sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Notas de repúdio e solidariedade depois do protesto dos estudantes [Update: Manifesto contra o Aumento]

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Abaixo, as notas de repúdio à ação policial contra os estudantes e de solidariedade ao estudante Vinícius, do PCB, espancado pela PM de Alckmin.
Nota de Solidariedade do MPL-SP sobre a violência policial na manifestação
de 17/02:

O Movimento Passe Livre São Paulo considera desproporcional, violenta e
despreparada a ação policial ocorrida na manifestação do dia 17/2 em
frente a Prefeitura.

O Comando da Operação se excedeu no uso da força, agindo violentamente
contra manifestantes d esarmados e em protesto contra o aumento abusivo das
tarifas de ônibus em São Paulo. As imagens da detenção de Vinicius
Figueira, bem como a cena de policiais militares com suas armas de fogo em
punhos e a repressão que se abateu também contra a mídia, somada as
agressões aos vereadores que estavam presentes no local, deixam clara a
desproporcionalidade e o absurdo da ação policial. Por esse motivo,
manifestamos aqui nosso repúdio à essas ações conduzidas pela Polícia
Militar de São Paulo

Por fim, cabe destacar nossa preocupação com o estado de saúde atual de
Vinicius. Nós, do MPL-SP, estamos sinceramente à disposição para apoiá-lo
no que for preciso, desde a articulação para punir os policiais envolvidos
na ação, bem como no auxílio com seus cuidados médicos. Acreditamos que a
solidaredade militante se faz fundamental em momentos como esse, e é por
esse motivo que estamos a qui!

Movimento Passe Livre São Paulo, 18 de fevereiro de 2011.

Por uma vida sem catracas!
A APROPUC e os departamentos de Serviço Social e Jornalismo da PUC repudiaram o episódio, prestando solidariedade ao estudante.
A todos Acabo de falar com Vanessa, esposa do Vinícius. Êle deverá fazer cirurgia, pois seu nariz foi quebrado. Durante a noite os advogados, e representantes da comissão de direitos humanos estiveram no hospital prestando solidariedade ao Vinícius. A APROPUC está acompanhando, soltou nota de apoio ao movimento e repúdio contra a violência policial. Acabo de conversar com Juneia do Sindicato dos Municipais para prepararmos um Ato de repúdio à repressão e de solidariedade as manifestações e lutas. O programa do Pós em Serviço Social também está se mobilizando. Informamos o Reitor da PUCSP que também colocou que tomará suas providências
abs Bia Abramides
Professora da PUCSP
Presidente da APROPUC
O Curso de Serviço Social da PUC-SP alinha-se a todas as manifestações de repúdio ao espancamento sofrido por Vinicius, assistente social há pouco formado pela PUC-SP, sempre presente nas manifestações populares de luta por direitos. Repudia-se principalmente a ação truculenta e covarde da Policia Militar e a omissão do Prefeito de São Paulo. Assistentes Sociais são formados para trabalhar sempre em busca de Justiça e Liberdade. Para Vinicius e Vanessa todas a nossa solidariedade e apoio.
Prof. Isaura Isoldi de Mello Castanho e Oliveira
Coordenadora do Curso de Serviço Social PUCSP 
O Depto de Jornalismo faz suas as considerações da Profa. Isaura e outras manifestações de mesmo teor. Prof. José Arbex Jr.
Chefe do Depto de Jornalismo 
A esposa do estudante também divulgou nota:
CAROS,
Meu companheiro Vinícius, assistente social, servidor público no município de SP, mestrando em Serviço Social na PUC-SP, militante do PCB e do movimento de saúde foi cruelmente espancado por cerca de 8 policiais hoje, 17/02/2011 em protesto contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo, organizado por vários movimentos sociais. Está internado no Hospital do Servidor Público Municipal e fará cirurgia amanhã. As fotos elucidam o abuso feito pela polícia militar.
Solicitamos às organizações e movimentos sociais que encaminhem moções de repúdio às atitudes dos policiais militares e solidariedade ao nosso companheiro, para que tal fato seja investigado e que a polícia militar seja responsabilizada.
Abaixo seguem os links das notícias e fotos: aqui e aqui
As moções podem ser enviadas para o e-mail marxista82@yahoo.com.br
Vanessa Faro Chaves
Esposa, Militante PCB, Asssitente Social

Antônio Mentor, líder do PT na ALESP enviu ofício ao governador Alckmin para apurar as causas da violência policial:
 São Paulo, 18 de fevereiro de 2011

