Reparem no título: Analista diz que Lula cometeu gafe.
Agora, ao ler o texto reparamos que o analista em questão é o Gilberto Sarfati, especialista em Relações Internacionas EMPRESARIAIS (Negócios Internacionais e não em Política Internacional, tampouco em Oriente Médio) e Mestre pela Universidade Hebraica de Jerusalém. Sem dúvida, não só um especialista em Oriente Médio como absolutamente isento.
Engraçado que para um suposto especialista em Oriente Médio, o professor Safarti tenha, em seu lattes, a incrível soma de DOIS artigos sobre o assunto publicados... Aliás, o nosso querido Sarfati é ligado diretamente à Federação Israelita do Estado de São Paulo, logo, nem um pouco isento, tendo servido como porta voz para o trabalho sujo da mesma na defesa dos genocídios cometidos por Israel.
- RÁDIO BAND NEWS E RADIO CBN: O professor Gilberto Sarfati foi indicado pela Federação para estes dois veículos, onde concedeu entrevistas e deu um panorama sobre o conflito e os reais motivos do ataque israelense ao terrorismo.
Mas, caminhando, vemos que, escondido nos parágrafos finais, outro analista é entrevistado, o professor Samuel Feldberg, este sim especialista em Oriente Médio. O PIG, aliás, deve ter ficado revoltado ao entrevistar um professor formado em Tel Aviv mas que demonstrou posição ponderada e coerente.
De um lado, Safarti afirma que é quase um absurdo o Brasil se recusar a se ajoelhar para o precursor do Estado Genocida de Israel e defensor da doutrina de ódio conhecida como Sionismo, Theodore Herzl. Já Feldberg discorda, não vê sentido ou qualquer gafe no fato de Lula não ter cedido à pressões e ido visitar um túmulo sem que qualquer outro presidente o tenha feito ou mesmo tal evento estivesse na agenda.
A análise de Safarti de comparar a não-visita com apoiar a tese de que Israel não deve existir só não é risível porque encontra eco em círculos nazi-sionistas e conservadores. Mas, no geral, é patética.
“Não visitar o túmulo é quase que apoiar o [presidente do Irã] Mahmoud Ahmadinejad quando ele nega o direito do Estado de Israel de existir”Se assim for então todos os mandatários que já visitaram Israel - e nenhum foi visitar o tio Herzl - defendem o fim de Israel. Raciocínio simplesmente tosco. Visitar tal túmulo é compactuar com a teoria genocida do Sionismo, felizmente Lula não é imbecil e preferiu visitar Arafat, este sim um líder a ser respeitado.
Salta aos olhos, porém, que ambos os analistas entrevistados tenham background israelense, tenham estudado por lá e em momento algum tenha se aventado a idéia de buscar um analista que fosse, pelo menos, neutro. Não que o background necessariamente elimine alguém, mas é ilustrativo. Porque, a título de isenção, não foram atrás do Reginaldo Nasser? Muito Árabe?
Vendo sua estratégia ir por água abaixo de entrevistar quem acreditavam ser coniventes com sua posição (afinal, o Uol não pensou que alguém fosse pesquisar mais sobre os analistas), resolveram manipular a chamada da notícia e, da opinião de dois analistas, apenas a de um foi contemplada, a que interessava à editoria.
Raciocinem comigo: 2 analistas (um deles sequer especialista na região, mas deixemos passar por hora), um com a visão que o PIG adora, outro com visão contrária (também deixaremos passar o espaço de comentário cedido a cada um, clara manipulação), mas apenas a posição de um deles na chamada.
Oras, se foram dosi analistas, porque a notícia diz apenas um UM analista disse que foi gafe?
Manipulação? Ou o PIG não sabe contar?