suas atitudes e a de seus delinquentes.
A universidade afirma ainda que foi constatado que "a atitude provocativa da aluna resultou numa reação coletiva de defesa do ambiente escolar". Ainda assim, o conselho superior declarou na nota que suspendeu temporariamente os alunos envolvidos e identificados no incidente. A Uniban também criticou o comportamento da imprensa na cobertura do caso. Segundo a universidade, a mídia perdeu a oportunidade de contribuir para um debate 'sério e equilibrado' sobra ética, juventude e universidade.
Quase não dá para comentar o parágrafo acima sem engasgar ou sentir vontade de processar até o último dos criminosos, tanto os que atacaram Geisy quanto os criminosos travestidos de professores e diretores da instituição pseudo-educacional.
Geisy provocou a reação violênta e desproporcional por estar com um vestido curto, tão pouco comum no Brasil. Comum, na verdade, é a atitude criminosa dos estudantes que a atacaram para "defender o ambiente escolar" (sic).
Em minha humilde opinião, a UniBan deveria ser imediatamente fechada pelo governo brasileiro e paulista, sua direção deveria ser criminalmente processada pelo episódio absurdo de violência contra uma aluna e por concordar com as atitudes criminosas, por ser conivente com o crime e todos os que participaram do ato de quase linchamento e humilhação da estudante deveriam ser presos por cometer crimes contra a dignidade humana.
A Uniban deve sumir do mapa. Sue ensino já não existe - nunca existiu - e sua instalação física deveria ser demolida.
To: UNIBAN (Universidade Bandeirantes)
Os subscritores abaixo vem manifestar total repúdio à postura da UNIBAN, unidade São Bernardo do Campo/SP, ao optar pela expulsão da estudante Geisy Arruda por ela ter, supostamente, usado vestimenta que atentou à moral e bons costumes (veja reportagem sobre o assunto em http://bit.ly/I2OX2 e http://bit.ly/2UJsS)
Não obstante a autonomia da entidade de ensino em elaborar regras disciplinares para o corpo discente, a postura da entidade demonstra perfil autoritário e contrário às conquistas dos Direitos e Garantias Individuais do cidadão, o que não coaduna com a atitude esperada de entidade privada que possui a delegação de obrigação de serviços públicos, devendo, portanto, estar sujeita aos mesmos compromissos éticos da Administração Pública.
O ambiente universitário deve pautar-se pela debate amplo e defesa incondicional da liberdade de seus alunos, obrigando-se a repelir de forma imediata qualquer intenção de atentado à dignidade da pessoa ou outras formas de humilhação, como é o caso em que se viu envolvida a aluna Geisy. Ademais, a nota de esclarecimento sobre a infeliz expulsão somente confirma a conduta preconceituosa da universidade que, no mínimo, está ausente de moralidade.
A expulsão envergonha os subscritores desse manifesto, e coloca em cheque os princípios basilares do Estado Democrático de Direito. Portanto, deve ser registrado que a opção da Uniban é fato isolado e contraria a todos nós.
Desejamos que fatos como esse sejam sempre lembrados como exemplos de involução cultural da sociedade, para que nunca mais se repitam.
Sincerely, The Undersigned
O Nassif deu a deixa e, como não poderia deixar de ser, dou meus pitacos e acrescento minha revolta.
Por mais que eu tenha ficado revoltado, não fico surpreso. Não sei se a culpa é do país, por ser uma vergonha, ter um ensino indecente e uma falsa moralidade absurda e deturpada, ou se a culpa é da UniEsquina, conhecida como Uniban que, por sua qualidade (sic) não poderia ter nada além de vândalos e animais em seu interior.
Em pleno Século 21 uma mulher é tratada desta forma dentro de uma universidade. Xingada e escorraçada, apenas por estar vestindo uma roupa curta, precisando de proteção policial para não ser agredida fisicamente.
Eu diria mais, em pleno século XXI, com todas as obviedades já explicitadas pelo Nassif e, ainda mais, em um país onde a TV faz aberta apologia à nudez feminina, é simplesmente inaceitável - e o seria mesmo sem a super-exposição e abusos cometidos pela TV contra as mulheres - que uma mulher seja tratada de forma animalesca, sendo humilhada e ofendida pela roupa que usava, que alguns puritanos consideraram "imprópria", "curta".
É direito de qualquer um achar ou deixar de achar uma roupa imprópria, a questão é ofender, agredir alguém pelo seu jeito de se vestir e cometer os atos de selvageria como vimos dentro da Uniban.
Para piorar, o PIG faz coro, estampa em suas manchetes o machismo e o preconceito típicos da elite que criaram um monstro. No G1, a manchete: "Aluna com pouca roupa provoca tumulto em universidade e vídeo cai na web". O puritanismo e a falta de noção de afirmar que a aluna estava com "pouca roupa". O que seria isto, quem decidiu o que é muito ou pouca roupa? E, o pior, é ainda afirmar que a aluna foi a responsável pelo tumulto e não os vândalos da UniEsquina que a atacaram covardemente.