Senhor Governador
                                               No final da tarde de ontem, durante manifestação popular pacífica realizada defronte a Prefeitura Municipal de São Paulo, no centro da cidade para protestar contra o absurdo aumento no preço das passagens de ônibus, os manifestantes, dentre os quais alguns Parlamentares representantes do Poder Legislativo Municipal e Estadual, foram atacados com violência por policiais militares.
                                               Em razão desse injustificado e violento ataque, muitos manifestantes, inclusive Deputados e Vereadores , sofreram lesões corporais.
                                               Senhor Governador, é inadmissível que numa sociedade regida pelo estado de direito, a Polícia Militar reprima com essa truculência manifestações pacíficas.
                                               Entendemos que os policiais militares não agiriam com tanta violência,  sem terem recebido ordens superiores.
                                               Senhor Governador, como responsável pela segurança pública de todos os paulistas, Vossa Excelência não pode admitir que seus subordinados, integrantes da Polícia Militar, ao invés de garantirem a segurança do povo, contra ele invistam, colocando em risco a integridade física de todos.
                                               Isto posto, solicitamos de Vossa Excelência urgentes providências no sentido de determinar a imediata instauração de procedimentos administrativos e criminais no sentido de apurar não só quem deu a ordem para o violento ataque dos policiais militares aos manifestantes mas também identificar os policiais agressores.
                                               Certos de que Vossa Excelência adotará de pronto as providências solicitadas, apresentamos protestos de consideração e apreço.

DEPUTADO ANTONIO MENTOR
Líder da Bancada do PT
Manifesto contra o Aumento das Passagens:
MANIFESTO CONTRA O AUMENTO DO PREÇO DOS TRANSPORTES E CONTRA A REPRESSÃO POLICIAL EM SÃO PAULO



No dia 05 de Janeiro, a tarifa de ônibus da cidade de São Paulo subiu de R$ 2,70 para R$ 3,00, valor que supera o índice de inflação do período. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) demonstrou com esta medida que o sistema de transporte da cidade favorece o interesse dos empresários de ônibus em detrimento do interesse da população.
O transporte é um direito fundamental para que a população tenha acesso a outros direitos como saúde e educação. Com esse novo aumento da tarifa, mais pessoas param de utilizar o sistema de transporte, aumentando a já gravíssima desigualdade social brasileira e contribuindo para a manutenção das péssimas condições de vida da maioria da população.
            A mesma medida foi tomada pelo governo estadual de Geraldo Alckmin (PSDB), que além de manter a lógica de privatização das linhas do metrô, anunciou o novo preço de R$ 2,90, que também vale para trens e ônibus intermunicipais.
A luta contra o aumento do preço da tarifa de ônibus foi para as ruas. Foram realizadas mais de seis manifestações, uma audiência pública com o Secretário dos Transportes e a Prefeitura de São Paulo não estabeleceu um processo de negociação para a redução do preço da tarifa.
Na quinta-feira (17), seis militantes se acorrentaram nas catracas do saguão central da Prefeitura onde permaneceram durante 10 horas, quando saíram identificados pela polícia. Neste período, nenhuma negociação que tivesse poder de reversão do aumento da tarifa foi estabelecida, apesar da insistência do movimento. Do lado de fora do prédio, a manifestação passou a ser duramente reprimida pela Guarda Civil Metropolitana, que iniciou as agressões com spray de pimenta e cassetetes. Sem ameaças de ocupação da sede do governo municipal a qual protegiam, este foi o estopim da violência física.
Soldados da Polícia Militar iniciaram seu operativo avançando sobre os manifestantes. Foram utilizadas armas de balas de borracha, cassetetes, bombas de efeito moral, spray de pimenta, atingindo, inclusive, alguns parlamentares. Várias pessoas ficaram machucadas, em especial, um assistente social que foi espancado por mais de oito policiais e teve fraturas na costela, braço e nariz.
A responsabilidade dessa violência é dos governos de Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin, que, a cada dia, consolidam um processo de militarização da política em São Paulo. A repressão oficial se iniciou no próprio decreto que aumentou o preço dos transportes; e se apresentou em sua forma mais bruta, na decisão de reprimir uma manifestação pacífica.
A luta contra o aumento das tarifas do transporte passa, neste momento, a ser uma luta também pelo fim da repressão. Nós, organizações sociais, entidades, movimentos, partidos políticos, intelectuais, declaramos nosso apoio à luta contra o aumento da passagem dos transportes em São Paulo, exigindo que a Prefeitura inicie o processo de negociação e que se estabeleça o fim imediato das repressões ao conjunto do movimento. O transporte é um direito que não abriremos mão, assim como o direito de livre manifestação e expressão, que continuaremos a exercer nas ruas.


Assinaturas devem ser enviadas para o e-mail barricadassp@gmail.com

Campo Barricadas Abrem Caminhos

Coletivo LGBT 28 de Junho
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