segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O Governo Lula, "vítima" de suas próprias políticas sociais - Parte 3

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Democratização da Mídia


Fator outro, preponderante para a crise a que chegamos, é a falta completa de um processo profundo de democratização da mídia. Por mais que a Confecom tenha sido um bom ensaio, pouco de efetivo foi feito pelo fortalecimento da imprensa alternativa e mesmo em prol da blogosfera.

A grande mídia permanece um grupo fechado de meia dúzia de famílias que se acham no direito de ditar a toda a sociedade a forma pela qual se deve agir e pensar. A propaganda estatal, institucional, permanece ainda, em geral, longe do alcance da maior parte dos veículos menores e alternativos.

Ponto positivo deste conflito foi a organização autônoma de grupos de blogueiros e empresários de mídia alternativa em torno da ALTERCOM (Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores de Comunicação) e do Centro de Estudos Barão de Itararé, ambos fundados em 2010, com o objetivo de criar estratégias integradas de ação não só contra a grande mídia, mas também em busca de financiamento e intercâmbio de ideias.

A ideia é simples: Se o governo não democratiza, iremos nós, blogueiros e empresários de mídia alternativa, buscar novas ideias e pressionar de forma unificada por soluções aos problemas da comunicação no país.

Acesso a banda larga

Curiosamente, o crescimento do acesso à rede por parte das camadas mais pobres da sociedade – e mesmo pela nascente classe média -, acaba por se mostrar um fator de desestabilização, pois pouco acostumada a usar as ferramentas disponíveis, se tornam vítimas da boataria que se espalha.

A falta de uma estrutura que agregue a mera inclusão digital (técnica) com capacitação e pensamento crítico contribuem para este abismo que se criou.

Projetos como o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) promovem inclusão, mas não crítica. Não traz, necessariamente, o discurso político à dsicussão.

Apoio a Oligarquias e PMDB

O enfraquecimento dos Movimentos Sociais facilitou, dentre outras, a aproximação do PT com o PMDB, e não apenas com os setores progressistas do partido, mas também com as oligarquias regionais, como é o caso do apoio dado pelo PT e por Lula/Dilma à candidatura de Roseana Sarney, cuja família vem há décadas desmontando e loteando o estado do Maranhão.

Em Minas Gerais o PT se viu refém de Hélio Costa, grande responsável pelos lucros exorbitantes das empresas de telecomunicação e quem mais lutou contra o processo de democratização das comunicações, enfim, o fogo-amigo dentro do governo Lula.
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