terça-feira, 16 de março de 2010

O PIG não sabe contar?

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Leiam esta "reportagem" do Uol e depois voltem para cá: "Lula cometeu "gafe" diplomática ao evitar túmulo de sionista, diz analista".

Reparem no título: Analista diz que Lula cometeu gafe.

Agora, ao ler o texto reparamos que o analista em questão é o Gilberto Sarfati, especialista em Relações Internacionas EMPRESARIAIS (Negócios Internacionais e não em Política Internacional, tampouco em Oriente Médio) e Mestre pela Universidade Hebraica de Jerusalém. Sem dúvida, não só um especialista em Oriente Médio como absolutamente isento.

Engraçado que para um suposto especialista em Oriente Médio, o professor Safarti tenha, em seu lattes, a incrível soma de DOIS artigos sobre o assunto publicados... Aliás, o nosso querido Sarfati é ligado diretamente à Federação Israelita do Estado de São Paulo, logo, nem um pouco isento, tendo servido como porta voz para o trabalho sujo da mesma na defesa dos genocídios cometidos por Israel.
- RÁDIO BAND NEWS E RADIO CBN: O professor Gilberto Sarfati foi indicado pela Federação para estes dois veículos, onde concedeu entrevistas e deu um panorama sobre o conflito e os reais motivos do ataque israelense ao terrorismo.

Mas, caminhando, vemos que, escondido nos parágrafos finais, outro analista é entrevistado, o professor Samuel Feldberg, este sim especialista em Oriente Médio. O PIG, aliás, deve ter ficado revoltado ao entrevistar um professor formado em Tel Aviv mas que demonstrou posição ponderada e coerente.

De um lado, Safarti afirma que é quase um absurdo o Brasil se recusar a se ajoelhar para o precursor do Estado Genocida de Israel e defensor da doutrina de ódio conhecida como Sionismo, Theodore Herzl. Já Feldberg discorda, não vê sentido ou qualquer gafe no fato de Lula não ter cedido à pressões e ido visitar um túmulo sem que qualquer outro presidente o tenha feito ou mesmo tal evento estivesse na agenda.

A análise de Safarti de comparar a não-visita com apoiar a tese de que Israel não deve existir só não é risível porque encontra eco em círculos nazi-sionistas e conservadores. Mas, no geral, é patética.

“Não visitar o túmulo é quase que apoiar o [presidente do Irã] Mahmoud Ahmadinejad quando ele nega o direito do Estado de Israel de existir”
Se assim for então todos os mandatários que já visitaram Israel - e nenhum foi visitar o tio Herzl - defendem o fim de Israel. Raciocínio simplesmente tosco. Visitar tal túmulo é compactuar com a teoria genocida do Sionismo, felizmente Lula não é imbecil e preferiu visitar Arafat, este sim um líder a ser respeitado.

Salta aos olhos, porém, que ambos os analistas entrevistados tenham background israelense, tenham estudado por lá e em momento algum tenha se aventado a idéia de buscar um analista que fosse, pelo menos, neutro. Não que o background necessariamente elimine alguém, mas é ilustrativo. Porque, a título de isenção, não foram atrás do Reginaldo Nasser? Muito Árabe?

Vendo sua estratégia ir por água abaixo de entrevistar quem acreditavam ser coniventes com sua posição (afinal, o Uol não pensou que alguém fosse pesquisar mais sobre os analistas), resolveram manipular a chamada da notícia e, da opinião de dois analistas, apenas a de um foi contemplada, a que interessava à editoria.

Raciocinem comigo: 2 analistas (um deles sequer especialista na região, mas deixemos passar por hora), um com a visão que o PIG adora, outro com visão contrária (também deixaremos passar o espaço de comentário cedido a cada um, clara manipulação), mas apenas a posição de um deles na chamada.

Oras, se foram dosi analistas, porque a notícia diz apenas um UM analista disse que foi gafe?

Manipulação? Ou o PIG não sabe contar?

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Comentários
4 Comentários

4 comentários:

Daniel disse...

"Oras, se foram dosi analistas, porque a notícia diz apenas um UM analista disse que foi gafe?"

Acho que foi por que só UM analista disse isso. O outro não.

all disse...

JORNAL NACIONAL NÃO REPERCUTIU O DOLEIRO DA VEJA. JORNALISMO SÉRIO? NÃO. A DENÚNCIA ATINGIRIA EM CHEIO JOSÉ SERRA.

Nesta semana a TV Globo não levou ao ar no Jornal Nacional de sábado nenhuma menção a “reportagem” de capa da revista Veja, atacando o PT. Também não levou ao ar na edição de segunda-feira.

Não pensem que a Globo tenha simplesmente resolvido fazer jornalismo a sério, deixando de repercutir o que a Veja publica.

O motivo foi que a a própria Globo sentiu “cheiro de queimado”, e percebeu a revista ser aloprada ao atirar no PT e acertar em cheio José Serra (PSDB/SP) pelo menos em quatro pontos:

- o doleiro da Veja era um dos envolvidos e presos na Operação Satiagraha, junto com Daniel Dantas e Naji Nahas, conforme demonstramos aqui no blog, já na manhã de sábado.

- traz de volta ao noticiário a conexão do doleiro, com o escândalo, na Satiagrana. das informações privilegiadas passadas por José Serra para Naji Nahas, que daria lucro de R$ 80 milhões com ações da CESP, conforme noticiamos aqui no blog, também no sábado à tarde.

- o doleiro também aparece na investigação do MENSALÃO do DEM, partido aliado de Serra, e que estava a ponto de indicar José Roberto Arrudas (ex-DEMos/DF) para ser vice de Serra, conforme noticiamos aqui na segunda-feira.

- além disso, o doleiro descreveu, na CPI dos Correios, operações feitas que deram um rombo de R$ 32 milhões no Banco do Brasil, e cujo dinheiro foi parar na corretora Link, pertencente aos filhos do banqueiro tucano Luiz Carlos Mendonça de Barros (homem do círculo seleto de confiança de Serra), conforme noticiamos aqui, também na segunda-feita.

A Globo não perderia a chance de levar ao ar mais essa “reporcagem” da revista contra o Partido dos Trabalhadores, mesmo sabendo estar repleta de mentiras e ilações, se não fosse o alopramento de atingir em cheio diversos escândalos em volta de José Serra.

(do Blog Amigosdo Presidente)

Marcelo Delfino disse...

É, realmente tem gente que nem devia chegar perto dessa encrenca da briga palestino-israelense. Por absoluta falta de isenção.

Não que nenhum judeu tenha isenção. Steven Spielberg, por exemplo, tem. Fez um filme só sobre o Mossad, o sinistro serviço secreto israelense, que se dedicou ao assassinato indiscriminado de supostos envolvidos naquele atentado terrorista na Olimpíada de Munique 1972.

O filme Munique é altamente recomendável. É tão isento que conseguiu ser atacado tanto por árabes como por judeus.

Raphael Tsavkko Garcia disse...

Daniel: Se um analista disse A e outro disse B, porque a chamada da notícia contempla apenas a visão pró-Israel de um deles? Porque a chamada não foi neutra ou mesmo falou do outro lado?
Porque Palestino, para o PIG, tem que morrer e Israel está correta.

Marcelo: Filme é realmente muito bom e Spielberg consegue flutuar sobre ideologias às vezes.

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