Culpa-se a vítima enquanto escapam os animais. A culpa é de quem usa roupa curta, como se no Brasil isto fosse um crime ou incomum ou, para piorar, como se alguém tivesse o direito de apontar o dedo! Estes mesmos moralistas devem ser os que assistem o "Caldeirão do Huck" ou o tosco "Brothers" e sonham com as mulheres que se mostram nos programas ou, ainda, as mulheres devem ser as mesmas que sonham em ter aqueles corpos para usar as roupas sumárias das "ajudantes de palco". Enfim, são falsos.
A UniEsquina, além de não se retratar pelo comportamento animal de seus alunos (sic), ainda faz uma cruzada para proibir a circulação dos vídeos, não porque isto seria uma forma de defender a aluna ofendida, e sim para defender a reputação (sic) da instituição de ensino (sic).
Para piorar, vejam uma coleção de absurdos ditos por dois alunos (sic) da douta instituição:
- A roupa era inadequada ao local. Ela sAbia que estava em ambiente educacional - disse Cláudia Cristina dos Santos, estudante de Educação Física, 37 anos.
O estudante de Educação Física, Elias Alves, 19 anos, criticou a atitude da menina.
- Não foi uma decisão sábia e, pelo que eu me lembre, nem fazia calor. Ela poderia ter evitado toda a confusão.
Os moralistas de plantão assumiram que a roupa era inadequada, logo, era justificado humilhar a garota.
Ela merecia ser xingada, humilhada e ser praticamente expulsa de sua faculdade porque sua roupa desagradava à meia dúzia de pseudo-moralistas que se sentiam no direito da fazer o que bem entendessem.
Por fim ainda a culpam, a causa da confusão; Foi sua escolha, seu guarda-roupa e não a animalidade dos presentes que, sem ter o que fazer - compreensível em uma UniEsquina como a Uniban - , resolveram atacar alguém que estava somente no lugar errado e na hora errada - ou melhor, apenas alguém que estava passando sem qualquer problema e foi pega para cristo.
São estes estudantes (sic) o nosso futuro. São estas UniEsquinas que ensinam (sic) os nossos filhos. E é isto que nos ensinam. Intolerância, desrespeito, animalidade.
Simplesmente vergonhoso e lamentável, mas o nível educacional e cultural do país não escondem nossas mazelas, nossa realidade; Não surpreende. A baixíssima qualidade da TV e dos meios de comunicação em geral não surpreendem. É algo simplesmente esperado, uma explosão de falso-moralismo que é lamentável, repreensível... mas jamais inesperado.
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Eu não havia lido a matéria da Folha de são Paulo - finalmente uma que se salva - sob o incrível e irretocável título de "Taleban na Faculdade" e não posso deixar de me impressionar. O nível das ofensas, de todos os lados, foi absurdo. Professores (sic), o coordenador do curso, os demais alunos (sic) tratando uma garota como puta, ameaçando estuprá-la! Seguranças da faculdade atacando a garota que cometeu o crime de usar um vestido para sair em um ambiente repleto de marginais, de debilóides virgens que nunca viram uma mulher - e esero que jamais vejam.
Foi aí que todos os alunos abandonaram as aulas e se aglomeraram numa multidão que ameaçava invadir a sala onde a garota havia se escondido, aos gritos de "puta, puta!". Homens e mulheres se juntaram para xingá-la. Foi preciso que um grupo de policiais militares entrasse no prédio para evitar que a menina se tornasse a protagonista de um gang bang forçado.
Vandalismo puro com porta sendo arrombada, com PM precisando usar spray de pimenta para afastar os marginais que queriam atacá-la.
Isto demonstra o lixo que é a educação no nosso país, o nosso (des)nível cultural, nossa inveja escancarada da Arábia Saudita - sim, pois o episódio lamentável da Uniban não deixa a desejar frente ao que acontece na Arábia Saudita.
Resta à Uniban ser processada pelo descontrole de alunos e, especialmente, funcionários, e estes devem ser duramente punidos pelas ameaças, pela tortura psicológica e pela violência com a qual trataram uma aluna inocente, violentada, humilhada, abusada.
"Esse episódio serviu pra mostrar a verdadeira face de boa parte da sociedade brasileira, extremamente machista, retrógrada, conservadora e hipócrita, e mostra como nossa sociedade precisa ainda de avanços para que as mulheres conquistem uma verdadeira igualdade, de direitos, de dignidade, de cidadania....
No Brasil muita coisa é velada, e esse episódio mostrou mais um grande problema social velado neste país." Mariana Parra